MONTE RORAIMA - 2016 - [PARTE 01]


Ao Kliber Perez
in memorian
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- Santa Elena de Uairen, 13 de outubro de 2016. Quinta-feira.



# Monte Roraima: Dia 01.
         Serão apresentados todos os fatos detalhados no primeiro dia de trilha realizado por Fael e Graziela em busca da ascensão do Monte Roraima, com o itinerário: Paraitepuy x Acampamento Tek.


# Paraitepuy.
Manhã ensolarada em San Francisco de Yuruani, poucos ventos e um forte calor. Fael e Graziela estavam de pé, por volta das 07:00 da manhã, ajustando os últimos equipamentos na mochila. Em seguida os mesmos foram se alimentar com um café da manhã composto por panquecas e o indigesto “chafé”.

Patriotas, os Venezuelanos adoram seu País, mesmos com todos os problemas políticos, sociais e econômicos. Nas casas que Fael e Graziela puderam visitar foi observado por eles uma bandeira e o brasão do País. No alojamento em que eles estavam tinha um brasão detalhado da Republica Bolivariana da Venezuela.

As 09:40 da manhã estaciona um Toyota Land Cruiser, anos 70, bem conservada., com um senhor e mais dois rapazes. Mellani pede para o grupo se juntar e entregar as mochilas cargueiras ao dono do carro para serem arrumadas no teto do veículo. Enquanto o procedimento ocorria, Mellani apresentou dois rapazes vão se junta ao grupo, identificados com os nomes de Kliber e Oxcel. Os dois serão os seus auxiliares na caminhada do Monte Roraima (conhecidos como “carregadores”). Ao final um garoto se juntou aos demais. Seu nome é Sant, filho de Mellani, que para a surpresa de todos fará todo o trajeto.

As 10:00 da manhã o grupo é "fechado", formado pelos venezuelanos Álvaro, Oriana e Katharine; os brasileiros Fael e Graziela; os guias venezuelanos Mellani, Kliber, Oxcel e o filho de Mellani, Sant, com o objetivo em percorrer o Monte Roraima em 8 dias e 7 noites.

O entrosamento foi rápido, o portunhol começou a ser praticado pelo grupo. Em alguns momentos Fael tinha dificuldade de compreender devido a fala rápida do espanhol dos venezuelanos. A Katharine era a que falava mais rápido, necessitando que Graziela ajudasse a Fael na compreensão da sua fala.

A caminho de Parateipuy, partindo de San Francisco de Yuruani, pela troncal 10, o acesso é pela estrada vicinal, um pouco antes da comunidade indígena Kamarê, numa distância de 15 km, aproximadamente. Muitos cascalhos e trechos em péssimas condições fizeram com que o motorista da land cruser fizesse “malabarismo” para não “afundar” nas grandes ravinas.

A duração entre o trecho do trevo de Paraitepuy até a portaria do Monte Roraima foi por mais de 1h. As 11:15 da manhã, o grupo realizou a inscrição e teve acesso a trilha. A “portaria” de acesso fica em uma comunidade de descendentes indígenas, ocupada com a construção de pequenas casas e um deposito, com o nome de Paraitepuy. Com vegetação característica de cerrado, o lugar é bastante simples, característicos de vilarejo, bem isolado. O sol castigava e não ventava, proporcionando o forte calor. O que chamou a atenção de Fael e Graziela foram os cachorros que estavam muito maltratados e famintos. As 11:40 da manhã o grupo inicia a caminhada no forte sol do cerrado venezuelano.


Imagem 01 - LandCruser. Estrada para Paratepuy. Bolivar, Venezuela. Ano: 2016.


# A savana Venezuelana.
Trechos bem batidos e delimitados, sem muita dificuldade de visualização. Assim iniciou a caminhada na trilha oficial do Monte Roraima. Fael e Graziela receberam um lanche de Mellani, pois estava incluído no acordo que os mesmos fizeram. Os Venezuelanos tinham que fazer seus lanches por conta própria, pois o acerto foi diferente dos brasileiros.

A delimitação da trilha mostrava fatores poucos conhecidos nos trechos iniciais do Monte Roraima. Muito lixo concentrado e espalhado (garrafas, sacolas, resto de alimentação), num processo lento de deterioração. Quanto mais se caminhava visualizava a presença de lixo, isso nos primeiros quilômetros, incomodando Fael e Graziela que comentava entre eles o todo momento.

