RELATO MOCHILÃO CUBA 32 DIAS


A PARTIDA
            O embarque aconteceu as 01:40 da manhã, no vigésimo sexto dia do mês de janeiro do ano de 2019 (26/01/2019), com o vôo realizado pela empresa Copa Airlines, itinerário: Salvador/BA (SSA) x Havana (HAV), escala na Cidade do Panamá (PTY), com a duração de 09h entre a cidade de Salvador/BA até a Cidade do Panamá. A partir da Cidade do Panamá foram mais 02h de vôo até Havana, com a previsão de chegar as 10:20 da manhã deste mesmo dia.


DIA 01.
26/01/2019 – sábado
Cidade: Havana | Província: Havana

            Chegada no horário pontual, as 10:20. Nesse primeiro dia Graziela e Eu passamos uns perrengues para ser liberados do aeroporto internacional Jose Marti, devido aos funcionários serem “complicados”. Trocamos dinheiro na CADECA do aeroporto, comprando CUC e CUP.
            Saímos do assédio dos taxistas, que cobram 25 CUC até o centro da cidade. Depois de muita espera conseguimos embarcar em um ônibus coletivo, que passa a cada 1h, desembarcando no terminal 1.  Caminhamos mais 1 km até Av. Rancho Boyeiros, onde o ônibus da linha P12 estava parado na sinaleira. Corremos e conseguimos embarcar, pagando o valor de 20 CUP nas duas passagens. A passagem custa 0,40 CUP, mas em Cuba não se da o troco quando paga valores altos, sempre deve pagar com o dinheiro trocado.
            Do Aeroporto até o centro de Havana é uma distância considerada, 26 km aproximadamente, com duração de quase 1h.
            No Centro de Havana seguir com Graziela até a R. Hospital (Calle Hospital), me hospedando no Albergue Hammel. Paguei 03 diárias, cada dia saindo 5,20 CUC, por pessoa. Inicialmente achava que o albergue é a hospedagem mais econômica para duas pessoas (me enganei).
            Nesse primeiro dia não sair, apenas fui almoçar e descansar. Um bom lugar para almoçar é na Rua Calzada de Infanta, localizada no centro da Cidade.


Fique ligado:

1- Ao trocar dinheiro na CADECA peça o favor a funcionária para inserir cédulas de 1CUP, facilitando o transporte nos ônibus coletivos.

2- Quando embarcar no primeiro ônibus que sair do Terminal 3 do Aeroporto Internacional José Marti, desembarque na Av. Rancho Boyeros  que é a referência. A parada de ônibus é após o terminal 1 do aeroporto. Os ônibus para a Centro passam na margem oposta do desembarque.

3- Em Havana possuem muitos arrendadores em divisa (casas particulares de família). Se for sozinho priorize os albergues, mas se for a partir de duas pessoas priorize as casas.

4- Os paladares e serviços em Havanas estão no Centro da Cidade. A referência é a Calle Calzada de Infanta.




DIA 02: HAVANA
27/01/2019 - domingo

            Nesse segundo dia em Havana acordei cedo com Graziela e iniciamos a caminhada pelo Malecon (orla), passando pela Praça Maceo e a frente da Fortaleza (não entramos porque paga uma taxa de 5 CUC, por pessoa), o bairro da Havana Velha, a Catedral, o bar bodeguita del médio, o Capitólio e o bairro Chino.
            No final da tarde o tempo fechou e caiu uma forte chuva. Voltamos para o albergue e ficamos recolhidos para no dia seguinte.



Fique ligado:

1- Tome café nos paladares. O café da manhã dos cubanos é pizza com cafezinho. Peça logo uns 05 cafezinhos que da um copo cheio. Não estranhe quando um cubano parar e ficar surpreso, os cubanos pensa que um copo de café é ruim para a saúde.

2- Em cuba a higienização não é das melhores. A Pizza mesmo se come na mão e as xícaras de café passam uma água e pronto! Com o tempo se acostuma.

3- Para vegetarianos e veganos a única opção é o Arroz Congri ou macarronada. Na maioria dos cardápios os cubanos possuem a prática de temperar com presunto.

4- Leve uma sacola de pano para acomodar os alimentos que compra e os pães, pois a maioria dos estabelecimentos em Cuba não tem sacolas. Os poucos que possuem cobram pela sacola de plástico.




DIA 03: HAVANA
28/01/2019 – segunda-feira.

            Nesse terceiro dia, depois de uma noite desafiadora para dormir, devido as fortes chuvas e a queda de energia, acordei com a noticia do tornado que aconteceu em Havana, matando quatro pessoas. Quando sair com Graziela, para iniciar mais um dia de caminhada por Havana, percebi o que é um luto oficial. As casas com panos pretos, lojas fechadas e ruas vazias, população abatida e bastante comovida.
            Seguimos pela Av. Simon Bolívar até visualizar a Plaza da Revolução. A frente da praça está localizado o monumento Jose Marti. Para conhecer a parte interna do monumento Jose Marti paga uma taxa de 5 CUC, por pessoa. Claro! Não fui. Deixa para os dias finais, se sobrar dinheiro.
            No dia seguinte o destino é a Baía dos Porcos, localizada na Cidade de Cienaga de Zapata, Província de Matanzas. A Via azul está uns 3 km de distância, segundo o aplicativo MAPS.ME. Conversei com Graziela e fomos a pé, conforme orientação do aplicativo.  Comprei a passagem no valor de 13 CUC, por pessoa, com destino a Playa Larga, nosso próximo destino e local para dormir. O guinche da Via Azul, na Cidade de Havana, está em frente ao Zoológico.
             A noite fomos conhecer a Universidade de Havana. Para nossa surpresa, nesse dia estava ocorrendo um evento sobre a nova constituição de Cuba em frente da universidade. Graziela e Eu fomos convidados por um funcionário a nos retirar por um funcionário, pois o evento é exclusivo para cidadãos cubanos.


Fique ligado:

1- Existe a opção de ir utilizando o ônibus coletivo para a Plaza da Revolução. As linhas são a P16 e a P12.

2- Para a Via Azul, que fica longe do centro, é aconselhável a pegar o ônibus coletivo da linha A27.

3- O MAPS.ME é um aplicativo que funciona sem a necessidade de está conectado com a internet e a maioria dos pontos e trajetos estão atualizados.



  

DIA 04: PLAYA LARGA
29/01/2019 – terça-feira.

            A partida do Centro de Havana, até o terminal da Via Azul, foi de ônibus coletivo da linha P27, embarcando no ponto localizado na Rua Calzada de Infanta. O ônibus só passou as 06:00 da manhã, chegando ao terminal no horário limite do embarque, as 06:40 da manhã.
            Embarquei com Graziela em um ônibus da Via Azul simples, com o ar-condicionado muito forte, sem cinto de segurança nas poltronas e um banheiro que não funciona. Acredito que ele só tava me esperando para sair.
             A viagem durou por 3 horas, com uma parada em um ponto de apoio (tudo com valores altos) na Cidade de Jagüey Grande. Chegamos em Playa Larga as 09:45 da manhã, desembarcando na rotatória principal da localidade.
            Em Playa Larga fiquei hospedado na Casa Cezar, uma indicação feita pela dona do Hostel Hammel, dando a palavra com os donos da casa Cezar através de contato por telefone. O quarto disponível está nos padrões que o Governo de Cuba exige, bem estruturado e composto por duas camas de casal, ar-condicionado, banheiro com chuveiro quente, uma TV, um guarda roupa, uma banca com espelho e um frigobar com itens disponíveis para venda (cerveja, suco, refrigerante e água)
            Nesse primeiro dia fiz uma grande caminhada entre Playa Larga e o mangue, localizado após a Praia Caleton. A Praia Larga, localizada a direita do centro, possui piscinas de águas cristalinas, formada entre corais. Mais adiante está a praia principal, com grande faixa de areia e poucas barracas, águas calmas e menos transparentes. A esquerda está localizada a Praia Caleton, de águas calmas e mais escuras. Nessa praia existe uma espécie de siri enorme e bravo. Sofri dois ataques doloridos.
             Em Playa larga é um pouco complexo achar um local legal para se alimentar. Graziela e Eu tivemos muita dificuldade em encontrar, o que salvava eram os poucos paladares simples, localizados na margem da estrada. Apelidamos de “biboquinhas”.

           
Fique ligado:

1-  Saia da “rede de arrendadores”.
2- Procure casas um pouco afastada da praia, são  mais barata e o conforto é o mesmo.
3- Após a Playa Caleton existe um criadouro de crocodilo, ficar esperto porque ao lado tem uma área aberta de pântano.
4- Nas praias de Playa Larga existe um pequeno mosquito que morde, provocando coceira e ardência. Levar repelente.
5- Em Playa Larga existem poucas opções para comer.
6- A Baía dos Porcos é a Região mais relevante de Cuba a respeito da História da Revolução.
7- Na Playa Caleton tem uma espécie de Siri grande, que avança.









DIA 05: DE GIRON  A CIUDAD DE CIENFUEGOS
30/01/2019 – quarta-feira.

            Acordei as 06:30 com Graziela e ajustamos as mochilas. Fomos à rua tentar tomar café, sem sucesso. Tudo fechado. O único local aberto foi um paladar na entrada do Centro de Playa Larga, que só vende pizza. Para nosso azar o rapaz pediu para aguardar porque estava preparando uma dezena de pizza por encomenda.
            No centro fomos até uma delegacia para saber como chega até a localidade de Giron, o Policial orientou que sai um ônibus coletivo as 09:00 da manhã da rotatória da praça. A Passagem custa 5 CUP, por pessoa.
            Passou as horas e não deu tempo de comer a pizza. As 09:00 despedir da esposa do Sr. Cezar e embarquei no pequeno ônibus, lotado, com destino a Giron. Uma senhora cubana nos ajudou a embarcar, colocando em um local para acomodar a mochila cargueira e a menor que levei. Fomos informados que a passagem é paga quando desembarca.
            A paisagem é fantástica, a estrada que leva até Giron vai margeando toda a Baía dos Porcos. Águas cristalinas e azuis se destacavam. Passamos em uma das localidades em que os moradores de Playa Larga informaram que considera o mais fantástico da Região, conhecido pelo nome de Cueva De Los Peces. Do ônibus já dava para visualizar a água azul piscina, típica caribenha, mas não fui até lá.
            A barriga começou a “reclamar”, pois sair sem tomar café. O percurso de Playa Larga até Giron durou 45 minutos, quando desembarquei e fui pegar a carteira para pagar as passagens o motorista acelerou o ônibus e foi embora. Fiquei um pouco sem reação, pois não paguei as passagens que totaliza 10 CUP.
            Á área urbana de Giron é bem maior que Playa Larga, com mais estrutura. O que me chamou a atenção é a quantidade de arrendadores em divisa, perdi a conta.
            No trevo caminhei sobre um forte sol, carregando a mochila cargueira. Graziela carregava as duas mochilas menores. Passamos pela frente de um mini-shopping e um museu, com um grande avião na entrada, chamando a atenção. No horário em que passamos estava fechado e resolvemos seguir. No final da rua existe um hotel, caminhei pela esquerda e cheguei até uma bela praia, conhecida pelo nome de Los Cocos.
            Nesse quinto dia destaco que a Praia Los Cocos foi a mais bela que visualizei e me banhei, a clássica caribenha. O melhor é que tinha poucas pessoas, a maioria parecia ser de nacionalidade de italianos. Larguei as mochilas na areia, troquei de roupa atrás de uma amendoeira e fui me banhar. Graziela fez a mesma coisa.
            A esquerda caminhamos pela faixa de areia e pelo fundo do hotel, saindo na famosa e histórica Praia de Giron. Foi nessa localidade que Fidel Castro derrotou os Estados Unidos em 1961, após a invasão planejada pelo Presidente Kennedy.
            A praia não é muito bela, existe uma construção imensa, parecendo um muro, feita de concreto, que se estende pelas águas da Praia de Giron. As águas não são cristalinas, mas são quentes e calmas. Na praia possui algumas barracas, mas só tinham 04 visitantes, desanimando os vendedores. Fiquei na faixa de areia, na sombra de um coqueiro e curtir a paisagem com Graziela.
            Já passava das 11:30 e a fome “apertou” de vez. Deixei Graziela em um ponto de ônibus e fui procurar um local para comer. Acredite! Em Giron é pior que Playa Larga para encontrar um local popular para comer, só visualizava arrendadores em divisa e dois restaurantes de turistas. Para minha sorte encontrei um contêiner que é uma pizzaria e comprei uma pizza de legumes no valor de 2 CUC. O valor foi caro, mas era a única opção. Levei para Graziela e nosso almoço foi uma pizza média e água.
            No mini-shopping, em frente ao museu, está um guinche da empresa Via Azul. Comprei duas passagens para a Cidade de Cienfuegos, cada uma no valor de 7 CUC, no horário das 14:35.
            Embarquei com Graziela no ônibus da linha: Havana x Santiago de Cuba, no horário pontual. A viagem durou 1h e 10 minutos até Ciudad de Cienfuegos. No terminal rodoviário fomos abordados por um rapaz oferecendo hospedagem.
            Como “quebrei” a rede de arrendadores em Playa Larga, comecei a negociar os valores das hospedagens. No planejamento o valor máximo é 15 CUC. O rapaz fez a proposta oferecendo o valor máximo para mim e comecei a fazer a contra proposta e fechamos em 12,50 CUC pela diária do quarto.
            A Casa é da irmã dele, a Sra. Mariela. Fomos recebidos por ela e nos tratou super bem. Conhecemos sua família e ela ficou feliz por hospedar os primeiros brasileiros em sua casa, pois ela é fã das novelas brasileiras, programação predileta dos cubanos.
            A casa fica no centro da cidade, perto de tudo. Isso é bom que faço tudo a pé e aproveito para conhecer a cidade com mais detalhes. Nesse quinto dia não estava com tanta disposição, pois fiquei com fome, viagem cansativa, sol no rosto o dia todo e mais fome, priorizamos em comer e comprar pães para a noite.
 O almoço foi fácil em achar, tendo vários paladares na Avenida Passeo El Prado, principal da Cidade. Entretanto, na padaria ficamos duas horas para comprar pães que são bastantes disputados. E para piorar, em Cuba não tem aquela fila padrão, sendo que a pessoa chega e pergunta: “quem é o último?” e tem aquela pessoa que respondeu como referência. Ai fica a pergunta: existem os “furadores de fila”? Claro! Tanto que dois tentaram furar a fila e a própria população que estava aguardando enquadraram e disse que ia chamar a polícia. Pense! Chamar a policia para organizar a fila do pão. Pois é, o cubano tem medo da policia, parecem ter pavor.
           
           

Fique ligado:
1-  Se puder, conheça a Cueva de los peces.
2- Em Giron conheça o museu
3- A praia de Los Cocos é a mais bonita da Região
4- Assim como em Playa Larga, Giron possui poucos locais para se alimentar
5- O transporte só tem via azul ou taxi . O guinche da empresa fica no mini-shopping
6- Em Giron existe uma CADECA, localizada no mini-shopping.







DIA 06: PLAYA RANCHO LUNA, A PRAIA DE CIENFUEGOS
31/01/2019 – quinta-feira.

      Tempo bom em Cienfuegos, com a manhã ensolarada e quente. Sair bem cedinho com Graziela e fomos tomar café da manhã no centro comercial, localizado a duas ruas da casa em que estamos hospedados. Em Cienfuegos experimentei o pão de manga, que para minha surpresa ficou muito saboroso com o café. As pessoas que nos observava começara a puxar assunto e alertava sobre o café, dizendo que a bebida é prejudicial à saúde. Em Cuba as pessoas bebem uma pequena xícara. Graziela e Eu bebemos um copo grande de café. Claro! Os cubanos que observavam ficavam “espantados”, ou até mesmo “assustados”.
      Seguimos para o terminal rodoviário e compramos a passagem com destino a Playa Rancho Luna.  Nessa compra conhecemos a “malandragem cubana” de querer cobrar um valor a mais e a recusa de devolver o troco. O valor oficial informada pela funcionária da rodoviária é de 1 CUC, sendo que minha menor cédula era de 3 CUC e como o total vai dá 2 CUC (pela ida e volta), vai sobrar 1 CUC de troco. O Valor é cobrado dentro do veículo, porque é particular. Quando entreguei a cédula o cobrador, fui informado por ele que não tinha como devolver o troco e que estava me ajudando, pois, segundo ele, “estrangeiros não podem utilizar os serviços que os cubanos usam e caso utilizem devem pagar a mais”. No inicio, como não conhecia muito, aceitei. Mas isso é mentira e alerto a você que está lendo e for para o País. Não caia nessa conversa, é tudo “treta”.
       A viagem foi em um ônibus urbano velho e lotado, de propriedade particular que tem a autorização para fazer essa linha. O percurso durou 35 minutos até Rancho Luna, no desembarque o cobrador informou que o ultimo horário é as 16:40.
      A Praia Rancho Luna é formada de águas calmas, cristalinas, com uma tonalidade mais escura, não sendo uma praia clássica caribenha. Sua faixa de areia é pequena, menos de 1 km. Possui poucas barracas que oferecem serviços e existem alguns sombreiros feitos de palha que ajuda o visitante a descansar.
      Apesar da temperatura passando dos 32°C e o calor forte, as águas da praia Rancho Luna estavam geladas. Banhei-me com Graziela e observamos alguns peixes ao nosso redor. A água é muito cristalina que possibilita visualizar ao fundo sem a necessidade do mergulho.
      Junto com Graziela caminhei do farol até o manguezal, totalizando quase 2 km (só a ida). Não deu para prosseguir devido a vegetação de mangue densa. Na praia tinha poucos freqüentadores, a maioria branca, mas tão branca que estavam ficando com a pele rosa. Graziela e Eu já estávamos desconfiando que as pessoas (cubanos e estrangeiros) nos observavam achando que éramos cubanos, devido as nossas características. Já começávamos imaginar a usar a nosso favor.
      As 16:00 fui para a parada de ônibus aguardar o veículo. Ele passou as 16:10, indo até o final de linha Fe fazendo o retorno. Decidir com Graziela embarcar para poder viajar sentado, já que são quase 20 km de distancia.
      Meu almoço foi pizza com macarrão e molho de tomate, uma loucura. Repetir o prato e bebi uma limonada para “inchar”, quero ver a barriga “reclamar” agora. A noite fui com Graziela até uma feira de artesanato, comprei uns objetos e conversei por vários minutos com o vendedor sobre assuntos políticos, históricos e sociais de Cuba e do Brasil.