Além do lixo que incomodava, o sol encandeou e castigava os trilheiros, que tinham ainda de vencer as fortes subidas íngremes. Paradas estratégicas em locais de córregos e sombras das poucas árvores eram feitas para “repor as energias”.

A vegetação é composta, por boa parte, do tipo herbáceo e arbustivo, com poucas árvores concentradas. A margem da trilha concentrada de vegetação rasteira, parecida com capim, formando uma “pastagem natural”. Fael e Graziela observaram toda a paisagem e lembraram as savanas no continente da África. Segundo eles, é muito parecido.

Imagem 02 - Portaria de acesso a trilha do Monte Roraima. Paratepuy, Bolivar, Venezuela. Ano: 2016.


Imagem 03 - Inicio da trilha do Monte Roraima. Paratepuy, Bolivar, Venezuela. Ano: 2016.

Imagem 04 - Lixo acumulado na margem da trilha do Monte Roraima. Paratepuy, Bolivar, Venezuela. Ano: 2016.

Álvaro, Oriana e Katharine estavam levando mochilas muito pesadas, que afetaram o rendimento deles na caminhada. A guia Mellani fazia várias paradas, pois levava muito peso. Fael e Graziela estavam sempre à frente, mas retardava os passos a fim de esperar os demais.

Graziela reclamava com Fael dessas paradas. Segundo ela, o caminho é bem delimitado e não correria o risco em se perder. Além do mais são guias e sabem o caminho. Mesmo assim Fael resolveu esperar, provocando irritação em Graziela.

Sant, o filho de Melani, com apenas 07 anos de idade, estava bastante animado. Acompanhando os passos de Fael e Graziela, o menino acabou deixando a mãe para trás. Com muita disposição e sem reclamar, o garoto caminhava e vencia as subidas íngremes e o forte calor. Perguntado se gosta de fazer trilhas, Sant respondeu, com muita simpatia, que gosta e não é a primeira vez que faz a trilha do Monte Roraima. As 13:00 o grupo chegou a um trecho da trilha onde pode observar as formações rochosas do Monte Roraima e o Monte Kukenan, merecendo uma parada a fim de registrar fotos. Fael resolveu reunir todo o grupo para fazer o registro dos integrantes.

Imagem 05 - Da esquerda para direita: Álvaro, Katherine, Sant, Melani, Graziela, Fael, Oriana. Na esquerda o Monte Kukenan e a direita o Monte Roraima. Bolivar, Venezuela. Ano: 2016.


# Acampamento Tek.
A caminhada continuou nos trechos bem batidos da trilha delimitada em direção ao Monte Roraima. A cada passo o grupo sentia a sensação da proximidade da formação rochosa, tornando o centro da atenção de todos. Fael e Graziela seguiam no ritmo bom, devido às mochilas estarem mais leves do que os demais. Katharine, mesmo com a mochila pesada, seguia os passos de Fael e Graziela. Os guias sentiam a exaustão por conta do peso que carregava, Fael sempre refletia a respeito dessa exaustão e imaginou o que pesaria tanto nas mochilas artesanais dos carregadores. Já o simpático garoto Sant carregava uma pequena mochila, se divertindo na companhia de Fael e Graziela.

O sol estava em posição poente, amenizando o forte calor. A cada passo dado a ansiedade aumentava para chegar ao acampamento tek. Após 03 horas de trilha, de trechos planos com alguns aclives e declives íngremes, Fael e Graziela visualizam uma área com barracas de camping espalhadas, a maioria delas da cor laranja, sinal de que era o acampamento. As 16:30 todos dos grupo ( Sant, Alvaro, Oriana, Katherine e os guias: Melani, Kliber, Oxcel) chegaram até a parte superior do acampamento tek, resolvendo montar as barracas naquele local, próximos uns aos outros.

O acampamento tek é uma grande área com um leve declive pouco acidentado, de solo duro, acima do rio que leva o mesmo nome. Existem duas construções na área, sendo que uma está fechada, utilizando-se apenas da varanda como “varal de roupas”. Essa mesma construção está bem na área de camping, com estado de abandono. Além de varanda para secar as roupas, a parte externa da casa se tornou a "cozinha oficial" do acampamento Tek. A outra construção localizada na margem esquerda da trilha está ocupada por um rapaz.

Imagem 06 - Acampamento Tek. Trilha do Monte Roraima. Bolivar, Venezuela. Ano: 2016.

A paisagem é encantadora, atraindo os olhares dos trilheiros acampados. Destaque para os Montes kukenan e Roraima situados na grande planície do Parque Nacional Canaima. A vegetação chama a atenção pelo fato de não ser observada uma árvore, característica de pastagem.

Diversas nacionalidades de indivíduos estavam acampadas no tek. Poderia se observar ingleses, espanhóis, noruegueses, alemães, brasileiros,colombianos, argentinos, japoneses, coreanos entre outros, com o objetivo em ascender o Monte Roraima e desfrutar das paisagens e dos fenômenos a mais de 2.600m de altitude.  

No final da tarde é hora de encarar a água gelada do Rio tek. Para se banhar os trilheiros seguiram alguns metros abaixo, chegando ao leito do rio. Algumas cascatas são formadas no seu trajeto, como um chuveiro natural. Fael e Graziela demoraram em encarar as águas geladas do Tek, mas não tinha muita escolha. Após o primeiro mergulho o corpo começa a se "habituar" com a temperatura da água.   


Imagem 07 - Rio Tek. Trilha do Monte Roraima. Bolivar, Venezuela. Ano: 2016.

A noite um “inimigo” letal iniciou a sua tortura no acampamento tek, um pequeno inseto chamado Puri-puri, atacando os trilheiros sem que percebesse. Quando tinham a noção do ataque realizado pelos insetos, à bolha de sangue estava presente na pele causando uma forte coceira e ardência, ao mesmo tempo, no indivíduo.  Do grupo a que mais sofreu com os Puri-puri foi a Oriana, sua pele ficou manchada com os estouros dos caroços de sangue. Fael e Graziela sofreram alguns ataques nos pés, pois os dois estavam de calças e meias, mas mesmo assim não escaparam. Os guias Melani, Kliber e Oxcel estavam acostumados com os insetos e nem se incomodavam com os Puri-puri.

O almoço da noite foi composto por macarrão, queijo, banana frita e molho de tomate, sendo que Fael e Graziela não cozinhavam por está acertado entre os guias. No acordo que eles fizeram, Mellani ofereceu o serviço de conduzir até o Monte Roraima incluindo a alimentação. Os equipamentos Fael e Graziela trouxeram do Brasil e levaram em suas mochilas cargueiras.

Por falar dos equipamentos, a barraca de Fael e Graziela, uma Nepal Aztec, deu trabalho para ser montada no acampamento tek. Por conta do solo duro e da barraca não ser autoportante, composta por uma vareta, a aztec não fixava no solo. Mas para resolver o problema Fael conseguiu uns fragmentos de rochas que serviram de apoio para da sustentabilidade a barraca.

Pós Jantar, Fael e Graziela conversaram um pouco e observaram o porquê do peso da mochila dos guias Mellani, Oxcel e Kliber. Os três, além de levar os equipamentos básicos como: roupas, sacolas, alimentação, carregava um pequeno bujão de gás e um mini fogão, fazendo o jus do grande peso nas mochilas. Os guias venezuelanos, muito deles, não têm condições de investir em equipamentos modernos e facilitadores para trilhas, como os mini fogareiros e o tek gás. Além do mais, esses produtos são muito caros na cotação local, pelo fato da moeda está desvalorizada por questões sociopolíticas. 


Imagem 08 - Barraca de Fael e Graziela no acampamento Tek. Trilha do Monte Roraima. Bolivar, Venezuela. Ano: 2016.

As necessidades fisiológicas são realizadas de uma maneira nada comum pelos trilheiros. Os guias são obrigados a levarem uma “barraca banheiro”, junto com um assento de vaso sanitário, cal e sacolas para serem depositadas as fezes. Após formar o "balão" se mistura o cal com as fezes e essa sacola será entregue aos guias, um hábito no Monte Roraima.