Fique ligado:
1-  Não caia na conversa de que turista não pode usar serviços dos Cubanos. Uma das poucas coisas restritas são os ônibus da EON. Isso é verdade porque são do governo.
2- A passagem na rodoviária para Rancho Luna custa 1 CUC, aconselho a embarcar fora do terminal rodoviário, deve ser bem mais barato. Observei pessoas pagando em CUP
3- A praia Rancho Luna, apesar de não ser clássica caribenha, é bonita, valendo está no roteiro.
4- Se for para praia aconselho a levar o seu lanche e o que necessitar para se alimentar.
5- Ficar atento com o horário da volta do ônibus. Caso perca, terá que negociar com o taxi coletivo e são pessoas difíceis de barganhar.




DIA 07: CAMINHANDO PELA CIDADE DE CIENFUEGOS
01/02/2019 – sexta-feira.

            Hoje o dia está frio, tentei visualizar o nascer do sol da área de serviço da casa, que tem uma bela vista da Baía de Cienfuegos, mas sem sucesso. Uma grande nuvem predominou e cobriu o nascer do sol.
            No café da manhã, após uma conversa com Graziela, decidimos conhecer os bairros e monumentos da Cidade de Cienfuegos. A área urbana foi constituída por  franceses, possuindo moldes de construções orientados pelos colonizadores da França. Na Avenida Passeo el Prado os estabelecimentos e as casas são todas nesse formato. No ano de 2005 a Cidade de Cienfuegos foi considerada patrimônio da humanidade pela UNESCO.
            Conhecemos a Avenida 54, conhecida pelo nome de Bolevard, devido à concentração de lojas, sendo algumas de luxo. Fomos abordados várias vezes por pessoas oferecendo a tarjeta de Internet.
            No Centro Histórico da Cidade estão as principais atrações: prédios, teatro, palácio, monumento do arco e praças, de tudo e mais um pouco. Não entrei em nenhum dos estabelecimentos mencionados, pois todos pagam taxas e nesses dias iniciais não faz parte do planejamento o gastos com essas taxas, lembrando que todas são cobradas em CUC. Curtir muito as praças
            Direcionei-me com Graziela a sul da Cidade e conheci o Malecon (a orla), não propicia ao banho, mas com uma paisagem bonita e vista para a Baía de Cienfuegos. Ao final está o bairro da Punta Gorda, um local das residências grandes, chamativas, considerado um bairro de alto padrão residido pelas famílias mais ricas da Cidade de Cienfuegos. Ao final existe um píer que possibilita uma bela vista das serras ao fundo do mar. Graziela e Eu descansamos em um pequeno coreto próximo do píer, ficando no local por vários minutos e observando as águas calmas da Baía de Cienfuegos.
            Após almoçar, Graziela fez um pedido em conhecer o hospital universitário, referência em saúde básica. No local se visualiza pessoas de várias nacionalidades. O prédio é imenso, apesar de ser antigo está conservada. O local é bem arborizado.
            Na volta visualizamos o pôr do sol na área portuária, após caminhar por vários minutos debaixo de um sol escaldante. A frente se encontra um belo prédio azul, que é a aduana de Cienfuegos. Infelizmente presenciamos a morte de um gato afogado. Duas crianças chegaram a pular na água suja e funda do porto para salvar o animal, sem sucesso. Graziela começou a chorar e fiquei bastante emocionado e com muita raiva ao ver o corpo do gato boiando. A cena do gato com os olhos arregalados olhando para mim e gritando não sai da minha cabeça.


Fique ligado:
1- Se tiver uma grana e quiser conhecer o interior dos monumentos de Cienfuegos é bom.
2- Tente visualizar o nascer do Sol na Baía de Cienfuegos e o pôr do sol na área portuária.
3- A tarjeta de internet é fácil de comprar na Avenida. 54, o Boulevard de Cienfuegos.
4- O hospital universitário está localizado na Cidade. Pessoas de todas as nacionalidades vêm para esse Hospital se especializar em saúde básica e estudar medicina.





DIA 08: SANTA CLARA E SAN JUAN DE LOS REMÉDIOS
02/02/2019 – sábado
      

            As 04:30 despedir de Mariela e seguir com Graziela ao terminal rodoviário, hoje será nossa primeira viagem de caminhão (batizei de guaguona). Esperamos poucos minutos e embarcamos em um caminhão bem antigo, mas conservado, estilo “pau de arara”, com bancos de metal duros e desconfortáveis. O valor da passagem saiu 20 CUP, por pessoa. Poucos minutos já estava lotado. As 04:50 o veículo partiu com destino a Cidade de Santa Clara.
          Eu tenho um problema de saúde chamado Cinetose, conhecido como transtorno de movimento. O caminhão tava lotado e forrado de lonas porque ventava muito e fazia frio, entretanto me sentia abafado e comecei a abaixar a cabeça e isso é terrível para mim. Poucos minutos já estava com sensação de vômito e tontura. Graziela me deu um apoio psicológico e me ajudou até chegar a Santa Clara. Já percebi que viajar de caminhão são “para os fortes”, e mesmo com esse transtorno irei continuar viajando.
           A duração foi de 1h e 10 minutos, chegando ao amanhecer no terminal de apoio dos caminhões provinciais de Santa Clara, por volta das 06:00.
          Tomei um café com Graziela e caminhamos ao terminal provincial principal. Nosso destino final é a Cidade de San Juan de Los Remédios, onde pretendemos passar dois dias.
          Mas antes de embarcar irei ver a possibilidade de conhecer o mausoléu de Ernesto Chê Guevara e o museu que está ao lado. Além disso, ver se é possível conhecer a Plaza da Revolução da Província de Villa Clara. Cada Província possui sua praça da revolução, acredito que todas constituídas nas capitais das províncias. As mais conhecidas são a de Havana e de Santiago de Cuba. Por enquanto só conheci a de Havana.
          A caminhada ao terminal provincial foi de 10 minutos, mas o sol castigava. Chegamos por volta das 08:00, pois fizemos uma parada para tomar café. Para nossa surpresa, o ônibus para Cidade de Remédios parte as 10:00 da manhã, só restando duas horas para conhecer o nosso atrativo em Santa Clara.
          Pesquisei no MAPS.ME e observei que o monumento de Chê Guevara está a 1,1 km do terminal. Chamei Graziela e ela topou em arriscar ir a pé e conhecer. Seguimos debaixo de um sol forte e em 15 minutos chegamos.
          No local visualiza uma grande estatua de Chê Guevara e suas frases estampadas nas paredes. Dizem que abaixo do monumento estão os seus restos mortais. O local, todo revestido de granito, com a carta que ele fez a Fidel. A Frente está a imensa Plaza da Revolução, mas sem nenhuma árvore. O sol estava de “rachar na cabeça”. Ao fundo está o museu e o cemitério, que só abre as 09:00 da manhã. Resolvi arriscar com Graziela.
          As 09:00 uma funcionária pede nossos passaportes e diz que a taxa é facultativa.  Segundo soube que as pessoas dos Estados Unidos, independente da sua posição política, não podem entrar no museu, por isso a solicitação do passaporte. Na portaria avisei que não iria pagar a taxa, sendo obrigado a deixar as mochilas no local e posteriormente fui liberado com Graziela.
          Na saída da portaria está uma imensa maquete da Sierra Maestra, detalhando a organização das frentes libertadoras da revolução Cubana. A obra é bem feita com riqueza de detalhes, fiquei encantado. No interior do museu estão objetos usados por Chê Guevara, destacando: documentos, roupas e fotografias. Existem quadros com palavras contando um pouco da sua história e a sua participação na revolução. O espaço interno do museu é bem estruturado e organizado. Infelizmente a passagem foi rápida, por conta do horário. No final fui com Graziela até o cemitério, localizado ao lado do museu. Lá estão enterradas as pessoas que participaram das frentes libertadoras na revolução cubana de 1959.
          Regressamos e embarcamos no ônibus para a Cidade de San Juan de Los Remédios, no horário das 10:00. A passagem custou 2 CUP, por pessoa, em um veículo estranho, sanfonado, parecendo que foi emendado duas carrocerias. Pelo menos as poltronas eram confortáveis. A viagem durou 1h, com uma única parada na Cidade de Camaranji.
          Desembarcamos no pequeno terminal rodoviário da Cidade de San Juan de Los Remédios as 11:00. Na saída, pela própria garagem, o ônibus que viajei quase me atropelava. Um rapaz passou na hora e começou a rir, que sacana!
          Caminhei com Graziela a procura de uma casa para nos hospedar. Na primeira e segunda os preços cobrados estavam acima de 15 CUC, na terceira conseguimos conversar e fechou o valor de 15 CUC, acertamos duas diárias na casa da Dra. Lilian.
          A Casa de Dra. Lilian é estilo colonial. Muito conservada, grande e arejada, é uma atração a parte. Pensado bem, vale os 15 CUC. Acho que no Brasil essa casa  já teria sido tombada pelo IPHAN. Ficamos hospedados em um dos quartos, sendo que na casa possuem três e um já estava ocupado por um casal dos Estados Unidos.
          A Lilian conversou conosco e puxou muito assunto quando descobriu que somos brasileiros. Até uma merenda foi oferecida, sem custos. Em Cuba deve cismar quando se oferece algo. Isso foi alertado em todos os relatos que li, inclusive dos “perrengueiros”.
          Na mesma rua da casa da Dra. Lilian está localizado o paladar La Colonial, onde um prato do almoço custa 8 CUP. Graziela e Eu pedimos 04 pratos, todos eles de arroz congri com salada. Sair satisfeito.
          No final da tarde, na praça principal, um rapaz no abordou oferecendo taxi coletivo para o Cayo de Santa Maria, nosso próximo destino, cobrando 10 CUC, por pessoa. Aceitamos a proposta e marcamos para as 09:00 da manhã do dia seguinte.         A noite conhecemos, rapidamente, algumas ruas da pequena Cidade de San Juan de Los Remédios e sua praça, atrativo principal. Mas voltei para casa cedo porque estava cansado e com muito sono.

         
Fique ligado:
1- Se tiver disponibilidade de poucos dias em Cuba, pode fazer esse roteiro para conhecer as duas cidades em um único dia.
2- A passagem de caminhão custa 20 CUP, enquanto a via azul custa 7 CUC.
3- Para acessar o museu é obrigatório apresentar o passaporte.
4- Do terminal provincial de caminhões, ou até mesmo no principal terminal, da para ir caminhando até o monumento de Ernesto Chê Guevara, localizado na Cidade de Santa Clara.
5- A Cidade de San Juan de Los Remédios é a que possui o menor custo de todas as visitadas e uma das mais tranqüilas e sossegadas em conhecer.
6- A Dra. Lilian é uma das casas que indico e que vale apena se hospedar.
7- Se for para o Cayo de Santa Maria a melhor Cidade para se hospedar é San Juan de Los Remédios, distante 70 km.







DIA 09: CAYO DE SANTA MARIA
03/02/2019 – domingo

            Hoje é um grande dia, principalmente para Graziela. Um dos principais objetivos delas, nessa viagem em Cuba, é conhecer os Cayos (ilhas), onde estão localizadas as praias clássicas caribenhas. Cheguei até acordar cedo, mas as lojas na Cidade de San Juan de Los Remédios só abre as 09:00. Fiquei aguardando com Graziela para tomar café e comprar água.
            As 09:30 embarcamos em um taxi coletivo, um Chevrolet conversível, anos 1950, branco, bem conservado e bonito. Mais um casal, que parecem ser de algum País da Europa, embarcou conosco. Esse belo e clássico carro pertence ao Luis, que vai levar e trazer até o Cayo de Santa Maria, cobrando o valor de 10 CUC, por pessoa, pela ida e volta.
            Passamos pela Cidade de Caibarién e um imenso Pedraplan, uma construção feita com um amontoado de rochas compactadas no mar, sendo posteriormente planada e asfaltada. Nesse trecho parece que o pedraplan está “flutuando no mar”. Durante o trajeto observei que as margens são rasas.  O Pedraplan do Cayo de Santa Maria possui 48 km de extensão.
            Chegando ao Cayo de Santa Maria, Luis fez uma pequena parada para mostrar uma lagoa onde se concentra os flamingos. Quando chegamos visualizamos centenas deles, que estavam se banhando com a luz do sol. As 10:30, após uma hora, chegamos a uma localidade de Las Terrazas, onde o casal europeu desembarcou. Seguir com Graziela e desembarcamos no inicio da trilha da Playa Las Gaviotas, que segundo relatos, é uma das mais bonitas de Cuba. Fiquei bem curioso após visualizar as fotos no planejamento.
            Desembarquei com Graziela e acordamos com o Luis o regresso, sendo acertada a espera no complexo da La Terrazas, distante 7 km da Playa Las Gaviotas.  O inicio da trilha tem uma portaria e cobra uma taxa de 4 CUC, por pessoa.
            A trilha é bem batida, numa distancia que deve ser de 1,0 km, caracterizada por uma vegetação de restinga e poucas árvores. Poucos minutos já dava para visualizar um belo azul-piscina ao fundo, se “confundindo com o céu”. Ali está a Praia Las Gaviotas.
            Águas azuis, cristalinas, areais brancas e limpas. É uma praia fantástica, uma clássica caribenha, das mais belas praias que visualizei. Graziela ficou encantada e feliz por está ali, pois o Cayo de Santa Maria está em um dos seus locais preferidos em Cuba. Na praia tinha muitos pelicanos pescando e bando de gaivotas tomando banho de sol. O nome da praia faz jus aos bandos das aves que ficam nas areias, em grupos, se banhando no sol forte de Cuba. O céu estava limpo, proporcionando uma forte intensidade de azul nas águas da praia las gaviotas. Fui mergulhar com Graziela e a água estava muito gelada. Para chegar num trecho profundo deve caminhar muito, apesar das águas estarem perto da faixa de areia. Visualizei várias estrelas do mar e peixes. 
            Uma ressalva que faço são os carrapichos que voam da parte com a cobertura vegetal e fica na areia, chamo atenção devida as várias vezes em que os carrapichos furaram o meu pé e fui obrigado a caminhar com a sandália.
Ficamos por mais de 3 horas na praia, após fazer uma tendinha com palhas de coqueiro seco para se proteger do forte sol.
            Na praia de Santa Maria visualizamos uma família de brasileiros, percebendo após ouvir as falas. Os demais freqüentadores pareciam ser europeus, estadunidenses e canadenses. Cubanos só os funcionários e isso me deixava incomodado. Graziela é a única que possui um tom de pele pardo/negro, os demais frequentadores brancos. Essa foi uma realidade bem incomoda para mim.
             As 14:00 iniciamos a caminhada para Las Terrazas, passando por várias praias desertas e outras com poucos freqüentadores que estão hospedados nos luxuosos hotéis localizados de frente ao mar. O trecho possui 7 km de uma caminhada tranquila, com poucos pontos rochosos que é necessário utilizar uma sandália para não furar os pés.
            As 15:10 chegamos em Las terrazas e fomos abordado por um funcionário de um hotel solicitando para nos retirar, pois a praia é exclusiva aos clientes. Inicialmente ele pode ter achado que éramos cubanos, mas quando falamos o rapaz ficou até um pouco surpreso e assustado, mas não mudou sua posição. Graziela e Eu ficamos bastante indignados, aproveitando o momento para ressaltar que tem um casal na praia que vieram no mesmo carro conosco, ao ponto de apontar-los, mas o funcionário insistiu para que pudéssemos sair da praia. Saímos e ficamos na portaria aguardando o Luis.
Na parte de fora um funcionário se aproximou e começou a puxar assunto. Explicamos o fato e o rapaz ficou surpreso, e ao mesmo tempo sem entender, o comportamento do colega. As 16:30 regressamos com direito a assistir um belo pôr do sol no pedraplan.
            A noite almoçamos no paladar La Colonial. Achei a comida com um sabor estranho, amarga. Falei com Graziela e ela disse que poderia ser o tempero. Persistir dizendo que tem algo azedo, mas me alimentei. As 20:00 assistimos um festival de música no museu da cultura, um evento local bem legal.




Fique ligado:
1- Em Remédios o comercio e serviços só funcionam a partir das 09:00 da manhã, não adianta acordar cedo.
2- Indico o Luis para conduzir até o Cayo de Santa Maria. O carro é muito bom e o preço também.
3- Em Remédios visitem o museu da cultura e a feira de artesanato.
4- Ficar atento ao chegar em Las Terrazas, pois existem funcionários preconceituosos e xenofóbicos.
                                