Fael e Graziela ficaram bem constrangidos. As necessidades realizadas na primeira noite não foram entregue a sacola aos guias, por inúmeros motivos, sendo o principal considerado ser uma "falta de respeito ou de consideração" aos condutores levarem as fezes dos visitantes, no pensamento de Fael e Graziela. Nesse dia 01 houve uma forte resistência, tanto que Fael preparou um espaço na mochila para levar as fezes. Em relação da urina, poderia ser nas margens, bem afastada da área do camping. Para isso os homens não tinham problemas, ficavam de costas e urinava. Entretanto para as mulheres era um pouco difícil, devido à vegetação baixa, sem árvores no local, composta por capim. Era inevitável se abaixar e alguns observarem. A depender pode ser uma situação constrangedora para alguns e para outras nada demais, vai ao pensamento de cada pessoa.  As 21:00 todos se recolheram devido aos temíveis Puri-puri.




- Parque Canaima, 14 de outubro de 2016. Sexta-feira.


# Monte Roraima: Dia 02.
Serão apresentados todos os fatos detalhados no segundo dia de trilha realizado por Fael e Graziela em busca da ascensão do Monte Roraima, com o itinerário: Acampamento Tek x Acampamento base.

# Rio Kukenan.
         Noite tranqüila, sem barulhos ou incômodos, com o despertar iluminado pelo nascer do sol. Fael e Graziela foram os primeiros acordar, por volta das 05:00 da manhã. Os Venezuelanos: Álvaro, Oriana e Katherine acordaram em seguida e começaram a preparar o café e desmontar as barracas. Os guias foram os últimos acordar, por volta das 06:30 da manhã, nesse horário já tinha grupos seguindo em direção ao acampamento base. Os 05 integrantes aguardaram a organização dos guias Mellani, Kliber e Oxcel para poder seguir, pois dependia deles. O parque tem uma política de que toda a trilha deve ter, pelo menos, um condutor credenciado com o grupo, limitando os avanços de Fael e Graziela.

         O café foi servido as 08:00 da manhã, com variedades alimentícias composta por: pães, tomate, pepino, café, além de um “sanduíche” de milho. Enquanto uns se alimentava, outros já preparavam os equipamentos, pois o grupo era o único que estava no acampamento tek. 35 minutos após, Mellani reúne os 05 componentes do grupo e propõe para seguir com ela, enquanto Kliber e Oxcel permaneceram no acampamento tek desarmando os equipamentos para alcançar o grupo posteriormente.

Imagem 09 - Katherine, Melani e Graziela. Trilha do Monte Roraima, Parque Canaima, Bolivar, Venezuela. Ano: 2016.

         A trilha seguiu em direção ao rio tek, com um pouco de dificuldade na travessia do seu leito devido ao volume de água. Algumas rochas serviam para auxiliar nas passadas, sem a necessidade de molhar os pés. A trilha segue adiante em trechos aclives e pouco íngremes, com o forte sol "encadeando" os trilheiros. Uma construção surge na margem direita, segundo Mellani é uma igreja, sem a informação do nome. A igreja é bem rústica, feita de fragmentos de rochas. Alguns metros a frente é possível visualizar o Rio Kukenan, bem mais volumoso que o Rio Tek. Sua travessia foi pensada, pois a correnteza estava um pouco forte e necessitou da atenção dos trilheiros. Mellani e kliber auxiliaram Fael, Graziela, Álvaro, Katherine e Oriana na travessia do seu leito.

Imagem 10 - Igreja "rustica". Trilha do Monte Roraima, Parque Canaima, Bolivar, Venezuela. Ano: 2016.


Na outra margem está localizada uma área de camping bem estruturada, bastante espaçosa, com uma construção que pode servir de abrigo em caso de emergência. No momento não tinha ninguém na “casa”, toda feita de adobe e madeira. Essa área é conhecida como camping Kukenan. Uma placa de identificação está inserida com as normas de conduta aos visitantes, fixada em uma área bem destacada. No presente momento em que Fael, Graziela e os demais chegaram não tinha ninguém acampado.
  

Imagem 11 - "Base Camp kukenan". Trilha do Monte Roraima, Parque Canaima, Bolivar, Venezuela. Ano: 2016.


Mellani fez uma pausa e sugeriu que o grupo aproveitasse o local. Todos decidiram se banhar no rio kukenan, que alias é muito bonito e preservado. A correnteza estava um pouco forte, alertando os trilheiros. As 10:30 da manhã todos se ajustaram e continuaram a caminhada.

Imagem 12 - Rio kukenan. Trilha do Monte Roraima, Parque Canaima, Bolivar, Venezuela. Ano: 2016.