  

DIA 10: ACAMINHO DA CIDADE DE MORON
04/02/2019 – segunda-feira

            Existe uma linha de ônibus direta, que sai da Cidade de Remédios e tem o seu destino final da Cidade de Moron. Porém, que faz esse trajeto é a EON, empresa de ônibus cubana do Governo. As passagens são restritas as pessoas que não são cubanas. Apesar de não ser proibida, a venda é restrita.
            Inicialmente pensei em ir pela EON, aproveitando que Graziela e Eu somos confundidos com nossos irmãos latinos cubanos. Iríamos embarcar sem chamar a atenção, tomando uma única atitude: não falar. Fui ao guinche e a funcionária pediu o documento, que após a análise retrucou que não poderia me vender. Depois fui chamado pela mesma funcionária que disse: “chama o motorista e conversa com ele, oferece um dinheiro que vocês embarcam”. O velho suborno.
 As 09:00, o ônibus chega ao terminal rodoviário vazio. Conversei com o motorista e ele pediu 10 CUC pela passagem minha e de Graziela. Pensei em pagar, mas depois minha consciência pesou e desistir, saindo do terminal rodoviário.
            A única opção é contornar por Santa Clara e ir no “pinga-pinga” até chegar na Cidade de Moron, arriscando a sorte. Na minha visão existem linhas para Ciego de Ávila, principal Cidade que está localizada na autopista de Cuba (uma espécie de BR-116).
            Aguardamos 30 minutos e nesse intervalo se passaram dois ônibus da TRANSMETRO lotados. Os ônibus da TRANSMETRO são do governo e tem um valor acessível, disponíveis para os trabalhadores cubanos. Além disso, os ônibus são confortáveis, todos no estilo de viagem. Quando algumas pessoas nos confundiam como cubanos, pensei em utilizar isso ao nosso favor em algum momento e a oportunidade chegou. Embarquei no TRANSMETRO com Graziela e um senhor que conhecemos na parada de ônibus, sentado em uma poltrona bem confortável, pagando o valor de 5 CUP com destino a Santa Clara.
            Depois de 1h na estrada desembarquei na universidade de medicina e fui caminhando com Graziela, debaixo de um forte sol, por 3 km. Fiz essa escolha errada, em vez de seguir o senhor e ir com ele em um ônibus urbano. No terminal rodoviário de Santa Clara, para nossa decepção, só descobrimos que tem caminhão até a Cidade de Sancti Spiritus, distante 76 km de Ciego de Ávila. Sem muita escolha embarcamos em um caminhão bem desconfortável, pagando o valor de 25 CUP, por pessoa.
            A viagem de 86 km, com uma parada na Cidade de Placetas, durou mais de 1h, chegando em Sancti Spiritus por volta das 13:00. Uma passageira nos orientou a seguir no mesmo caminhão até Jatibonico, uma pequena cidade localizada há 32 km de distância. Pagamos mais 10 CUP e seguimos.
            A viagem nesse trecho foi até rápida, também o motorista do caminhão foi “sentando o pé”. Chegando à pequena e pacata cidade de Jatibonico, onde me direcionei até o terminal rodoviário com Graziela. Para nossa surpresa não tinha passagens para CIego de Ávila, só no dia seguinte.
            A moça que nos orientou sumiu! Sem saber muito quem procurar, decidir arriscar uma carona na estrada após observar outras pessoas pedindo. Em um dos relatos foi mencionado que a maneira mais simples de se pegar uma carona é estender uma cédula. Puxei 20 CUP e fui. Poucos minutos uma carreta carregando um contêiner estaciona e manda subir. Chamei Graziela e seguimos.
            Para nossa sorte o Sr. Israel está indo para Ciego de Ávila. Iniciamos uma conversa e após contar um pouco da nossa história ele devolveu o dinheiro que tinha lhe dado, a cédula de 20 CUP do Camilo Cienfuegos. A viagem foi tranquila e desembarcamos no anel rodoviário da cidade as 18:00.
            Sr. Israel nos orientou a seguir no ônibus coletivo urbano da linha 22. No local onde desembarcamos aguardamos poucos minutos até embarcar em um micro-ônibus bem pequeno. Desembarcamos no terminal rodoviário de Ciego de Ávila as 18:20 e para nossa surpresa os funcionários não informava nada sobre ônibus e nem horários para a Cidade de Moron, dizendo que existem taxis coletivos que faz o transporte.
            Fiquei bem chateado e fui para rua buscar informação, mas estava um pouco difícil. Para piorar estávamos sem almoçar que me deixava em um nervosismo, desestabilizando a mim e Graziela. Observei vários ônibus da TRANSMETRO e deduzir deve está seguindo para os Cayos Coco e Gullermo, ou voltando. Parei alguns e os motoristas não informavam. Quando estava perto de desistir e procurar um arrendador em divisa em CIego de Ávila, aparece um funcionário da TRANSMETRO  e nos orienta a esperar no ponto de ônibus que está em frente ao terminal rodoviário, que a partir das 19:30 vai aparecer os ônibus que vão passar pela Cidade de Moron.
            Aguardamos e as 19:20 aparece um ônibus da TRASNGAVIOTA, escrito Cayo Coco. O motorista desce e fui até a sua direção para saber se o veículo passa pela Cidade de Moron. Ele confirmou e disse que a passagem custa 5 CUP. Acomodamos as mochilas no bagageiro e embarcamos em um ônibus novo, bastante confortável.
            A viagem durou por quase 1h, pois fez muitas paradas de embarque e desembarque no trajeto. Chegamos na pacata e escura Cidade de Moron as 20:15, desembarcando em frente a estação de trem.
            Após alguns minutos de procura achei uma rua com alguns arrendadores, mas uma rua bem escura. No primeiro estava ocupado e no segundo o rapaz queria cobrar 20 CUC. Depois de um longo dialogo fechamos para o valor limite que podemos gastar: 15 CUC.
            A casa particular se chama Dra. Mirtha, que tem como dono o Alves (chamo ele de Abili). O quarto estava com muita poeira, paredes mofadas e lençóis “suspeitos”, me deixando bem cismado. Estava tão cansado e com fome que decidir ficar ali mesmo, com aval de Graziela.
            Almoçamos uma comida ruim e cara no único restaurante aberto da Cidade. No final da noite conversamos um pouco com o Abili, que nos informou que tem um amigo que faz o transporte até os Cayos Coco e Guillermo, cobrando o valor de 20 CUC, por pessoa. Aceitamos e pedimos para ele ligar e confirmar. Foi acertado a partida no horário das 09:00 da manhã.

Fique ligado:
1- Se for de Remédios até Moron vá pela EON, mesmo que pague caro ou suborno (infelizmente).  
2- Não indico a casa Dra. Mirtha (Abili).
3- Caso queira ir de Ciego de Ávila até Moron, vá de TRANSMETRO.
                                


DIA 11: CAYO COCO E CAYO GUILLERMO
05/02/2019 – terça-feira

             Acordei com Graziela bem cedo para tomar café e quando Graziela foi abrir o portão a chave ficou presa na fechadura. O Abili quando visualizou tentou ajudar e quebrou a chave no portão. Depois o cara surtou e começou a da vários pontapés no portão e gritar, que nem um louco, deixando a mim e Graziela bastante assustados.
             As 09:00 da manhã,  o Sr. Arnaldo estava buzinando na porta do Abili com seu carro Lada branco, bem conservado e arrumado. Com ele estava duas mulheres belgas, que vão para o Cayo Coco.
             Passamos por toda a Avenida principal da Cidade de Moron  e chegando até o pedraplan, trecho que interliga ao Cayo Coco. Esse pedraplan tem uma extensão menor que o do Cayo de Santa Maria, totalizando 27 km. Na metade dele existe uma torre de controle e fiscalização da policia cubana, com um letreiro escrito “Jardines Del Rey”.  Ali identifica que começa o arquipélago Sabana-Camagüey.
             Chegando ao Cayo Coco o Arnaldo aconselhou a conhecer a Playa Los Flamingos, que segundo ele é a mais bonita. De fato é uma praia bem bonita, caracterizada pelas águas azuis, bancos de areia com a tonalidade branca e a foz de um rio com as águas claras. Curtimos por 1h no local.
             A praia Clássica do Cayo Coco é bonita, mas possui ondas e concentra muitas pessoas. Essa concentração se dá pelo fato de haver muitos hotéis e barracas. As belgas se incomodaram com a quantidade de gente, e nós também, por isso a escolha de ir a Playa Los Flamigos, que de fato é bem mais bonita e mais tranquila.
             No inicio do trajeto tinha acertado o valor de 15 CUC com o Abili e o Arnaldo, mas esse valor é até o Cayo Coco. Para o Cayo Guillermo deve acrescentar mais 5 CUC, ou pegar o ônibus circular que custa o mesmo valor. Preferimos a pagar o Arnaldo, que é um cara bem tranquilo, conduzindo a mim e Graziela para o Cayo Guillermo. Na média o valor é de 20 CUC e quando foram cobrados 15 CUC achei até barato. As belgas preferiram ficar na Playa Los Flamingos.
             Arnaldo trafegou mais 32 km e nos deixou no Cayo Guillermo, precisamente no acesso a mais famosa praia e considerada a mais bela de Cuba: Playa Pilar.  Acertei com ele que estarei as 17:00 no mesmo local que está me deixando agora.
             Caminhei com Graziela por uma pequena trilha e uma ponte feita de madeira, aparentemente uma construção nova, com a cor azul e branca. Poucos minutos já visualizada o tom azul da praia Pilar.
             A praia Pilar parece um pouco com a Las Gaviotas, um tom azul-piscina, águas calmas, frias, contudo eram menos transparentes. Ao fundo tem uma ilhota com um farol que deixa a paisagem ainda mais “surreal”, parecendo um quadro, uma obra de arte, sei lá, é uma beleza encantadora. Visualizava vários cardumes de peixes pulando, além das estrelas do mar. A praia estava um pouco cheia devido às barracas que oferecem serviços. A praia Pilar tem uma faixa de areia branca, limpa e pequena. Ao Leste estão os hotéis localizados na costa, em meio as grandes rochas.
             O nome Pilar é devido ao barco do escritor estadunidense Ernest Hemingway, que escolheu Cuba para viver e produzir seus livros. Um dos mais conhecidos, e que levei para a leitura, é o livro Velho e o Mar.
            
            
Fique ligado:
1- A Playa los Flamingos não possui uma estrutura de serviços, porém é a mais bela do Cayo Coco.
2- A Playa Pilar possuem poucas barracas que oferecem serviços
3- Não tente ir utilizando os ônibus da TRANSMETRO aos cayos, pois corre o risco de ser punido e até mesmo preso.



DIA 12: CHEGANDO A SANTIAGO DE CUBA
06/02/2019 – quarta-feira

      Madrugada do dia 06 de fevereiro, acordei as 03:00 da manhã. Arrumei as mochilas com Graziela e entreguei as chaves a Abili, não queria ficar na casa dele nem mais um minuto. Seguir até a estação de trem e comprei a passagem para Ciego de Ávila, no horário das 06:00 da manhã. O valor da passagem saiu 1 CUP, por pessoa.
      Trem velho, sem condições de rodar. Mas foi nele que rolou a viagem. Durante o trajeto ocorreram várias paradas em pequenas estações. O Percurso durou 1h.
      Em Ciego de Ávila embarquei no micro-ônibus (que dei o nome de guaguinha), da linha 22, até o terminal rodoviário. O veículo estava lotado e o povo retado por conta da mochila cargueira que carregava.
      Na Via azul comprei a passagem com destino a Santiago de Cuba, no horário das 10:45, sendo que cada uma custou 24 CUC. Hoje a Via Azul mostrou a sua má fama, o ônibus atrasou 1h e 30 minutos, realizando o embarque as 11:30, numa viagem de quase 600km. A duração foi de 10h, chegando ao terminal rodoviário de Santiago de Cuba as 21:30.
      No terminal rodoviário fui abordado por uma senhora, se apresentando pelo nome de Lilian Hernandez, oferecendo casa. Após dialogarmos fechamos o valor de 10 CUC. Deixei pagas duas diárias.
       A casa fica no centro da Cidade de Santiago de Cuba, “próximo de tudo”. O arrendador em divisa está no primeiro andar de um cortiço. Bem simples, mas arrumado, o quarto conta com os itens básicos, entretanto só faltou um guarda roupa ou algo para deixar as mochilas e roupas, mas para mim o local está ótimo.
      Mesmo no final da noite, precisamente as 23:45, resolvi caminhar com Graziela pelas ruas do centro histórico e comercial. Visualizamos uma fabrica de pães aberto e fomos lá. Compramos 10 pães frescos, cada um por 1 CUP. Pra nossa surpresa visualizamos uma cafeteria aberta e bebemos alguns cafezinhos, que por sinal estava muito ruim.
     
Fique ligado:
1- Se for para Santiago de Cuba, partindo de Ciego de Ávila, tente negociar com os taxis coletivos. Sai mais em conta e o trajeto é mais rápido
2- No terminal rodoviário de Santiago de Cuba terá várias pessoas oferecendo casa, sendo que algumas não são arrendadores. Tome cuidado! Aconselho a não ficar hospedado nas casas que não são arrendadores em divisa.
3- Tente se hospedar no Centro da Cidade ou perto do terminal rodoviário, da para fazer várias localidades a pé.




DIA 13: SANTIAGO DE CUBA, CAPITAL DO ORIENTE
07/02/2019 – quinta-feira

            No Planejamento em Cuba fiz de tudo para ver se dava para incluir a trilha histórica da Sierra Maestra no orçamento, mas sem sucesso. O valor é muito alto. Mesmo assim, sem essa possibilidade, incluir a Cidade de Santiago de Cuba pela sua historicidade e relevância no País. Hoje tentarei ir até o Castelo El Moro, um local bastante cobiçado da Cidade e com uma bela vista da faixa litorânea sul/sudeste da Ilha de Cuba.
            Bem, infelizmente a tentativa se frustrou, pois pedir o dia todo com Graziela aguardando o bendito ônibus da linha 11 que não passou. Tentei ver um taxi coletivo, mas o cara deve ter me achado com “cara de rico” e quis me cobrar 35 CUC, por pessoa. Pior que xingar um cubano é deixar “falando sozinho”, eles odeiam e acabei fazendo isso.  Fiquei retado pela deslealdade, basta cobrar o preço que qualquer um solicita pelo serviço.
            Pela tarde caminhei com Graziela e conhecemos o badalado centro comercial, o centro histórico, a orla e a área portuária, além das ruas e vielas. Conheci várias praças e a principal delas, a Plaza da Revolução Antonio Maceo, que para mim é a mais bela de toda Cuba, tanto que quando cheguei sentir uma energia positiva e bastante forte. Permaneci ma praça da revolução até o pôr do sol.
            No final da noite, as 23:15, fizemos uma caminhada de 4 km, pegando toda a extensão da Av. Antonio Maceo, até a Calle 4, onde está localizada o terminal de caminhões provinciais. Nosso próximo destino é a Cidade de Guantánamo e o primeiro caminhão sai as 05:00 da manhã. Mesmo tarde, o terminal estava movimentado.


Fique ligado:
1- Existem ônibus coletivos para fazer os trajetos nas localidades de Santiago de Cuba.
2- Se for para o Castelo El Moro, tente fechar com um taxi coletivo ou carro particular, pois o ônibus da linha 11 até hoje espero.
3- O valor da trilha na Sierra Maestra, em fevereiro de 2019, estava custando 170 dólares, por pessoa. Para alguns pode ser um valor bom.
4- Conheça e permaneçam por alguns minutos observando a Plaza da Revolução de Santiago de Cuba, faça esse teste e se puder me manda uma mensagem.
5- Os almoços em Santiago de Cuba são ruins.
6- A cidade tem um “ar pesado”, devido a grande fumaça produzida pelos veículos velhos e mal conservados que circulam na Cidade.




DIA 14: A CAMINHO DE BARACOA
08/02/2019 – sexta-feira

            Acordei com Graziela as 03:00 da manhã, menos de 4 horas de sono. Despedimos da Sra. Lilian Hernandez e seguimos caminhando por toda a extensão da Avenida Antonio Maceo até o terminal de caminhões. A madrugada de cuba estava movimentada, com pessoas em bares, praças, caminhando pelas ruas. O barato de Cuba é que você pode caminhar em qualquer horário e localidade, sem medo da violência, não existe.
            O caminhão velhinho, pequeno, desconfortável, logo ficou lotado, dando a partida as 05:25 da manhã. O Valor da passagem custou 25 CUP, por pessoa. Para o meu azar, uma senhora sentou no banco da frente, tapando toda minha visão e com o movimento do caminhão ela acabava me prensando na base de proteção da carroceria do veículo. Essa foi uma das piores viagens e mais perigosas que fiz utilizando o caminhão, alem da mais fria. A pista estava com muita neblina e o motorista em alta velocidade.
            O trecho de 80 km durou 2h e 5 minutos, devido as paradas nas Cidades para embarque e desembarque. O final de linha do caminhão é no terminal rodoviário principal da Cidade de Guantánamo.
            Fiquei um pouco impressionado com a Cidade de Guantánamo, capital da província homônima. As ruas bem arborizadas, casas arrumadas, praças, lojas estruturadas, ruas asfaltadas, bem interessantes. No meu ponto de vista achava encontrar uma Cidade feia, pacata, bem pobre. Ainda bem que me enganei. Isso é a alienação dos meios de comunicação que informam o que quer e só retratam Guantánamo como o local em que está a prisão dos Estados Unidos.
            Bem, voltando aos fatos, chegando ao terminal rodoviário e encontrei dificuldade e resistência dos funcionários informarem transporte para a Cidade de Baracoa, nosso destino final. Um dos relatos que pude ler, o autor destaca que em Guantánamo ele teve alguns problemas devido a população não gostar de estrangeiros. Achei que seria um exagero, mas ao estar lá parece que não é.
            Fomos informados por um taxista que o ponto de apoio para Baracoa fica no final da Cidade, que levaria no valor de 3 CUC pela corrida. Conversei com Graziela e aceitamos.
            De fato o ponto de apoio é longe, quase 8 km do terminal rodoviário. Chegando lá encontramos várias pessoas aguardando transporte. O terminal é um vão pequeno, sujo e mal conservado, com um funcionário que estava fardado com a camisa do ministério do interior e uma funcionária que fiscaliza o banheiro e cobra o valor de 1 CUP para o uso.
            Ao chegamos as pessoas que estavam no aguardo perceberam que éramos estrangeiros e que o destino é a Cidade de Baracoa. Um rapaz, aparentemente bêbado e vendendo guloseimas nos abordou e falou: “Baracoa? Cobro 50 CUP para colocar no ônibus”. No inicio achei engraçado e rir, pensando que o cara tinha algum problema, mas me enganei.
            No ponto de apoio existe um esquema forte de passageiros, onde o funcionário do ministério do interior, que trabalha como um fiscal e ordena o embarque de passageiros. É aí surge à máfia. Quem paga a propina é inserido na frente dos demais. Fiquei bem chateado. Para piorar, um rapaz começou a puxar assunto e ao saber que Graziela e Eu éramos brasileiros começou a provocar dizendo que escolhemos Bolsonaro como presidente e que Cuba não era nosso lugar, falando ainda que tínhamos dinheiro e que era para fretar um carro. Ai me retei e retruquei, respondendo a “altura”:
 “Aqui vocês não tem o poder de escolha e não vota num período de 04 anos. Além disso, o meu voto é apenas um em um país que tem 210 milhões de habitantes. No Brasil, quem vence é que tem a maior quantidade de votos e acredito que você não tenha esse tipo de conhecimento porque não conhece o sistema eleitoral do Brasil. E para finalizar, tudo que você pensa, projeta e deseja ocorre em Cuba? Acho que não.”

            Depois dessa conversa algumas pessoas concordaram comigo e vieram se aproximar, entre essas pessoas um rapaz chamado Yvelise, um ex jogador de beisebol que participou da seleção Cubana e jogos internacionais. Ele e sua companheira se aproximaram e disseram que iria nos ajudar. Um jovem, mais novo que Eu, se juntou e falou para irmos até a Cidade de Ímias e de lá pegar outro transporte para Baracoa, pois ali seria difícil.
Um caminhão, que faz o transporte de Guantánamo para Baracoa e estava estacionado próximo a parada de passageiros, queria nos cobrar um valor 5 vezes a mais, deixando as pessoas revoltadas. Yvelise começou a falar que eles não são cubanos e que não representam Cuba, pois em Cuba o povo é justo e não mau caráter. O Yvelise ficou bem chateado.
            Embarcamos em um ônibus da TRANSMETRO, após a espera de 4h. Só conseguimos entrar no ônibus porque Yvelise, sua companheira e o garoto fizeram uma barreira para que pudéssemos entrar. Pagamos 5 CUP nas duas passagens.
            A estrada é bonita e perigosa, curvas muito sinuosas, sendo que na margem direita está o mar e na margem esquerda a serra do Parque Nacional Alexander Von Humboldt (nome bonito, de um geógrafo). O motorista “sentava o pé” e Eu tomava vários sustos. Sem duvida esse trecho de Guantánamo para Ímias é o mais belo e perigoso percurso. O mar azul, de águas cristalinas, formando várias piscinas imensas, me deixando encantado. Não sabia se olhava para o mar ou as serras, mas nesse momento o mar atraiu mais a minha atenção.
            O ônibus fez uma parada na Cidade de Santo Antonio Del Sur e depois seguiu, as pessoas não estranhavam a mim e Graziela porque achavam que éramos Cubanos. A mochila cargueira estava debaixo do banco e Graziela não conversava comigo, então ninguém desconfiava.
            O trecho de 83 km durou 2h, chegando na pequena Cidade de Ímias as 13:00. Ao Sul, Ímias é uma das Cidades que está no extremo leste da ilha, sendo uma das últimas.  No local desembarcamos em um pequeno ponto de apoio rodoviário e aguardamos no meio da multidão. Yvelise informou que iria nos ajudar a embarcar para Baracoa.
            Não demorou muito e um caminhão se apróxima com destino a Baracoa. Embarcamos na cabine, com ar-condicionado, pagando o valor de 50 CUP, por pessoa. O motorista não era muito de conversa, mas ficou feliz pelos 100 CUP que recebeu.
            Esse caminhão foi o mais confortável, um KAMAZ branco, bem conservado. O motorista, bem cauteloso, não poderia acelerar, pois a partir de Ímias  a estrada possui um aclive considerado e muitas curvas sinuosas. Haja mão no volante.
Esse trecho está na Serra Humboldt, só subida. O percurso de 68 km foi realizado em 3 horas e a velocidade máxima não chegava 40 km. Sem duvidas essa estrada é a mais perigosa que já trafeguei na vida, é coisa surreal, de louco. Aos poucos visualizava o imenso mar e a pequena Cidade de Ímias metros abaixo.  Baracoa está do outro lado da Serra Humboldt.
            Chegamos em Baracoa as 16:00, desembarcando no terminal provincial de caminhões. Fomos abordados por uma senhora que deu o valor da casa de 15 CUC. Tentei negociar mas ela foi bem resistente. Caminhando pelas ruas de Baracoa, morrendo de fome, um senhor me visualizou com a cargueira e perguntou se estava procurando casa. Após conversar chegamos um acordo no valor de 12 CUC, após a ratificação de sua esposa.
            O nome dele é Guillermo e é chefe de cozinha. O nome da sua casa é caracol, localizada bem perto do Malecon de Baracoa. Quando chegamos na residência ele apresentou a sua esposa Yvelina. Ficamos acomodados no quarto verde, que é pintado todo de verde. A casa tem três quartos: rosa, amarelo e verde. O rosa estava ocupado com um casal de franceses. O quarto verde possui: três camas, ar-condicionado, ventilador, frigobar, 8 janelas, vista para o mar, a serra e o morro mais alto da Cidade: El Yunque, com 575m de altitude.
            Saímos para ir atrás de um local para almoçar, mas estava tudo caro. O Guillermo é chefe de cozinha e ofereceu almoço no valor de 6 CUC para mim e Graziela. Inicialmente resistir, mas depois aceitei. Estava morrendo de fome e ainda não tínhamos almoçado em nenhuma casa. Até que valeu o dinheiro, a comida estava muito saborosa.

Fique ligado:
1- Se for ao ponto de apoio dos caminhões para Baracoa, pegue o transporte no ponto de ônibus em frente a rodoviária. Fizemos a escolha errada do taxi.
2- No ponto de apoio deve ter muita paciência. Caso não queira passar esse perrengue existe ônibus da Via Azul que faz a linha.
3- Observe a estrada entre Guantánamo e Baracoa.
4- A prisão dos Estados Unidos fica na Baía de Guantánamo, distante 40 km da área urbana.




DIA 15: BARACOA
09/02/2019 – sábado.

            Acordei cedo e fiquei na cama, pois o céu estava carregado de nuvens e uma chuva fraca começou a cair. As 07:30 levantei e fui tomar café com Graziela. Em Baracoa não tem muitas opções de paladares, só encontramos um localizado próximo a CADECA. Esse estabelecimento fica aberto no turno da manhã.
            Hoje conheci a Playa Miel, principal praia da Cidade. A praia possui uma areia preta e o mar bem revoltoso, não sendo aconselhável ao banho. As ondas altas quebram na areia, é algo assustador. A paisagem é bonita, com uma grande vegetação da mata atlântica concentrada nas bordas da Serra Humboldt. A praia tem seu inicio após um estádio de futebol abandonado, que aos poucos despeja o resto da construção ao mar. Nesse trecho inicial da Praia Miel a faixa de areia está muito suja, cheio de entulhos. A praia estava vazia, sem nenhum banhista.
            Ao final da praia está a foz do Rio Miel, principal da Cidade. Uma grande extensão, entre as margens, impediu de prosseguir. Um morador local orientou que possui uma canoa e paga o valor de 1 CUC, por pessoa, pela ida e volta. Paguei com Graziela e seguir.
            No outro lado está o Parque Nacional Majayara, que necessita pagar uma taxa de acesso. Pagamos 250 CUP por dois ingressos, com direito a conhecer todos os atrativos do parque.
            Os atrativos são um mirante, uma gruta alagada, que estão na propriedade particular, e uma pequena praia. O mirante está localizado no sitio de um morador local, que se oferece para conduzir o visitante. A vista é bonita, visualiza uma densa mata e o mar. Seguindo pela trilha chega ao local conhecido pelo nome de Cueva Del Água, onde é uma gruta alagada, formando uma pequena piscina de águas cristalinas. No local existe uma espécie de camarão albino e cheguei visualizar o pequeno animal.
            Ao final o rapaz cobrou uma taxa de colaboração e acabei pagando o valor de 20 CUP. Na volta peguei a bifurcação da direita e cheguei uma pequena praia, chamada de Playa Blanca. Essa pequena praia é perigosa para banho, em que sua faixa de areia possui um conglomerado de rochas e as ondas são muito fortes, não valendo o valor pagado para conhecer. Permaneci no local até o final da tarde.
            As praias de Baracoa não são caribenhas, a maioria delas parecem com as praias daqui da Cidade de Salvador. A revolta das águas me lembrou das praias da Pituba e Amaralina, onde são poucas freqüentadas devido as ondas fortes e o perigo de se afogar.
            Baracoa foi destruída após dois furacões passarem com força máxima. O primeiro foi em 2016, batizado pelo nome Matthew, categoria 5, devastou a província de Guantánamo e suas Cidades; o segundo foi em 2017, categoria 4. Nesses dois eventos não ocorreu nenhum óbito, apenas perdas materiais. O sistema de alerta em Cuba, apesar de tradicional e considerado “arcaico”, é muito eficiente. As perdas matérias são inevitáveis, mas o sistema que evita a perda de vidas é eficiente.
            No final da tarde, ao trocar dinheiro na CADECA, conheci um argentino que estava com a camisa do Esporte Clube Bahia. Começou quando ele viu minha tatuagem, em que um dos desenhos é o escudo do Bahia. Posteriormente fui abordado por ele segurando a camisa do Bahia.
            A noite, em um bar no centro de Baracoa, outro rapaz me aborda, vestido com a camisa do Bahia. Ele é baiano, da Cidade de Juazeiro. Contei a ele a história do rapaz argentino e poucos minutos ele aparece com sua companheira. Ficamos resenhando por várias horas. O argentino se chama Abel Santorenegão e o baiano se chama Tarciano. É uma coisa de louco juntar três pessoas vestidos com a camisa do Bahia em uma Cidade do extremo leste de Cuba e pouco visitada por estrangeiros.
            Não fui até o El Yunque, morro que possui o ponto mais culminante de Baracoa. Soube que o valor de acesso são 13 CUC, por pessoa. Fiquei cismado e achei caro. Graziela bem que tentou, mas Eu coloquei na cabeça que não ia pagar esse valor. Vou me arrepender depois.
Fique ligado:
1-  A playa Miel não é boa para banho. Águas violentas.
2- Ao caminhar pelo Malecon fica de olho para não tomar um banho, a onda bate com violência na calçada, molhando todo o asfalto.
3- O itinerário no Parque Nacional Majayara, em minha opinião, não vale apena.
4- Faça o trajeto até o cume do El yunque, até hoje me arrependo de não ter feito.
5- O paladar para almoçar mais barato é o restaurante 1511, que abre a partir das 12:00. Os valores são cobrados em CUP.




DIA 16: A CAMINHO DA CIUDAD CAMAGÜEY
10/02/2019 – domingo.

            Comprei a passagem na Via azul com destino a Camagüey no horário das 13:00, tendo a manhã livre com Graziela para fazer algo. A Cidade de Camagüey não está no planejamento, inserimos porque essa primeira parte do roteiro não ocorreu nenhum imprevisto e ganhamos dias de saldo.
            Nesse período da manhã caminhei com Graziela pelas ruas de Baracoa e no Malecon. Em seguida descansamos na praça e assistimos a gravação de um clipe, muito engraçado. Quando fomos almoçar descobrimos o restaurante que vende em CUP, o 1511. Mandamos fazer uma marmita e levamos para almoçar na viagem.
            Para a Cidade de Camagüey, o Guillermo indicou um amigo e falou que ele ia nos pegar na rodoviária, cobrando o valor de 12 CUC. Aceitamos. A Viagem foi longa, o ônibus partiu as 13:00 e chegou na Cidade de Camaguëy as 23:45, quase 11h na estrada.
            No terminal um rapaz se apresenta como Renê e falou que o amigo de Guillermo não poderia nos hospedar, sendo ele o indicado. Conversei com ele e seguimos. Estava um pouco estressado, com fome, que questionei o valor do bici-taxi, com um pouco da voz alterada.
            A casa de Renê fica 4 km distantes da rodoviária e estava com previsão de chuva, sem condições de ir a pé. O rapaz queria cobrar 3 CUC e indaguei. Após Renê conversar ele abaixou para 2 CUC. Seguimos e chegamos à arrumada casa Josefina e Renê, ficamos hospedado no quarto 2. Tomei um banho e fui dormir.

Fique ligado:

1- Se preparar para as horas gastar no trajeto entre Baracoa e Guantánamo, são quase 4h devido a estrada ser bastante sinuosa e declive na Serra Humboldt.



DIA 17: CIDADE DE CAMAGÜEY
11/02/2019 – segunda-feira.

            Na Cidade de Camagüey conheci alguns prédios públicos e localidades históricas, fiz todo o percurso a pé devido a boa localização da casa de Renê, que está bem perto do Centro Histórico. No interior desses monumentos não entrei porque paga uma taxa. Reparei que Camagüey possui um forte comercio popular.
            Só neste dia 17 que experimentei o famoso sorvete da Coppelia, onde nos relatos referenciavam que o sabor era bom. Peguei uma fila e fui experimentar. Sinceramente achei uma porcaria, gosto artificial. Graziela quase jogou fora. O sorvete da Coppelia vem em uma pequena tigela, custando o valor de 5 CUP. O pior é que a sorveteria anda lotada, sempre formando filas.
            A estação de trem chama muita atenção pelo seu tamanho e sua forma de construção. Não cheguei a entrar porque está na fase final de uma grande reforma, mas acredito que em breve estará aberto para o público em geral.
            A tarde visualizei uma praça que possui um estádio de beisebol. No local tinha alguns meninos jogando futebol e o próprio beisebol. Em Cuba o esporte é muito forte.
            Ao lado está a Plaza da Revolucion de Camagüey, conhecida como Ingnácio Agromonte. Essa praça possui uma estátua do próprio Agromonte e alguns rostos dos heróis de Cuba, ex: Fidel Castro, Jose Marti, Chê Guevara. No local não tinha ninguém, transmitindo uma paz e silencio. Fiquei com Graziela por vários minutos até o pôr do sol.
            A noite analisei o mapa e chamei Graziela para irmos no dia seguinte até a Playa de Santa Lucía, localizada ao Norte da Ciudad Camagüey. Confirmei com Renê se tem transporte e fomos informados que existem caminhões que fazem a linha. Renê alertou que em Santa Lucía tem poucos arrendadores e talvez não pudesse encontrar um no valor de 15 CUC.  Mesmo assim conversei com Graziela e decidimos arriscar.

           
Fique ligado:
1-  Se for experimentar o sorvete da Coppelia deve preparar para pegar fila.
2- Aos vegetarianos e veganos. Se for solicitar um almoço deve explicar nos mínimos detalhes, pois muitos cubanos acham que comida temperada com carne é vegetariana.



           

DIA 18: SANTA LUCÍA
12/02/2019 – terça-feira.

            Sair cedinho e com pressa, ao ponto de esquecer os pães do café na mesa do Renê. Depois de caminhar 1 km lembrei que tinha esquecido os pães e tive que voltar para buscar, ao ponto de resmungar bastante.
            Segundo o MAPS.ME, a distância da casa do Renê até o terminal de caminhões provinciais são de 2,4 km. Caminhamos e chegamos ao local, que tem como referência a estação de trem. No terminal tinha um rapaz estava gritando: “playa, playa”.  Perguntei se era para Santa Lucía e foi confirmado que Playa de Santa Lucía.
            Embarcamos em um caminhão amarelo velho da Ford com poltronas acolchoadas. O valor da passagem foi 25 CUP e o embarque ocorreu as 07:40 da manhã.
            O percurso durou 2h, devido ao caminhão fazer uma longa parada na Cidade de Nuevitas. A estrada estava cheia de buracos, alegando atenção do condutor e redução da velocidade.
Santa Lucía é bem pacata, poucas casas, parecendo um povoado. Um sol escaldante castigava a mim e Graziela, que saímos caminhando atrás de um arrendador em divisa.
            A caminhada foi longa e as poucas casas que visualizamos o valor estavam acima da média de 15 CUC. A mais barata que encontramos foi de 25 CUC.
            Fiquei bem desanimado e continuei caminhado com possibilidade de encontrar uma casa com o valor mais acessível. Em uma das últimas casas, após uma longa conversa, ficou acertado o valor de 20 CUC, o mais barato que pude achar. Como seria uma única diária acabei aceitando e nos hospedamos na casa da Ivete.
            A casa da Ivete é bem estruturada, parece um hotel. Além dos itens obrigatórios, tinha disponível um secador de cabelo, pen drive com filmes, cremes, xampus, barbeadores, desodorantes, agulha e linha e uma Tv de 50 polegadas, que chamou a minha atenção.
            Tomei banho e fui para a praia com Graziela, que está na outra margem da rodovia. Chegando na costa encontrei a praia muito suja de algas, era tanta alga que estava difícil visualizar a areia. Na água a mesma coisa, muita folha boiando nas águas verdes e turvas da praia de Santa Lucía. Calcei a sandália e fui caminhando com Graziela.
            O trecho foi de 7 km, passando por praias desertas. Na maior parte do percurso não visualizei ninguém. Várias estruturas abandonadas, se apodrecendo na areia. Barracas e tendas sendo destruídas e acredite! Alguns moradores plantaram grama na areia da praia e fizeram de pastagem onde se visualizava vários cavalos. No final cheguei até uma marina, onde visualizei a praia mais limpa e a areia brancas em algas. Fiquei no local por algumas horas e no final não arrisquei em me banhar nas águas turvas e verdes da Praia de Santa Lucía.
            Tentei avançar após a marina, mas não dava para seguir. A partir dali se inicia um trecho de manguezal. Voltei e fui até a avenida principal procurar um local para comer. Em Santa Lucía as coisas são tão pacatas que não tem restaurante. Fui com Graziela até um conjunto residencial onde tinha uma pequena barraca e servia macarrona. Ali foi o local do nosso almoço. Descobrimos que no local vende pizza e pedimos cinco, cada uma custou 7 CUP. A macarronada custou 10 CUP.
            Voltei para a praia e esperamos o pôr do sol. Infelizmente uma grande nuvem estacionou e não permitiu ver a sua despedida. No regresso visualizamos uma grande lagoa onde se concentra muitos flamingos. Como já estava escurecendo não tinha nenhum no local.
            A noite cheguei até a casa e a Dona Ivete se aproximou dizendo que estava preocupada por não ter visualizado a mim e Graziela naquele horário. A Dona Ivete é bastante prestativa. Tomei um banho e fiquei na casa tentando assistir um filme, mas acabei pegando no sono.
           