# Acampamento base militar.

Acima do camping kukenan a trilha inicia as suas deformidades, devido às ações humanas e a falta de políticas publicas no uso e conservação do parque.  Muitas ravinas são visualizadas, progredindo e se transformando em uma voçoroca.

Nesse segundo dia ainda se passa pelo acampamento chamado “militar”, uma área planada para os trilheiros que, por algum imprevisto ou força maior estar distante do "camping oficial" da trilha chamado de "base". Esse espaço só é utilizado em situações de emergência, não necessariamente desesperadora, ou doença, mas outra eventualidade mais simples, como rendimento, cansaço, fadiga, etc.

No acampamento base militar Fael e Graziela fizeram uma pausa e aguardaram Katharine, Álvaro e Oriana, além de Mellani e Santi. Era quase 12:00 quando eles chegaram e se juntaram a Fael e Graziela, aproveitando a pausa para um lanche e “repor energias”. No camping militar, além de um pequeno espaço para montar barracas (cerca de 4 a 5 barracas de três pessoas), existe um córrego abaixo, de água limpa e muito gelada. Na resenha Fael e Graziela observaram alguns grupos, a maioria deles voltando do Monte Roraima. O que é muito comum na trilha são os carregadores, numa velocidade inacreditável em levar alimentos, trazer lixos, levar equipamentos, entre outros, num ritmo muito forte e arriscado, exigindo disposição, força e resistência.


# Acampamento base.
No descanso todos sentiram o "peso" da trilha, devido ao sol escaldante que castigava os trilheiros. E para piorar, após o camping militar a trilha é íngreme, com algumas subidas, diminuindo a intensidade de todos do grupo. A paisagem é atraente, com destaque as cachoeiras formadas no Monte Kukenan, vizinho do Roraima. Entretanto tinha uns trechos degradados, com sujeiras nas margens e uma porção da vegetação queimada. Segundo Mellani, houve um incêndio de grandes proporções meses atrás, atingindo boa parte da vegetação localizada na margem oposta do Monte kukenan. Muitas árvores estão no processo de “recuperação”, enquanto outras não dão nenhuma esperança de renascer. Do camping militar até o camping base foram 2h de caminhada, sem pressa, num ritmo tranquilo, com paradas para descanso, fotografias e hidratação. Por volta das 15:30, Fael, Graziela e Santi chegaram no acampamento base (conhecido como base camping), preparando os equipamentos e montando a barraca. 10 minutos após Katherine, Oriana e Álvaro se junta e em seguida Mellani, Kliber e Oxel (bastante cansados).

Imagem 13 - A caminho do acampamento base. Trilha do Monte Roraima, Parque Canaima, Bolivar, Venezuela. Ano: 2016.

Imagem 14 - Lixo no acampamento base. Trilha do Monte Roraima, Parque Canaima, Bolivar, Venezuela. Ano: 2016.

Com esse fato lastimável, poluindo a paisagem da trilha, Fael e Graziela foram encaram a fria água de um córrego que está mais a frente do acampamento, no inicio da trilha de ascensão ao Monte Roraima. De águas limpas e correnteza fraca, o córrego é propício para o banho, contudo a água é muito fria. Fael e Graziela resistiram, mas encararam á água gelada, castigando os corpos que já sentiam a queda de temperatura no final da tarde no acampamento base. Em seguida chegaram Katharine, Álvaro e Oriana. Os guias, junto com Sant, preparavam o almoço e o café da noite para depois se banharem.

As 17:30 foi servido o almoço para Fael e Graziela, que na verdade foi um mingau de aveia, sem leite, parecendo um “suco”. Não foi bem gerido pelos dois que pouco consumiu. Ao da uma volta Fael observou algumas cenas nada agradáveis no acampamento base. Próximo a sua barraca tinha uma concentração de comida no solo, composto por arroz e feijão. Mas era muita comida (muita mesmo) que dava para alimentar dezenas de pessoas. Um pouco mais abaixo muitas fezes, papel higiênico e algumas sacolas. Quanto mais andava, mais lixo e dejetos encontravam concentrados em locais mais reservados aos arredores das barracas, a maioria dessas localidades estava atrás da vegetação mais densa (moitas).

Imagem 15 - Acampamento base. Trilha do Monte Roraima, Parque Canaima, Bolivar, Venezuela. Ano: 2016.