           
  Fique ligado:
1-  Se for se hospedar em Santa Lucía é bom preparar o bolso.
2- Para se alimentar tem que procurar, são poucos lugares disponíveis.
3- A Praia de Santa Lucía é boa para mergulho. Infelizmente pegamos um fenômeno natural que deixou a praia com muitas algas concentradas na faixa de areia.
4- Indico a Casa Ivete. Apesar de ser 20 CUC possui uma estrutura de luxo.




DIA 19: CAMAGÜEY
13/02/2019 – quarta-feira.
           
            06:30 da manhã virou um horário padrão para despertar. Acordei cedo e fui arrumar as mochilas. Dona Ivete tinha orientado na noite anterior que os ônibus para a Cidade de Camagüey passam a partir das 09:00. A diversidade de transporte e linhas províncias estão disponíveis nas cidades localizadas na autopista central, é como se fosse uma BR-116 ou BR 101 no Brasil.
            Dona Ivete chamou a mim e Graziela para tomar um café, enquanto não chega o horário do ônibus. As 08:30 resolvi me despedir de Dona Ivete e seguir até a rodovia, para não ter nenhum imprevisto de confiar no horário. Minha previsão estava correta, pois as 08:45 da manhã surge um ônibus velho e cheio, da marca Daewoo. Quando vi a marca do ônibus lembrei-me do vizinho que tinha um carro preto da mesma marca.
            O ônibus transportava trabalhadores da Região. O Valor das passagens saíram por 1 CUC, mas no decorrer da viagem observei pessoas pagando com notas de 5 CUP. Graziela cismou do valor da passagem.
            A viagem foi tranquila, com uma única parada na cidade de Nuevitas. Chegamos ao centro da Cidade de Camagüey as 11:00, dentro do horário previsto, se direcionando até a estação de trem.
            Quando estava na Cidade de Moron, quando Graziela e Eu viajamos pela primeira vez de trem, observamos que existem linhas partindo para a estação de Camagüey. O valor da passagem é o mais barato de todos os meios de transporte e isso poderia nos favorecer em relação à economia da nossa viagem. Nosso próximo destino é a Cidade de Trinidad, que pertence a Província de Sancti Spiritus, distante 259 km. Contudo, a Cidade mais próxima localizada na autopista central é a de Sancti Spiritus, “capital” da Província homônima.
            Sabendo dessa logística, estudamos e descobrimos que o trem, partindo da estação ferroviária de Camaguëy, tem uma linha até a Cidade de Ciego de Ávila, distante 148 km. A partir de lá iremos seguir em outro transporte (trêm, caminhão, ônibus) com destino a Cidade de Trinidad. Mas, para nosso azar, a passagem de trem foi cancelada para todas as linhas da estação ferroviária de Camagüey.
            Partir e fui até o terminal onde sai os caminhões, que é um local bastante agitado e muito bagunçado. Direcionei-me a um rapaz que me informou o horário das 11:30 e 13:20 dos caminhões que fazem linha com destino a Cidade de Ciego de Ávila. Sabendo da informação, decidir com Graziela em almoçar e depois viajar, já que estava perto das 11:30 e faríamos uma viagem longa sem se alimentar, arriscando o horário das 13:00. Mas, para o nossa “maré de azar”, demoramos em achar um paladar e passamos do horário, perdendo o último caminhão. A única alternativa é viajar pela via azul.
            Na rodoviária, Graziela foi ao guinche da Via Azul e comprou duas passagens com destino a Trinidad, com o horário previsto das 02:25 da manhã da data 14/02/19. Cada uma custou 15 CUC. Chegamos na rodoviária as 14:30 e esperar por quase 12h.
            Para piorar uma forte chuva cai, atrasando os horários dos ônibus. Já pressentia que o da via azul vai atrasar.  Previsto para chegar as 02:25 da manhã, o ônibus estacionou no terminal rodoviário de Camagüey as 04:12 da manhã.

  Fique ligado:
1- Ao tiver duvida em relação ao transporte, concentrar e observar no mapa as cidades localizadas na autopista central.
2- Se chover forte em Cuba o transito para, pois é muito perigoso viajar com chuvas fortes. O risco de atrasar é eminente.
3- Não confiem no trem, pois pode ser cancelado a qualquer momento.
4- Existe um restaurante chamado 1514, um paladar bastante frequentado pelos Cubanos, com uma estrutura interessante e com preços populares.




DIA 20: TRINIDAD
14/02/2019 – quinta-feira.
           
Desembarquei na Cidade de Trinidad, com Graziela, as 09:10 da manhã, com muito sono e cansado. No terminal rodoviário uma jovem nos abordou oferecendo hospedagem. Após negociação fechamos o valor de 10 CUC e a seguimos. A casa simples fica em uma rua bem próximo ao centro e pertence a uma senhora chamada Laudelina.
Sra. Laudelina é uma pessoa bem simpática. Fez a escolha de ser uma arrendadora em divisa, terminando aos poucos as obras e adaptações da sua casa para está nos padrões legais e oferecer o melhor conforto e serviço. Ao conversar com ela e visualizar o seu esforço, comecei a lembrar da minha família, de meu pai e minha mãe, que fizeram isso muitas vezes para concretizar as atuais casas.
No inicio da manhã o tempo estava bastante fechado, com o céu cinzento e uma garoa, acompanhada por fortes trovões e relâmpagos. Mesmo assim sair para caminhar com Graziela.
Conhecemos o belo centro histórico da Cidade, que apesar da chuva estava cheio de pessoas. A Cidade de Trinidad é uma localidade presente em todos os roteiros das pessoas que vão conhecer Cuba, tornando uma das localidades mais caras.
Trinidad é cercada por serras, e ao pesquisar no aplicativo do MAPS.ME visualizei um ponto informando de uma possível cachoeira. Arrisquei e fui caminhando com Graziela até esse atrativo natural. Porém, só foi uma “possível mesmo. O caminho leva até uma zona rural, que termina em uma linha férrea. Acredito que possa ter uma cachoeira na serra, mas a trilha que o MAPS.ME indicou está errada. Tentei explorar aos arredores para ver se conseguia algo e nada! Para piorar um trecho estava completamente alagado, formando um grande poço e cobrindo a linha férrea, gerando um risco. Desistir e voltei ao Centro.
No final da tarde fui procurar um paladar para almoçar. Em alguns relatos observei que foi citado um local chamado El garage, que serve comida popular e cobra em CUP. Nesses relatos, um deles destaca que existe uma opção para vegetarianos. Procurei com Graziela e em poucos minutos achamos. O paladar está localizado em uma viela da Cidade, em direção Oeste. Chegando lá, de fato, é cobrado em CUP, mas não tem a opção vegetariana.
Após minutos de caminhada e procura, achei com Graziela outro paladar bem simples e sem identificação, localizado na saída da Cidade de Trinidad. Lá a funcionária ofereceu opções vegetarianas e que são cobradas em CUP, adotamos o local para o almoço na nossa passagem por Trinidad. Nesse mesmo paladar vende um chocolate muito saboroso e barato. Comprei 20 e me arrependi em não ter comprado o pote todo. Cada um custou 1 CUP.
O tempo melhorou e a noite foi “fervorosa” em Trinidad, me lembrando do pelourinho, bairro de Salvador, na época do verão. É muita gente, a maioria de estrangeiros. Nessa multidão conheci um casal de professores brasileiros que lecionam na Universidade de Brasília (UnB) e estão em Cuba participando, com apresentação do trabalho, no congresso internacional sobre educação e cultura. Passamos um bom período conversando a respeito do tema e de Cuba.
Nos bares da Cidade de Trinidad achei o Mojito de 0,80 CUC e não comprei. Mas tarde fiquei bem arrependido e testando a paciência de Graziela.


 Fique ligado:

1- Apesar de está finalizando a construção, indico a casa de Laurelina. Ela é uma pessoa muito bacana e bastante simples, com uma boa energia.
2- Pesquise bem em Trinidad. Por ser uma Cidade turística, os preços são elevados.
3- Localizei dois paladares que cobra em moeda nacional (CUP). El Garage e o outro localizado na saída da Cidade.
4- Não confie nas trilhas de Trinidad que o MAPS.ME indicar.
5- Já me antecipando, o Mojito mais barato que encontrei em Cuba, por incrível que pareça, foi na Cidade de Trinidad.
6- Comprar pães não é complicado, existem padarias e pessoas vendendo nas bicicletas.





DIA 21: PENINSULA DE ANCON
15/02/2019 – sexta-feira.
           
            Próximo a Cidade de Trinidad está localizada a praia mais conhecida e procurada da Província de Sancti Spiritus, denominada de Ancon, distante 11km. Inicialmente pensei em seguir de bicicleta, mas Graziela estava indisposta e acertamos em seguir de ônibus.
            O deslocamento de ônibus é oferecido pela empresa da TRANSTUR, onde a passagem custa 5 CUC, por pessoa, e tem validade das 09:00  as 18:00. A parada de embarque está na rua próxima a rodoviária, bem no centro da Cidade de Trindad. Seguimos as 09:00 e poucos minutos o ônibus apareceu. No local existem muitas pessoas oferecendo o valor de taxi coletivo, mas muito deles custam o dobro do valor do ônibus.
            O ônibus é o famoso "turistão", com o teto aberto e todos os passageiros estrangeiros. Quando embarquei fiquei um pouco incomodado, pois não gosto e não sou acostumado a utilizar esse tipo de serviço. Durante a viagem visualizei o casal de professores brasileiros da Unb e conversamos até o destino final.
            A viagem durou 30 minutos. Desembarquei em frente a um hotel e busquei informação do ultimo horário do ônibus. Combinei com Graziela que as 17:30 estaremos voltando para embarcar no último horário das 18:00. Despedir do casal de professores e seguir até a praia.
Em poucos metros visualizei o belo azul da Playa Ancon, com sua imensa faixa de areia e uma área concentrada com muitas pessoas, devido as barracas estarem por ali, compondo parte do serviço hoteleiro. Como não sou chegado a trechos da praia em que estão cheias de pessoas, procurei me afastar.
Seguir a esquerda, direção Leste, caminhando em uma grande faixa de areia quente e branca. A Playa Ancon, apesar de ter um tom azul, não é cristalina. As águas são frias como as demais visitadas até o presente momento. Durante o trajeto observei algumas pessoas fazendo o mesmo, caminhando para algum lugar mais tranquilo. Em trechos da faixa de areia mais afastada dos hotéis se observava a concentração de algas secas parecidas com da Playa de Santa Lucía, na Província de Camagüey. A cada metro caminhado, mais concentrada a camada de algas depositadas nas areias. Ao final da Península as águas estavam escuras devido a alta concentração e ali delimitava a caminhada. Na margem posterior inicia uma vegetação de manguezal com densas raízes e solo lamoso, tornando o nosso ponto final.
Permaneci por alguns minutos no final da Península da Playa Ancon com Graziela, observando os detalhes dessa bela paisagem. A maré é rasa e possível visualizar peixes, siris e caramujos, mesmo com as águas cheias de algas e com o tom escuro. Tentei avançar na água e encontrar um local de águas limpas para me banhar e observar os animais, mas sem sucesso. Para o meu castigo e pela teimosia, avancei pelo Manguezal e acabei sofrendo um corte no pé, que imediatamente ao tocar com a água salgada me fez sentir uma dor muito forte.
A Ponta da Península Ancon é referência do inicio da Baía de Casilda, onde se localiza uma das marinas turísticas administradas pelo Ministério do Turismo, a Marilyn. A praia não é boa para banho e utilizada muito para navegação e mergulho. Foi possível observar alguns barcos a vela e pequenas lanchas com mergulhadores.
Ainda era 12:00, quando acertei com Graziela em regressar e ficar em um local na praia até o horário de ir embora. A partir dali não tinha como explorar. Além disso, no final da Península não é bom para descansar e se banhar porque na faixa de areia, e nas águas, estão concentradas de algas secas. Regressei com Graziela, em uma caminhada lenta, até chegar às barracas. O total foi de 6 km (ida e volta). Passei entre as barracas e observei umas tendas de palhas vazias, afastada da “muvuca”, ficando por ali com Graziela e curtindo o banho. Nesse trecho as águas estavam azuis e não cristalinas. Pensei que poderiam estar quentes, mas continuavam frias.
As 17:30 esperei na parada do ônibus da TRASNTUR e no horário ele apareceu, as 18:00.  Na saída o motorista fez uma pausa para observar mais um belo pôr do sol, um espetáculo! O regresso foi tranqüilo, durando 30 minutos. Desembarquei no centro da Cidade e seguir com Graziela até o paladar que almoçamos no dia anterior. Para nossa sorte estava servindo comida e nos alimentamos. Caminhamos até o final da noite e regressamos, chegando na casa da Laudelina as 22:20.


Fique ligado:

1-      Com 5 CUC você escolhe ir para a Playa Ancon de ônibus, pela TRANSTUR, ou de bicicleta, tendo o direito do aluguel pelo dia.
2-      Na Playa Ancon tem os bares dos hotéis que oferecem serviços para pessoas que não estão hospedadas. Agora prepare o bolso.
3-      No atual momento em que estava lá a faixa de areia, a esquerda dos hotéis, em direção ao final da península, concentrava uma grande concentração de algas.
4-      Caso prefira ir de ônibus da TRANSTUR, os horários dos embarques estão fixados próximos ao motorista.




DIA 22: VARADERO
16/02/2019 – sábado.

            Despedir da Sra. Laudelina e partir as 06:00 da manhã.O ônibus com destino a Cidade de Varadero está marcado no horário das 07:00 da manhã, custando o valor de 20 CUC. Antes de seguir ao terminal rodoviário, acertei com Graziela em passar em um paladar e tomar café. No terminal rodoviário tomei um susto com a concentração de tanta gente.
            Graziela foi se informar e recebeu a resposta de que o ônibus está a caminho, isso já passava das 07:30 da manhã. Várias pessoas estavam na mesma posição que a nossa, procurando saber uma posição da empresa Via Azul e os funcionários não davam uma precisão ou previsão de partida. Como já tinha lido relatos a respeito dos atrasos e imprevisto da Via Azul, não era surpresa. Graziela estava na dela também e ficamos sentados em um muro aguardando o ônibus chegar.
            As 08:14 aparece um ônibus velho, informando o nosso destino. Comecei a reclamar do valor pago e o serviço prestado. Tem o velho ditado: “no inicio é flores e depois as dores”. De fato! É assim que a Via Azul trata os seus clientes. A viagem foi tranqüila, sem nenhuma parada, “levando direto”. A viagem durou 6h, chegando as 14:15 no terminal provincial de Varadero.
            Varadero é uma Cidade moderna, diferente das que visitei em Cuba. Ônibus urbanos com ar condicionado, construções novas e grandes, hotéis, bares e restaurantes luxuosos, ruas amplas, limpas e arborizadas, me deixando bastante surpreso. Os arrendadores em divisas são casas grandes, de alto padrão, visualizadas em todos os lugares.
            Sair com Graziela e fomos caminhando atrás de algum arrendador simples e barato, uma tarefa difícil em Varadero. Caminhamos mais de 30 minutos, visitando dezenas de casas. Cada casa visitada recebia a triste resposta que as habitações estavam ocupadas, sem disponibilidade para hospedar. Reparei que na maioria das casas possuem mais de uma hospedagem e não tinha vaga, fiquei cismado. As poucas que encontrei o preço é cobrado no valor de 35 CUC, fora dos nossos padrões. Após muito caminhar, encontrei com Graziela uma residência que oferece hospedagem por um dia apenas, cobrando 25 CUC. Junto com Graziela começamos a negociar e fechamos o valor de 20 CUC pela diária, sendo obrigados a sair as 12:00 do dia seguinte. Essa é a segunda hospedagem em que Graziela e Eu pagamos acima da média estabelecida no planejamento, no valor de 15 CUC. Conseguir uma hospedagem em Varadero foi um dos maiores desafios durante todos esses dias.
            As 15:45 sair com Graziela e fomos a praia, que fica no outro lado da avenida, bem perto da casa. A procura pela casa tomou muito do nosso tempo, restando o final da tarde. Decidir com Graziela que voltaremos para Havana no dia seguinte, após o vencimento da diária estabelecida, no horário das 12:00.
            Varadero é uma cidade que está localizada na península Hicacos, bem estreita, onde a porção de terra que se avança ao mar possui uma largura de pouca quilometragem. Observei que na margem esquerda (Noroeste) está às praias aptas ao banho e na margem direita (Nordeste) o mar para navegação, pesca esportiva e área portuária, chamando a minha atenção.
            Particularizando a praia, só fiz atravessar a avenida principal e já podia visualizar a grande e larga faixa de areia branca com o um belo azul cristalino ao fundo. A praia de Varadero, como muitos relatam, pode ser uma das mais belas da Ilha de Cuba. Águas azuis, claras e cristalinas, como se fosse uma piscina natural. Na minha análise não é mais bela que as praias Pilar e Las Gaviotas, mas está no nível delas. Na praia se concentrava muitos banhistas, a praia estava lotada, levando a fama de “turistona”. Barracas e bares estão distribuídos ao longo da praia, além dos grandes hotéis luxuosos.
            O que me chamou muita atenção na praia foram os banhistas. Na minha observação não visualizei nenhum Cubano, só estrangeiros. Os únicos cubanos que observei foram os funcionários dos bares e hotéis.
            Resolvi com Graziela permanecer em uma sombra que achamos, abrindo mão da caminhada por conta do horário. Decidimos acordar na manhã seguinte, bem cedo, e fazer a caminhada até onde for possível. Tentei esperar o pôr do sol, mas a fome “apertou” e fui com Graziela atrás de um paladar.
            Por falar em paladar, na Cidade de Varadero deu muito trabalho para localizar um. Na avenida principal ja era certo em não localizar, pois é referência e de fácil acesso aos bares e restaurantes de luxos, além dos hotéis. Graziela tinha me alertado que tinha visualizado uma simples barraca, em uma das ruas secundárias quando estávamos procurando um local para se hospedar. Decidimos localizar e após uns 10 minutos de caminhada Graziela localizou e observamos que estava aberto. Chegando ao local recebemos a confirmação de que serve almoço.
            O paladar chama La Ruina e Cafeteria, uma simples barraca de metal, com três mesas disponíveis. No local serve almoço e bebidas. Pedimos um almoço adaptado, sem nenhum tipo de carne e tempero. O dono estranhou, mas disse que faria conforme solicitamos. Os frequentadores ficaram nos olhando, pelo fato da gente ser  estrangeiros. Um senhor se aproximou e começou a dialogar e afirmou que nunca viu um estrangeiro almoçando ali, que sempre vão aos restaurantes. Expliquei a ele e logo se aproximaram mais pessoas, que ao descobrirem que somos brasileiros começaram a puxar assunto. Graziela e Eu conversamos por algumas horas e depois voltamos para a casa.

Fique ligado:

1-      Em Varadero é difícil encontrar um Arrendador em Divisa vago.
2-      A média de preço de uma hospedagem está 25 CUC, prepare o bolso.
3-      Paladar é muito difícil de achar, só encontramos o La Ruina.
4-      Aconselho a se hospedar em Santa Marta, Cidade antes de Varadero. Lá existe transporte para Varadero e o trajeto dura 20 minutos.
5-      Mesmo com os impasses vale apena conhecer a praia de Varadero, é uma das mais belas de Cuba.
6-      Não faça câmbio na CADECA de Varadero, o valor é mais baixo.






DIA 23: HAVANA
17/02/2019 – Domingo.

            As 07:00 da manhã sair com Graziela atrás de um paladar para tomar café. Acertei com Graziela em aproveitar o turno matutino para caminhar pelas praias de Varadero. Achar um paladar na Cidade é difícil, bem que tentamos e não encontramos. O que nos salvou foi uma padaria, onde compramos pães feitos na hora.
            Quando estava planejando a viagem de cuba, reparei que na Cidade de Varadero existem hotéis que estão localizados na faixa de areia da praia, onde imaginei que isso poderá limitar a caminhada até aquele ponto. De fato! Era o que imaginava.  Iniciei a caminhada com Graziela as 09:00 da manhã, em direção Nordeste, chegando na praia vazia e limpa, não chegava a ter 10 pessoas aglomeradas, me deixando bastante surpreso. Acredito que o movimento deve se iniciar no final do dia, já que grande parte dos visitantes gosta de curtir a noite badalada da Cidade. Chamei Graziela e disse: “vamos chegar até a alvenaria que visualizei no satélite de um hotel, nosso ponto limite, temos 2h disponível para ir e voltar”. Graziela concordou.
            As águas da praia impressionam pela tonalidade e clareza do azul, é algo “surreal”. Classifiquei as praias de Varadero na 3° posição das mais belas de Cuba, ficando atrás da Praia Pilar(2°) e Praia Las Gaviotas (1°). Poucos metros, a frente, é possível visualizar os grandes hotéis luxuosos, com suas cadeiras vazias e bares fechados.
            Um fato que me chamou a atenção foi um grupo de gaivotas na areia que pareciam dançar com seus passos nas areias quentes, parecia uma coreografia.
            As 10:10 cheguei a bendita alvenaria que visualizei na imagem de satélite, confirmando o trecho limite da caminhada. Do inicio até esse ponto totalizou uma distância de 6,8 km. Acima da alvenaria está um imenso campo de golfe, com o grande hotel um pouco mais recuado. Passei alguns minutos e regressei.
            No regresso visualizei que tem mais hotéis sendo construídos bem próximo a faixa de areia. O turismo é a principal renda da Ilha de Cuba, tanto para o Governo e a população. O que sustenta a Ilha e ajuda em seu PIB são as atividades do turismo. Um fato engraçado foi o acontecimento de dois casamentos na praia.
            Fiz uma pausa com Graziela e fomos nos banhar nas águas transparentes de Varadero. A temperatura da água até que estava agradável.
As 11:00 aceleramos os passos para arrumar as mochilas e desocupar o quarto da casa, conforme o horário limite combinado, das 12:00. Antes passei no mercado para comprar um galão de água e trocar dinheiro em uma CADECA. Por falar em cambio não faça, em hipótese alguma, um câmbio em Varadero, vai acabar perdendo dinheiro.
Chegamos no arrendador de divisa e a dona da casa estava com uma “carona”, bem zangada. Bastante irritada ela começou a falar do horário, questionando que já era 12:30 e o combinado era as 12:00. Quando visualizei meu relógio mostrava a hora de 11:30. Fiquei irritado também e mostrei o meu relógio a ela. No final descobrir que meu relógio atrasou 1h e a mulher estava certa.  Para piorar minha situação, o próximo hospede só estava aguardando a minha saída. Subi com Graziela, peguei as mochilas, arrumei os nossos objetos de qualquer jeito e desocupei o quarto. Nós dois, todo sujos de areia, não tivemos nem tempo para se banhar. A mulher, bem irritada, disse que poderíamos deixar a mochila na varanda enquanto pudéssemos resolver nossa situação. Chamei Graziela e combinamos em almoçar e depois ir até o terminal rodoviário e comprar as passagens até Havana, queria sair de Varadero o mais rápido possível. As praias são belas, mas a Cidade é “complicada”, não da para mim.
Compramos as passagens para Havana, cada uma no valor de 10 CUC, previsto para sair no horário das 14:00. Em seguida fomos almoçar no paladar do dia anterior. Engraçado é que na rodoviária as pessoas nos observavam, pelo fato de Graziela e Eu estamos sujos de areia.
Dessa vez, no horário previsto, as 14:00, embarquei com Graziela e seguimos com destino a Capital.
A viagem foi tranquila, em um ônibus velho da Via Azul, sem banheiro e com o ar condicionado fraco. Sentei nas ultimas poltronas com Graziela, já que as poltronas não são marcadas. As pessoas nos observavam porque estávamos sujos de areia e suados, em certo momento pensei que estava fedendo.
O trajeto entre Varadero e Havana foi 2h. Quando passou por Santa Marta fiquei lamentando em não ter escolhido essa cidade para ser a base em me hospedar. Outro fator interessante foi a bela vista da Cidade portuária de Matanzas, capital da Província homônima. Nesse mesmo trajeto é possível conhecer e trafegar na maior ponte construída de Cuba, chamada de Bacunayagua. Sua altura passa dos 100m, construída em meio de uma densa vegetação.
Desembarquei na praça central José Marti, bem próximo do bairro de Havana Velha. A parada oficial do ônibus é na rodoviária da Via Azul, ficando distante do Centro.
Assim que desci do ônibus com Graziela uma senhora nos aborda oferecendo casa, cobrando o valor inicial de 20 CUC. Com essa senhora eu nem negociei, determinei o preço que pretendo pagar, sem a mais ou menos, estabelecendo o valor de 10 CUC.
Essa senhora se chama Margarida, insistiu em justificar seu preço e tentou me vencer no cansaço. Acabei não dando relevância e seguir a pé, com ela vindo atrás. A senhora Margarida se cansou e aceitou o valor de 10 CUC. Acertamos o valor de duas diárias e voltamos para a parada de ônibus.
Poucos minutos embarcamos no ônibus P11 e desembarcamos no Capitólio. A casa da Sra. Margarita está localizada no bairro Chino, bastante centralizado e perto de tudo, melhor que a localidade do Hostel em que fiquei hospedado nos primeiros dias em Havana. Fiz o mapeamento e adotei o Chino como bairro para se hospedar. Graziela gostou muito e ficou olhando os locais possíveis para almoço e outros arrendadores para os dias finais da viagem.
A casa da Senhora Margarita fica no 2° andar de um cortiço, bem ajustada. Para mim não precisa de muita coisa, achei uma boa hospedagem, não só pelo preço. No arrendador tinha até um sofá. O ruim foi que o ar condicionado quebrou e ficamos com um ventilador de teto muito fraco e fazia um forte calor em Havana.
Aproveitamos o final da tarde para almoçar e caminhar pelo Bairro Chino, mapeando e conhecendo as principais localidades. A noite fui caminhar com Graziela e observar o movimento na Cidade. Acabei vacilando e tomando uma “aplicada” da Margarida na tarjeta de internet, pagando o valor de 2 CUC, por uma hora, dobro do preço oficial.

Fique ligado:

1-      Fica atento no relógio e o horário de Cuba, pois passei por um constrangimento.
2-      Existe uma padaria localizada próxima a Avenida de acesso a estrada central
3-      Se for para Havana, saindo de Varadero, e pretende se hospedar no Centro da Cidade, desembarque na Praça Central Jose Marti.




DIA 24: HAVANA
18/02/2019 – segunda-feira.

            Essa parada em Havana foi pensada, pois Graziela e Eu precisamos resolver algumas pendências burocráticas a respeito do visto de permanência no País. Todo turista tem que ter o visto que concede 30 dias de permanência em Cuba, custando o valor de U$ 25,00 dólares. Caso precise renovar, só é pagar o mesmo valor e concede o direito de permanecer mais 30 dias. No meu caso e de Graziela, vamos permanecer 32 dias e esses dois dias que estão nos deixando preocupados.  Não estamos a fim de pagar mais U$ 25,00 dólares por dois dias.
            Seguir ao Aeroporto Internacional Jose Marti, de buzu, na linha P 12. A viagem é um pouco longa porque segue pela imensa Av. Rancho Boyeros. Lembrando que o aeroporto fica localizado no município de Boyeros.
            Em Cuba deve ter precaução a respeito dessas questões burocráticas, pois as punições não são boas. A mais leve é uma multa de U$ 100,00 dólares e a mais pesada é a prisão com posterior deportação. Não estou a fim de ser punido, vou resolver isso, nem que custe o meu dia.
            Desembarquei com Graziela no trevo do Aeroporto Jose Marti e seguir a pé os 3,5 km até o terminal 03, localidade de embarque e desembarque dos vôos internacionais. No saguão observamos uma funcionária do Ministério do Interior e fomos tirar nossas duvidas para saber em como poder resolver esses dois dias em Cuba, sem precisar renovar visto. A funcionária nos atendeu, mas o argumento dela foi muito superficial, não mostrando confiança. Graziela cismou e retornou para ver com outro funcionário, que falou a mesma coisa da colega, mas pediu os documentos, conferiu as datas e disse que não teria problema esses dois dias, já que a passagem está comprada e o segundo dia só será até o inicio da manhã. Graziela continuou cismada, achando a explicação superficial. Eu estava tranquilo, se o funcionário falou está falado. Pensei até grava-lo, mas na hora cismei.
            Quando estávamos pensando em caminhar os 3,5 km de volta ate a AV. Rancho Boyeros, aparece um ônibus conexão Aeroporto, que passa por la. Pagamos 1 MN pela duas passagens e seguimos. Na Av. Rancho Boyeros não esperamos nem 01 minuto, embarcando no imenso ônibus sanfona da linha P 16, em direção ao Centro da Cidade.
            Pela tarde fui com Graziela até o guinche da Via Azul, a fim de comprar as passagens para a Cidade de Viñales, nosso último destino fora da Província de La Habana. Na primeira vez fui e voltei a pé, dessa vez seguir de ônibus com Graziela.
            Um fato interessante é que o ônibus mudou a letra da linha e a frota. Na primeira vez que fui, quando me direcionei a Baía dos Porcos, embarquei na Calzada de Infanta no ônibus da linha P27, um veículo velho e todo acabado. Agora não!  A linha mudou para A27 e os ônibus são novos. O melhor de tudo é que não demorou. Da primeira vez quase perdia o horário do ônibus da Via azul devido à demora desse ônibus da antiga linha P27.
            No guinche da via azul, mais uma vez, o assédio dos taxistas oferecendo os seu serviços que não nos agradava pelo alto valor. Para “piorar, a funcionária não compreendia o “portunhol” de Graziela, me obrigando a escrever no papel: “2 Viñales, 19/02/2019, não seguro”. A funcionária riu e disse: “agora sim”. O valor de cada passagem custou 12 CUC, no horário das 14:30
            Ao Final da tarde fui assistir mais belo pôr do sol em Cuba, dessa vez no Malecon. O melhor local para visualização é no bairro do Vedado, existe um trecho da orla que o ângulo é perfeito para visualizar o sol “sumindo” nas águas do mar. Um fato interessante é a Estatua de Jose Marti apontando para a embaixada dos Estados Unidos da América, que fica bem próximo ao local em que visualizei o pôr do sol.
            A noite fui caminhar e conhecer mais localidades de Havana. Explorei muito o bairro Chino e o Malecon. Aproveitei para caminhar pela noite na orla de Havana, algo que ainda não tinha feito. O calçadão é iluminado em alguns trechos e outros trechos bastantes escuros, mas movimentado. O melhor de tudo é que não precisa se preocupar com a sensação de insegurança, algo que não existe em Cuba. Qualquer localidade é segura (menos a base militar de Guantánamo).

Fique ligado:

1-      Se tiver alguma pendência burocrática em Cuba, seja documental, visto, etc. resolva! Priorize para não ter problemas.
2-      No Aeroporto Internacional Jose Marti, para os estrangeiros, deve seguir até o terminal 03.
3-      A linha P27 mudou para a linha A27.
4-      Se programe para visualizar o pôr do sol no Malecon de Havana. O melhor lugar para se visualizar é no bairro do Vedado, um pouco depois da embaixada dos EUA.



DIA 25: VIÑALES
19/02/2019 – terça-feira.

Vinãles é o nosso penúltimo destino e a parte mais a Oeste que falta para a “volta em Cuba” ou “ponta a ponta”. Hoje acordei um pouco tarde, as 09:00. Sai com Graziela e achamos um paladar na rua ao lado da casa, bem interessante. No local conversamos por vários minutos com o dono e mais dois policiais, que permaneceram no local ao saber que somos brasileiros, puxando assuntos diversos.
A viagem para Viñales é a tarde, prevista no horário das 14:30, dava tempo de almoçar. As 11:30, Graziela e Eu despedimos da Sra. Margarida e fomos até um paladar almoçar. Mas para nosso azar (ou não), passou um ônibus da linha P 27, vazio. Abrimos mão de almoçar e embarcamos com o receio de chegar no limite do horário previsto ao embarque.
Chegamos cedo ao terminal rodoviário da Via Azul e esperamos o horário. Dessa vez o ônibus partiu as 14:30, conforme a passagem. A viagem foi tranquila, com uma parada em um posto de apoio que possibilitar comprar objetos, ir ao banheiro e almoçar.
 No local conheci um funcionário da INFORTUR, que ao saber que Graziela e Eu somos brasileiros, começou a puxar assunto. Peço desculpa por esquecer o seu nome, mas o rapaz é fã de Nelson Ned e Roberto Carlos. O engraçado é que foi em Cuba, através do dialogo com esse funcionário, que descobri que o Roberto Carlos tinha problema na perna? Pense! Gostei desse ponto de apoio da INFORTUR porque tem vários mapas e são gratuitos. Peguei todos que tinha o direito de levar. Graziela ficou um pouco envergonhada, mas Eu não quis saber, peguei um de cada e levei. Fiquei parecendo uma criança quando visualiza um brinquedo que mais gosta e deseja em ter.
Esse mesmo funcionário fez o intermédio para reservar uma residência em Viñales, já que Graziela estava preocupada em não achar casa na Cidade por ser “turistona”, igual a Varadero. O rapaz da INFOTUR ligou e disse que na praça de desembarque terá um senhor chamado Aldo, que vai está com uma plaquinha segurando com os nossos nomes. O valor cobrado pela hospedagem foi de 15 CUC.
A viagem durou 2h, passando pela Cidade de Pinar Del Rio, capital da província homônima, para embarque e desembarque. A partir dali se inicia o “trecho de emoção”, que são quase 25 km subindo a serra e descendo até chegar ao Vale que está na Cidade de Viñales.
No inicio da subida da serra quase ocorria uma batida frontal do ônibus da Via Azul e um ônibus da TRANSTUR, pois a curva é muito fechada. Todos os passageiros da Via Azul se assustaram. A partir dali não conseguir nem piscar os olhos. Fiquei atendo a tudo. O trecho Pinar Del Rio x Viñales considero o segundo mais perigoso de Cuba, ficando atrás de Ímias x Baracoa.
Chegando na praça de Viñales, que é o terminal de ônibus, visualizo um monte de pessoas com placas e oferecendo hospedagem. No meio delas vejo um senhor segurando a placa com o meu nome e de Graziela. Sr. Aldo se apresentou e nos levou até sua casa.
A casa do Aldo é uma bela casa e com uma ótima localização. Toda verde, a casa possui duas hospedagem. O Aldo apresentou a sua família e pediu qual a hospedagem preferíamos, já que a duas estavam vagas. Escolhi a primeira, que possui mais janelas e achei mais espaçosa e bem distribuída. Deixei pago as duas diárias iniciais, com possibilidade em renovar, caso necessitar.
No final da tarde faltou energia em toda Vinãles, deixando a Cidade nas escuras. O bom foi que a lua estava cheia, gigante, iluminando as ruas, possibilitando uma bela vista. Entrei na casa e peguei a maquina, onde fiquei na varanda registrando imagens, utilizando a longa exposição.
A energia voltou duas horas depois, por volta das 20:00. A noite sair com Graziela, pois estávamos morrendo de fome. Quando regressamos o Aldo nos abordou e perguntou se teríamos interesse em algum passeio na Região. Informei que tenho interesse no Cayo Jutías e o Aldo indicou um contato, confirmando que amanhã tem saída ao Cayo Jutías, no horário das 08:00. O valor é de 20 CUC, por pessoa. Conversei com Graziela e acabamos aceitando, deixando reservado.