No fim da tarde Katherine se junta a Fael e Graziela e assiste o belíssimo pôr do sol que se despede bem ao lado do Monte Kukenan. Destaque ainda para a Cachoeira que é formada no monte. No inicio da noite a temperatura cai bastante, espantando os trilheiros de resenharem fora de suas barracas. Os Puri-puri começaram a atacar, exigindo a aplicação de repelentes pelo corpo a fim de não serem castigados pelos insetos. As 19:00 todos do grupo resolveram descansar.


 
Imagem 16 - Pôr do sol visualizado no acampamento base. Trilha do Monte Roraima, Parque Canaima, Bolivar, Venezuela. Ano: 2016.

A madrugada foi tensa, o frio castigava os trilheiros. O saco de dormir da Deuter, modelo Dream lite 500, não suportou as baixas temperaturas, incomodando Fael.  Graziela se tremia de frio e quando Fael foi ajudá-la percebeu que o saco de dormir estava muito gelado e poucas horas depois o dele também ficou. A mochila e algumas roupas ajudaram a esquentar, a queda da temperatura foi o "aviso" para as noites seguintes acima no Monte Roraima.

Imagem 17 - Madrugada no acampamento base. Trilha do Monte Roraima, Parque Canaima, Bolivar, Venezuela. Ano: 2016.


- Parque Canaima, 15 de outubro de 2016. Sábado.


# Monte Roraima: Dia 03.
Serão apresentados todos os fatos detalhados no terceiro dia de trilha realizado por Fael e Graziela em busca da ascensão do Monte Roraima, com o itinerário: Acampamento base x Paso de las Lagrimas x "Topo" Monte Roraima x Hotel Índio x La Ventana x Abismo x Jacuzzis x Hotel Índio.


 # Paso de Las Lagrimas.
Torturados pelo frio da madrugada, no acampamento base do Monte Roraima, Fael e Graziela não tiveram uma noite de sono confortável, pois as baixas temperaturas esfriaram os sacos de dormir, incomodando e atrapalhando o sono dos dois.

As 05:30 da manhã, Fael e Graziela estavam de pé arrumando os equipamentos,  até mesmo para movimentar o corpo e amenizar o frio. As 06:15 da manhã, Oriana e Álvaro despertaram, mas não saíram da barraca.  Os guias Mellani, Kliber e Oxel , além do menino Sant, pareciam está em um sono profundo,  nem suspiro escutavam. Em seguida Katherine desperta e alerta sobre o frio.

O Monte Roraima, bem próximo ao acampamento, coberto pelas nuvens carregadas de umidade, intimidava os trilheiros. Fael e Graziela estavam imaginando como serão as noites e as madrugadas acima do tepui. Fael e Graziela estavam preparando o psicológico para suportar as baixas temperaturas. Dois Brasileiros, naturais do Estado da Bahia, localizado em uma Região do País mais árida e quente, não estavam acostumados com as baixas temperaturas no Planalto das Guianas.

Por volta das 07:30 os guias estavam apostos e ficaram surpresos ao visualizarem o grupo pronto (listo) para da seguimento a trilha. Contudo, Katherine, Oriana e Álvaro estavam utilizando do fogareiro dos guias para prepararem o café, ficando no aguardo dos equipamentos estarem disponíveis, enquanto Fael e Graziela aguardaram o preparo do café pelos guias, já que estava no pacote estabelecido entre eles. Portanto, mesmo se tivesse pressa e disposição, o grupo dependeria dos guias para da continuidade nesse terceiro dia de caminhada.

O cardápio foi composto pelas Arepas com “chafé” (café aguado), que passou despercebido pela saborosa massa de milho feita por Kliber. As 09:00 da manhã Mellani inicia a caminhada, chamando os demais rumo ao Monte Roraima.

Os primeiros metros são tranquilos na trilha bem batida no sopé do Monte Roraima, mas logo aparecem as fortes subidas íngremes, lamacentas, mostrando a prévia dos trechos posteriores. A vegetação alta encobre as escarpas, proporcionando uma “tranquilidade” na trilha, mas ocultando a visibilidade da paisagem. Fael e Graziela observaram os carregadores, de grupos diferentes, descendo apressado com suas mochilas vazias. Seus olhares cansados e a exaustão eram visíveis, mesmo com os rostos cobertos pelas camisas e lenços.

Imagem 18 - Trecho íngreme no sopé do Monte Roraima. Trilha do Monte Roraima, Parque Canaima, Bolivar, Venezuela. Ano: 2016.