Fique ligado:

1-      Existem mapas gratuitos disponíveis no posto da INFORTUR, local onde o ônibus da Via Azul faz a parada.
2-      A Estrada de Pinar de Rio para Viñales é bonita e perigosa.
3-      Apesar de ser pequena, Vnãles tem muito arrendador em divisa, sem a necessidade de reservar. Pesquisando pode achar um valor de 10 CUC, tranquilamente.
4-      Existem poucos paladares, ficando “refém” dos restaurantes.




DIA 26: CAYO JUTÍAS
20/02/2019 – quarta-feira.

            A noite foi um pouco ruim, toda hora acordava com a sensação de diarreia. As 06:00 me levantei e aguardei Graziela acordar. Saímos as 07:00 em busca de localizar um paladar para tomar o café da manhã, sem sucesso. O máximo que encontramos foi uma lanchonete turística que vende um copo de suco no valor de 5 CUP e pão no valor de 15 CUP.
            As 08:20 buzina um caminhão FORD antigo, cor de laranja, com uma carroceria adaptada, era o transporte que vai levar a mim e Graziela para o Cayo Jutías. O Caminhão é um “pau de arara” de luxo, com bancos de ônibus e tolhas de banho para cada pessoa em cada assento. Descobrir que são várias pessoas que vão no veículo.
            Graziela e Eu fomos os primeiros a embarcar. Posteriormente o caminhão foi na porta de cada pessoa para buscar e embarcar. Nesse procedimento se gastou 1h e 10 min., circulando na pequena Cidade de Viñales.
            Partimos em direção a Cayo Jutías, as 09:30, se direcionando ao Noroeste. A estrada é muito ruim, cheio de buracos, obrigando ao motorista do caminhão a trafegar numa velocidade máxima de 40 km. A paisagem que encanta com os imensos morros que estão nas margens da estrada. É possível visualizar muitos animais caminhando no asfalto, a exemplo de: porcos, cavalos, vacas, cabras e carneiros.
            Nos quilômetros finais passa por um pequeno pedraplan com 6 km de extensão. O trajeto de 61 km durou 1h e 50 min, chegando ao Cayo Jutías as 11:00. Graziela já estava um pouco chateada por conta do horário e ter perdido, praticamente, o turno matutino no embarque dos passageiros e na estrada.
            O Cayo Jutías é um pouco diferente e antagônico aos Cayos de Santa Maria, Coco e Guillermo. Enquanto os três possuem uma boa estrutura de hospedagem, serviços e luxuosidade, o Cayo Jutías não possui estrutura de hospedagem. O acesso é difícil e limitado, com um único bar da empresa Marilyn, que administra o local. Eu achei interessante porque tinha pouca aglomeração das pessoas.
            O caminhão estacionou em uma grande área de areia, que serve de ponto de apoio para os veículos estacionarem. Lá observei outros veículos fretados estacionados. O motorista marcou o local de encontro as 15:30, com o regresso as 16:00.
            Seguir com Graziela e em poucos metros já observava um tom ciano nas águas do Cayo Jutías, me hipnotizando. A paisagem é tão peculiar e encantadora que vegetações de manguezal se misturavam as águas brilhantes e calmas. De longe parece ser cristalinas, mas não são. As águas são bem embasadas, com baixa visibilidade nas áreas mais profundas.
            Tentei caminhar ao Oeste, com o objetivo em chegar a “ponta” do Cayo Jutías, mas sem sucesso. Um funcionário da Marilyn nos abordou e alertou que a partir daquele ponto não poderia mais caminhar, pois é uma área restrita ao visitante. Comecei a questiona-lo, mas o rapaz respondia com frieza e diretamente.
            Regressei e fui ao leste, adentrando em uma área com uma densa vegetação de manguezal e sendo atacado por uns minúsculos mosquitos. Nesse trecho era possível visualizar e curtir pequenas praias, de águas cianas e calmas, parecendo uma clássica piscina natural. Esse trecho foi de quase 3km, chegando próximo um farol bem antigo e degradado. A partir dali não é possível caminhar devido o denso manguezal.
            Regressei e comecei a curtir as minúsculas praias que visualizei com Graziela na ida. Por volta das 14:00 surge uma grande nuvem cinza que descarrega uma forte chuva. Esperei com Graziela na área da estrutura da Marilyn, parecia uma tempestade.
            A chuva durou quase 20 minutos e depois amenizou. Mesmo com o tempo fechado e as águas com um tom cinza, voltei com Graziela até a praia e curti um banho frio até a hora do encontro, as 15:30.
            As 16:00 partimos para Viñales. A viagem foi longa, parecia interminável, apesar de ser o mesmo caminho. Os mesmos 61 km foram feitos em 2h e 10 min., devido a estrada ruim e está escurecendo.
            Nessa noite jantei em um restaurante chamado El Cubito, foi um dos mais em conta e com uma boa estrutura. O prato, como sempre, foi o Congri. Na noite anterior almocei lá e o garçom estava com um bom humor, ao ponto de oferecer uma limonada. Hoje o rapaz estava com uma cara fechada, sem conversa e expressão de “poucos amigos”.  No final da noite observei a bela lua cheia com Graziela e depois fui dormir.
           
Fique ligado:

1-      Para saeguir até o Cayo Jutías deve se fretar um transporte. O mais em conta que achei foi o Caminhão coletivo. Apesar de ser um caminhão, a estrutura é boa.
2-      Tente programa para sair cedo, pois a estrada é muito ruim
3-      Faça a caminhada ao Leste do Cayo Jutías, entre os manguezais. È possível visualizar minusculas praias lindas
4-      Tente driblar o segurança da Marilyn e chegar ao ponto mais Oeste do Cayo Jutías.
5-      Existe um único restaurante no Cayo Jutías, administrado pela empresa Marilyn.
6-      Leve seu lanche.



DIA 27: VIÑALES
21/02/2019 – quinta-feira.

            No 27° dia em Cuba que pude realizar uma trilha. A primeira vez era para ser na Cidade de Trinidad, mas sem êxito.  Acordei ao amanhecer com o susto que o relógio me deu. Muitas notificações chegando e comecei a estranhar, mas na verdade foi um sinal de wi-fi aberto que proporcionou centenas de notificações. Graziela ficou animada e foi aproveitar, mas durou poucos minutos. A internet é do Aldo e parece que deve ter ouvido o som das notificações e desligou o roteador.
            O Aldo quis nos oferecer um café com panquecas, que foi recusado. Porém, ele tanto insistiu que acabei aceitando com Graziela. Tomamos o café e agradecemos. Poucos minutos o Aldo reaparece e diz que poderíamos da uma colaboração pelo café. Graziela ficou bem chateada e Eu também. Para o azar de Aldo fingimos que não compreendemos, deixando ele sem graça.
            Partimos as 08:50 e fui direito na CADECA fazer um câmbio, pois estávamos com pouco dinheiro. Hoje é o dia de fazer trilha e conhecer as plantações da folha do tabaco, usando o “faro de trilheiro” para chegar a essas localidades sem precisar pagar um guia.
            As grandes atrações de Viñales são os passeios nas plantações de tabaco para produzir os charutos, além das trilhas e esportes radicais realizadas aos arredores dos grandes morros. Cavernas rios são as grandes atrações, com direito a escalada e a prática de rapel. Tudo isso tem o preço e não é nada barato. Entretanto, o acesso é livre não sendo obrigado um condutor. O Aldo, ao saber, tentou fazer um drama com o objetivo em contratar o serviço de guiada de um amigo, mas ele fez com a pessoa errada, sendo recusado de imediato.
            Na CADECA troquei 100 Euros por CUC e de lá seguir pela rua ao lado, iniciando a caminhada. O trecho oficial para ter acesso às plantações, e as trilhas pelas cavernas, está na rua ao lado da CADECA.
            Caminhei com Graziela em uma pequena rua e observei um senhor que estava com dificuldade em levar uma sacola de iogurtes e queijo. Ajudamos e ele começou a puxar assunto. O senhor tem 85 anos e se chama Ciro, que contou um pouco da sua história e a de Viñales.  O Sr. Ciro nos levou até uma conhecida que cultiva Tabaco e ela mostrou todo o processo, dês da colheita ao enrolamento do charuto, fumando em seguida. Graziela e eu provamos e estava bom. Antes de acender o charuto, a dona da FINCA passa um pouco de mel na parte que se traga, Eu não conhecia esse procedimento. No final foi pedida uma taxa de visitação e acabei pagando 1,25 CUC.
            Despedimos da moça e do Sr. Ciro, que fez questão em nos levar até o inicio de acesso as trilha da Cueva de La Vaca. Eu já sabia o caminho, pois consultei o aplicativo do MAPS ME., orientando a localização e o caminho bem delimitado. No inicio da trilha agradecemos a Sr. Ciro e partimos.
            Esse caminho possibilita três atrativos, sendo eles:
1)- Cueva de La Vaca;
 2) plantações de Tabaco;
3) Cueva del Palmarito.

            O roteiro do dia será esse, em busca do objetivo de realizar esses três atrativos. Chegamos a uma portaria e um senhor nos abordou, perguntando a nacionalidade e puxando assuntos sobre o Brasil. Nessa portaria existe uma pequena casa de visitante oferecendo alguns produtos para venda, ainda existe um grande mural com vários objetos. O engraçado que a maioria é cédulas. Fiz a colaboração de deixar uma nota de R$ 2,00 e uma moeda de R$ 0,10. O senhor ficou muito feliz.
            Acessei com Graziela em uma fazenda com a trilha bem visível, mas cheia de bifurcações. Em poucos metros observei a Cueva de La Vaca e fui à direção dela. O primeiro caminho me distanciava, sendo que voltei e seguir a direita, caminhando por uma das várias bifurcações. Apesar de ser fácil, devido o trecho ser visível e “batido”, as trilhas formadas na fazenda possuem muitas bifurcações, condicionando a te levar para outras plantações com distancias quilométricas.
            Na trilha é possível visualizar bois de canga das fazendas. Apesar da cara séria, os animais não são agressivos. Antes de chegar na Cueva de La Vaca existe uma grande escada de cimento que da acesso a caverna, localizada no meio de um morro ( que em Cuba é conhecido pelo termo “mogote”).
            A Cueva de la Vaca (Caverna da Vaca) é pequena, deve ter uns 100m de extensão. No inicio existe uma “caixa de cimento” cheia de lixo, principalmente garrafas plásticas, uma cena bizarra e incomoda. Antes de entrar na caverna fiquei alguns minutos com Graziela registrando umas fotos e observando a paisagem das fazendas que estão abaixo do morro, proporcionando uma bela paisagem e a grandeza das FINCAS de Tabaco.
            Liguei a lanterna e entrei com Graziela, pedindo a ela em não olhar para cima. A caverna possui muitos morcegos, concentrados nas partes altas. Graziela morre de medo de morcego. Se visualizar um é capaz de gritar e sair correndo. Nessa caminhada Graziela obedeceu e foi tranquilo, chegando ao outro lado da caverna.
            No outro lado proporciona uma bela vista dos vários morros e as dezenas de fazendas de plantação da folha do tabaco, predominando no belo Vale de Viñales. Do mirante visualizei três cavernas bem distantes, cada uma em um morro. Fiquei na duvida qual era a do Palmarito.
            Em um dos relatos observei que a Cueva del Palmarito é a única que possui um rio que adentra na caverna, servindo de referencia. Consultei o MAPS ME. que me mostrou um suposto caminho, resolvi arriscar.
            Fui com Graziela e passamos por mais plantações de folha de tabaco , ao ponto da trilha adentrar entre as plantas. Parei e fiz umas fotos. Alguns pássaros cantavam e se destacavam entre as folhas, as aves eram de espécies que ainda não sei o nome e nunca tinha visto.
            Desci um trecho íngreme da Cueva de La Vaca até a continuação da trilha, que segue em mais uma fazenda. La em baixo já era possível visualizar grupos passeando de cavalo e conhecendo as FINCAS. Seguir com Graziela, em passos largos, passando esses grupos. Os condutores nos olharam com cara de poucos amigos e não nos importamos. Ficamos cismados desses grupos estarem seguindo para a Cueva del Palmarito, queríamos visualizar a caverna igual a Cueva de La Vaca, sem ninguém presente.
            Nessas fazendas existem umas casinhas de apoio que vendem produtos, Graziela parou em uma delas e bebeu um cafezinho, que foi o mais caro pago até hoje, no valor de 1 CUC.
            O trecho entre a Cueva de La Vaca até a Cueva del Palmarito é um pouco perigoso devido as bifurcações. São muitas bifurcações, o tempo todo. É pegando uma e visualizando outra, pois as trilhas estão entre as fazendas. Esse trecho foi realizado em quase 1h, devido aos caminhos errados que seguia. No final visualizei um rio barrento e seguir-lo, chegando a Cueva del Palmarito.
            Diferente da Cueva de La Vaca, a Cueva del Palmarito fica na base do morro com um rio de leito fino e águas forte correndo para o interior da caverna. As águas barrentas não possibilita ver a profundidade, que a meu ver, pelo menos nesse trecho inicial, parece ser raso. Liguei a lanterna e avancei com Graziela caminhando pelo trecho úmido e escorregadio da margem direita verdadeira do rio. Com 2 minutos de caminhada a lanterna de Graziela começa a falhar e me veio à lembrança das crianças da Tailandia que ficaram presas na caverna, me deixando bastante cismado. Chamei Graziela e decidir abordar o caminho, ficando no inicio da caverna que estava com claridade.
            Voltamos e lá permanecemos por quase 1h. Algumas formas no interior da caverna são interessantes. Acredito que foram feitas pelas águas que escorrem dos grandes paredões. Visualizei estalactites, mas não cheguei a ver nenhuma estalagmites.
            As 15:00 regressamos, realizando o mesmo caminho invertido. A volta foi tranquila, pois já sabia todo o trajeto. Na Cueva de la Vaca visualizamos um grupo praticando bolden, promovido pela agencia Cubanacan (uma das várias agencias do Ministério de Turismo de Cuba – mTUR).
            Graziela propôs em conhecer o museu da história, distante 4 km do centro de Viñales. Estava cansado, mas aceitei. Fomos caminhando pela Calle Salvador até o trevo, todo caminho é feito pela margem da rodovia de asfalto. Já passava das 16:30 quando visualizamos o mural antes de entrar. O engraçado que para ter acesso a parte interna e visualizar de perto o mural da história deve pagar um valor de 3 CUC, por pessoa.
            O mural da história é uma pintura feita por algum artista local, retratando animais e objetos durante a evolução dos seres. Dinossauros, macacos, homens da caverna, mamutes e entre outros se destacavam. Antes de chegar à portaria parei com Graziela e observei. No final do trevo é possível ter uma boa visualização, sem a necessidade de entrar. Toda essa obra está desenhada e pintada em um grande paredão rochoso de um morro.
            Regressamos e visualizamos mais um belo pôr do sol na Calle Salvador. Chegamos ao Centro de Viñales bem cansados e com fome. Paramos em um restaurante na rua principal e almoçamos uma sopa de feijão com arroz. Minha fome estava tanta que solicitei uma macarronada com queijo e Graziela mais outra sopa de feijão. Antes de dormir passamos em uma lanchonete e degustamos alguns copos de suco de manga, cada um no valor de 5 CUP.
           
Fique ligado:

1-      A rua de acesso a trilha rstá ao lado da CADECA.
2-      Apesar de a trilha ser batida e larga, existem muitas bifurcações.
3-      A Cueva de La Vaca é bem tranquila.
4-      A Cueva del Palmarito é acessível, porém é bom ficar atento com rio que adentra na caverna.
5-      Se tiver tempo existem outras cavernas ao lado que é interessante em conhecer.
6-      Os famosos charutos são fabricados com as folhas produzidas dessas fazendas.
7-      Nas fazendas vendem charutos, caso se interesse.



DIA 28: HAVANA
22/02/2019 – sexta-feira.

            Despedimos do Aldo e seguimos para a parada de ônibus que embarcar com destino ao terminal rodoviário de Pinar del Rio, capital da mesma província homônima. Na volta decidir seguir uma das referência que planejei esse roteiro, chegando em Havana de caminhão e fazendo uma boa economia. Já acostumei a viajar de caminhão e enfrentar os perrengues em Cuba, as “guaguonas” são velhas conhecidas.
            A parada de ônibus fica em frente à funerária, na penúltima travessa da Calle Cienfuegos. O micro-ônibus não demorou, passando as 10:00. O valor da passagem foi de 2 CUP, por pessoa.
            A viagem foi tranquila, o veículo foi fazendo várias paradas de embarque e desembarque, além de lotar rapidamente. A estrada entre Viñales e Pinar del Rio que é o atrativo, com suas perigosas curvas sinuosas e a paisagem da serra. Dessa vez não houve tensão e momentos perigosos, como ocorreram na ida pela Via Azul.
            Desembarquei no terminal provincial de Pinar del Rio as 11:10, com muita gente e pouca orientação. Fui até uma funcionária que me ensinou onde embarca os caminhões. Aguardei em uma “fila” onde tinha uma quantidade de pessoas aguardando para seguir nesse caminhão com destino a Havana. A espera foi de quase 30 minutos até o portão abrir.
            Corri com Graziela e entramos no caminhão vermelho, com poltronas espumadas, um pouco confortável. De todas as viagens feitas utilizando o caminhão essa foi a mais confortável. Paguei o valor de 100 CUP (4 CUC) referente a minha passagem e a de Graziela. As 12:00 o veículo saiu.
            A viagem foi bem tranquila, muitas das pessoas que embarcaram seguiam para Cidades próximas. As mais relevantes são Mayambeque e Artemisa, capitais das províncias homônimas. A duração foi de 2h e 15 min, chegando até a parada da Calle 100, as 14:15.
            Em Havana os caminhões não entram no terminal provincial, cada linha tem uma parada específica. A linha que vem da Província de Pinar del Rio é na Calle 100, uma principal rodovia que leva as Cidades do Oeste de Cuba.
            Na Calle 100 seguir caminhando com Graziela na margem dos viadutos até chegar na Av. Rancho Boyeros. Assim que chegamos passou o ônibus da linha P12 e embarcamos. Corri ao ponto de “dobrar o pé” e quase torcer o tornozelo. Tive muita sorte.
            Desembarquei no bairro Chino e seguir com Graziela procurando arrendador em divisa para ficar. Tomamos três sustos, com preços de 25 CUC. Como no Centro de Havana existem muitos arrendadores de Divisa e não tínhamos pressa, seguir com Graziela procurando. Na quarta tentativa, precisamente na Calle San Rafael, encontramos uma boa casa.
            O dono se chama Damian e se ofereceu o quanto poderíamos pagar e os dias que vamos ficar. Fui bem sincero em padronizar o meu preço, no valor de 10 CUC e que pretendo ficar 4 dias e 3 noites. O Damian nem esperou terminar e mandou subir, aceitando o valor.
            A casa fica no primeiro andar de um cortiço, dando aparência de ter sido reformada. Essa casa foi a primeira que ficamos com os cômodos disponíveis só para mim e Graziela. Sala, Cozinha, varanda, banheiro e quarto. Damian entregou a chave e disse que a casa é nossa e qualquer coisa a mãe mora ao lado e poderia chama-la. Uma das coisas que nos mais interessou foi o liquidificador, possibilitando a fazer sucos.
            A Calle San Rafael conheço de “olhos fechados”, é a imensa rua em que se tem de tudo e o lugar perfeito para se hospedar. O arrendador em divisa do Damian é a casa completa. Além disso, o interior da residência é muito bonito com as colunas de mármore e os detalhes das formas no teto, muito interessante.
            Almocei na Calle Zanja e de lá seguir caminhando até o Malecon e assistir o pôr do sol no bairro do Vedado, sendo um dos mais bonitos vistos até ao presente momento nesses meus 27 anos.

            Fique ligado:

1-      Existe um horário das 10:00 que parte um micro-ônibus de Viñales para o terminal provincial de Pinar Del Rio ,custando o Valor de 2 CUP.

2-      O Caminhão que vai para a Cidade de Havana, saindo do terminal de Pinar Del Rio, é no horário das 12:00. O Valor são de 50 CUP ou 3 CUC.

3-      O final é na Calle 100. Se for ao Centro de Havana, Malecon, Havana Velha, deve ir caminhando pela margem do viaduto e descer na Av. Rancho Boyeros. Os ônibus que servem são da linha P12 e P16.

4-      Recomendo a casa do Damian



DIA 29: HAVANA
23/02/2019 – sábado.

            Graziela sugeriu, nesse 29° dia, em conhecer uma localidade de Havana chamada Fusterlandia, que tem um interessante trabalho artístico e cultural em Cuba. Não questionei e resolvemos chegar até lá, que está localizado no bairro de Jamainatas, um bairro nobre ao Oeste de Havana. Seguimos até a estação de trem e embarcamos no ônibus da linha P4, soltando na 5° Av. e seguindo a pé nas belas ruas arborizadas e casas de alto padrão. A parada do ônibus é onde estão concentradas as embaixadas.
            Da estação de trem até o trevo de acesso a localidade é uma longa viagem, devido ao itinerário do ônibus. O aplicativo MAPS.ME me ajudou a desembarcar no local exato.
            Caminhei por 2 km com Graziela, passando pela bela Avenida 5°. Destaque para o Centro Universitário de Química, que naquele momento estava fechado. Atravessei a rua com Graziela e nos muros já observava os belos desenhos feitos com pedaços de azulejos através da técnica do mosaico, dando formas, cores, personagens e reflexões.
            A Fusterlandia é homenagem ao Jose Fuster, idealizador da ideia. Quando ele iniciou, na década de 1970, do Século XX, o bairro de Jamainatas era uma colônia de pescadores com uma urbanização e saneamento bastante precário. Todas as casas estão revestidas com o mosaico, com vários desenhos e informações. Mas a atração principal é a sua casa e museu a “céu aberto”, que está presente as suas principais obras.
            Entrei com Graziela e não foi cobrado nenhum valor, ficando facultativo à colaboração. O espaço é imenso, com coreto, escadas, paredes e até uma imensa piscina revestida com a arte do mosaico. Passamos um tempo ali observando as formas e imagens.
            Pensava que a atração ia ser rápida, mas custou o dia todo. Para piorar, tomei um “chá de cadeira” com Graziela ao esperar o ônibus P4. Acabamos em se retar e seguir a pé até a parada final da linha P1, que fica 4 km de distância. Fizemos essa escolha por conhecer o itinerário dessa linha. Embarcamos e desembarcamos na Calzada de Infanta, almoçando em um dos paladares concentrados nessa rua.
            Final da tarde seguir caminhando com Graziela até o Malecon, que está perto do local em que almoçamos. Assistimos mais um belo pôr do sol e voltamos para casa. Nesse dia resolvemos utilizar a internet, com um cartão de 3h que tínhamos a disposição a ser utilizado em caso de extrema emergência. Como está no final da viagem, resolvemos usar nesses dias finais em Havana.

Fique ligado:

1-      Se for de ônibus a linha mais próxima é o P4. Pode utilizar dois transportes, caso escolha a outra linha é a A10.
2-      Na volta pode ser feito o mesmo procedimento, mas aconselho desembarcar no bairro da Miramar e seguir no ônibus da linha P1.
3-      A taxa na Fusterlandia, nesta presente data, é facultativa. Tinha levado pouco dinheiro e não colaborei.


  
DIA 30: HAVANA DEL ESTE
24/02/2019 – domingo.

            No almoço do dia anterior aceitei com Graziela para nesse 3° dia em Havana, após o circuito pela Ilha de Cuba, em conhecer as praias do Leste de Havana, locais que a maioria dos cubanos frequenta.
            Para isso seguimos, novamente, para o TTFCC (terminal de trens e cargas), onde está a parada de embarque do ônibus da linha A40 (TFFCC x Guanabacoa). Essa é a principal linha de ônibus que leva as praias do leste.  Não demorou muito e embarcamos em um ônibus lotado. Para piorar tinha um grupo de adolescentes fumando dentro do veículo, incomodando alguns passageiros. O jovem não estava nem ai para quem se incomodada.
            A viagem foi longa, seguindo pela estrada de acesso a Varadero. A distancia foi de 25Km, feitos em 1h até a parada inicial de Guanabacoa, local escolhido para desembarcar e seguir a pé pela praia.
            No dia 28 de janeiro, quando o tornado passou por Havana, Guanabacoa foi a localidade mais atingida, onde visualizei vários imóveis destruídos e ruas danificadas.
            A praia de Guanabacoa é pequena, simples e com um tom de água azul escuro. Iniciei a caminhada pela praia as 08:50, encontrando as areias sujas, cheias de garrafas de cerveja. Atravessei a foz do Rio Boca Ciega, bem fácil, chegando na praia de Santa Maria Del Mar.
            A Praia de Santa Maria Del Mar já possui as águas azuis claras e cristalinas, com pequenas ondas e bem extensa. Ideal para um banho. Nesse trecho final, perto da foz do Rio Boca Ciega, estava com poucos banhistas. Fiz uma parada com Graziela e aproveitamos algumas horas por lá. Aos poucos íamos caminhando e fazendo pequenas pausas para banho e observação, além de descansar nas areias, que estavam mais limpas que das praias de Guanabacoa. As 11:00 começou chegar as pessoas e rapidamente a praia ficou lotada, parecendo o Porto da Barra em dia de domingo (por coincidência é domingo).
            A praia lotou e seguimos a caminhada rumo ao Oeste, chegando até a praia de Megano. Menos movimentada que Santa Maria Del Mar, a praia de Megano não é ideal para banho. As águas são violentas e as ondas fortes. Além disso, não tinha nenhum local com sombra e o sol forte não dava condições de descansar na areia.
Rapidamente saímos e seguimos em busca de um local para almoçar, sem sucesso. Comidas temperadas com carne ou com presunto. Desistimos de procurar e resolvemos voltar para Havana.
A volta foi um pouco tensa. Após a subida de uma forte ladeira, em um sol quente, aguardamos em uma parada de ônibus que está desativada, sendo migrada para alguns metros a frente. Descobrimos após o ônibus da linha A40 “passar direto”. Graziela cismou e disse que não era ali a parada. De fato! Estava quase 100m a frente.
Em Havana estava muito calor, uma sensação bem incomoda. Nesses dias finais de Cuba foi que senti o verdadeiro calor relatado nos textos que me serviu de referencia. Sérios embates rolaram com Graziela devido ao chuveiro, pois, enquanto Graziela só se banha com o chuveiro no quente, independente da temperatura, Eu só me banhava no frio, se pudesse gelado.
A noite experimentei o “batido de guayaba” (vitamina de goiaba), feito de uma água suspeita e higienização suspeita. Graziela cismou e ficou com nojo. Acabei arriscando e provei, estava saboroso. A vitamina tem uma forte venda paladares do Centro de Havana.

            Fique ligado:
1-      Nos relatos a linha TFFCC x Guanabacoa está citado com a linha A400. Em 2019 foi mudado para a linha A40.
2-      A parada da linha A40 está do outro lado da estação de trem
3-      A caminhada de Guanabacoa até Megano é tranquila e fácil em se fazer
4-      A praia mais bela é a Santa Maria Del Mar e a mais cheia. No local existem serviços que vendem comidas e bebidas




DIA 31: HAVANA
25/02/2019 – segunda-feira.

            Nesse penúltimo dia foi dedicado a conhecer o museu da revolução, localizado no Centro de Havana. Na noite anterior me reunir com Graziela para fechar os valores dos gastos e reparamos que economizamos mais do que imaginávamos. Um dos nossos maiores desafios é gastar 60 CUC em um dia.
Saímos no inicio da manhã em busca de livrarias para comprar alguns livros, que durante as pesquisas percebemos os preços estavam bem elevados. Passei em uma charutaria e comprei alguns charutos de marcas para presentear.
Almoçamos em um paladar perto do museu e posteriormente seguimos para a sua visitação. O valor para estrangeiro é diferenciado para os cubanos. O valor para estrangeiro custa 8 CUC e da o direito em conhecer todo o museu. Para nosso azar algumas áreas estão em reformas, limitando o acesso. Não tínhamos muita escolha.
O museu da revolução enfatiza todo o processo histórico de Cuba, fazendo um resumo do período colonial e detalhando os fatos a partir da revolução cubana, em 1959, liderada pelo Fidel Castro. É um ótimo local para quem quer conhecer os detalhes da história de Cuba. Destaque para o barco Gramma, um avião estadunidense abatido e os tanques de guerra.
Queria muito detalhar um pouco da história de Cuba e todo o seu contexto, mas o objetivo é relatar, de forma bem resumida, esse período em Cuba para fins turísticos e de viagem econômica.
            A visita durou o dia todo, pois o museu é muito grande. Mesmo com espaços limitados e impedidos de ter acesso, devido as reformas, as áreas disponíveis estão com muitos materiais e objetos relevantes para conhecimento.
            A noite fui fazer minha ultima caminhada no Malecon com Graziela e começamos a lembrar dos fatos nesses dias em Cuba, fazendo uma reflexão dos momentos vividos nessa viagem. Quando estávamos regressando localizamos um paladar chamado El italiano, que vem uma boa macarronada recheada com queijo por um ótimo preço, no valor de 12 CUP. Alimentamos-nos, que apenas um prato deu para satisfazer e acabar com a fome. O único ponto negativo é a organização dos cubanos, já que eles não têm a prática de fazer filas.

Fique ligado:
1-      O museu da revolução cobra o valor ao estrangeiro em CUC.
2-      Para quem gosta de comer massa e de boa quantidade, recomendo o paladar El Italiano, localizado na Calle Aguiar, perto do Malecon.



DIA 32: HAVANA x CIDADE DO PANAMÁ x SALVADOR
26/02/2019 – terça-feira.

            Até logo Cuba, acordei pensando nessa frase. Ao tomar café sentir uma sensação ruim, um peso, que não comentei com Graziela, resguardando para mim. A prioridade é se organizar para ir até o aeroporto, já que o vôo para a Cidade do Panamá está marcado no horário das 11:00 (horário de Cuba).
Acordamos as 06:30, ajustamos tudo e despedimos do Damian. Fui caminhando com Graziela até a praça da fraternidade, local onde saem os ônibus urbanos que passam no trevo do aeroporto. Antes de embarcar visualizamos um paladar e resolvemos tomar um café.
Quando saímos passou um ônibus da linha P16, que passa no trevo do Aeroporto Internacional Jose Marti. Embarcamos e seguimos viagem em um ônibus vazio. Um fato estranho é que todo passageiro que embarcava o motorista falava: “Boyeros, Boyeros”, me deixando cismado.
A viagem foi tranquila até o viaduto da Calle 100, onde o ônibus parou e mandou todos descerem, segundo o motorista ali é a parada final. Já se passava das 09:30 e Graziela e Eu começamos a nos preocupar com o horário.
Logo atrás veio um ônibus da linha P12 lotado. Sair correndo e invadir a porta do meio do ônibus com a mochila cargueira esbarrando no povo. Os passageiros deveriam está me xingando de tudo que é nome, mas não tinha escolha, o máximo que pude fazer foi me desculpar.
Ao embarcar dei falta do meu celular que estava no bolso, acabou caindo quando corri para pegar o ônibus na Av. Rancho Boyeros. O celular com a tela de 6, em um bolso raso, fica fácil para cair. Nele tinha algumas fotos e vídeos que não tinha transferido para o computador, me entristecendo muito. Além disso, todo o roteiro gravado no aplicativo MAPS.ME foi perdido, já que não fiz a migração para ficar salvo no meu histórico.
Desembarquei no trevo as 09:50 e fui caminhando quase 03 km até o terminal 3 do aeroporto. Chegamos lá as 10:20 e a fila da Copa Airlines estava grande. Graziela acabou deixando um canivete na mochila de mão, que teve ser descartado no momento do embarque. Lamentamos muito porque o equipamento era bom e foi caro. Para piorar acabei dando falta do meu carregador de mão, que lembrei que deixei em cima do guarda roupa na casa do Damian.
Embarcamos as 11:00 com destino a Cidade do Panamá, local da escala. A viagem foi tranqüila, durando 2h. Poucos minutos embarcamos com destino a Salvador, Bahia, com a viagem durando 9h.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá ! Comentário com duvidas mande através do e-mail: ospobresmochileiros@gmail.com
Peço esse favor pelo fato da pagina não está me notificando quando um leitor escreve no comentário dos relatos.

No e-mail a resposta é rápida .

Gratidão.

SEJA BEM VINDO

Inicio esse blog com uma adaptação de um prefácio do livro Homens e Caranguejos, escrito pelo autor Josué de Castro (1908-1973), na perspectiva em mostrar ao leitor o que os relatos podem contribuir (ou não) em seu planejamento, em sua viagem, ou até mesmo na construção de um capitulo da sua vida.

" Nas terras [...] do Nordeste brasileiro, onde nasci, é hábito servir-se um pedacinho de carne seca com um prato bem cheio de farofa. O suficiente de carne - quase um nada- para dar gosto e cheiro a toda uma montanha de farofa feita de farinha de mandioca, escaldada com sal. Foi talvez, por força, deste velho hábito da região do Nordeste Brasileiro, que resolvi servir ao leitor deste blog, muita farofa com pouca carne. Sentido que a história que vou contar (através dos relatos), uma história magra e seca, com pouca "carne de emoção". Resolvi desenvolver os textos bem explicativo que engordasse um pouco desse blog e pudesse, talvez, enganar a fome do leitor - a sua insaciável fome de aventura e emoção - em busca de objetivos e ações na constituição de um "novo", uma mudança em suas práticas cotidianas, na concepção em viver os momentos e aproveitar o sentido da vida" (CASTRO, 1967).

Através do menu acima do blog, escrito RELATOS (trekking, Litoral, urbano), você(s) pode desfrutar na leitura, acompanhando nossas história, comentando, tirando duvidas, entre outros.