A trilha íngreme parecia interminável. Cada vez que "escalaminhavam" mais trechos acidentados apareciam. Após 45 minutos de subida se visualiza um belo mirante, servindo como ponto de descanso. Fael, Graziela, Mellani e Santi foram os primeiros a chegar e apreciar a paisagem, enquanto esperavam os carregadores Kliber e Oxcel, além do Álvaro, Oriana e Katherine que viam logo atrás.

Nesse mirante já deu uma dimensão do quanto o grupo já tinha ascendido em direção ao "topo" do Monte Roraima. O camp base, além dos demais trechos da trilha, nas proximidades do tepui, parecia uma maquete. O Horizonte é encantador, hipnotizando quem o observa. As grandes áreas das vegetações de pastagem eram muito mais do que se imaginavam. Dentre as formas naturais se destaca o Monte Kukenan, vizinho ao Monte Roraima, formação rochosa disponível para ser observado em diferentes ângulos. Entretanto nesse trecho da trilha já não é possível ver a cachoeira que se forma no tepui kukenan. Em compensação os detalhes das escarpas são visíveis e peculiares. De fato, o Monte Kukenan é um mistério para todos ali do grupo (com exceção dos carregadores Kliber e Oxcel que segundo eles, em um dialogo com Fael, Graziela e Katherine, já ascenderam ao monte).

Com todos os integrantes presentes no mirante, o grupo aproveitou e fez mais um lanche, pois mais adiante estaria um trecho conhecido como “Paso de Las Lagrimas”.  Antes "escalaminhar" a referida localidade, Mellani e Kliber contaram um mito de que antes de passar no trecho das lagrimas, para a ascensão ao Monte Roraima, deve tocar na escarpa do Tepui que está alguns metros a frente do mirante, ou seja, um maciço plano que vai daquele ponto até a superfície metros acima, pedindo permissão a caminhar e conhecer a sua superfície. Segundo Kliber, quem não cumpre esse rito pode ser castigado. Todos fizeram, com muita seriedade e seguiu. A grande rocha estava gelada e úmida, sinal que trechos molhados estão por vim. Metros à frente a paisagem muda.

No processo de planejamento da viagem Fael e Graziela observaram umas imagens do Paso de Las Lagrimas na internet, mostrando seu trecho bastante rochoso, com muitos fragmentos de rochas úmidas em uma subida íngreme, consideravelmente mediana, sem trilha batida. Chegando ao local algumas hipóteses foram comprovadas, como a forte subida e os conglomerados de rochas molhadas.

O Paso de las Lagrimas é o ultimo trecho para ascensão do Monte Roraima. O nome se dá pelo fato das gotículas de água cair sobre as rochas composta na trilha, dando a aparência que o "Roraima chora". Entretanto, essas gotículas de água deixam esse trecho da trilha bastante escorregadia, devido à superfície ser compostas pelos pequenos conglomerados de rocha. O grupo, em si, não teve dificuldade em “escalaminhar” no Paso de lãs lagrimas, mas deve ser considerada uma etapa cautelosa pelo risco de acidentes, possibilitando lesões graves.
Imagem 19 - Vista e caminhada no trecho do Paso de Las Lagrimas. Trilha do Monte Roraima, Parque Canaima, Bolivar, Venezuela. Ano: 2016.

Chegando a superfície do Monte Roraima, Fael sofre uma lesão grave. Uma luxação do joelho, deslocando a patela para o lado esquerdo, ocasionando sua queda. Fael permaneceu no chão e foi ajudado pelos demais. Kliber se assustou no que viu, parecia algo novo. Graziela se desesperou e foi de encontro com Fael.

Em uma rápida ação e desespero, pelo risco de abortar a trilha, Fael conseguiu colocar a patela no lugar e voltou a sofrer a mesma dor que teve no ano de 2015, quando o ocorreu a primeira lesão. Tentando da continuidade, Fael não conseguiu ficar de pé, devido ao peso da cargueira e as fortes dores no joelho. kliber carregou a sua mochila, enquanto Graziela ofereceu um apoio para que levantasse e voltasse a caminhar.

Com muitas dores, Fael levantou e deu prosseguimento, mancando, com muita dificuldade em "escalaminhar" alguns trechos, diminuindo o ritmo. Os Venezuelanos: Álvaro, Oriana e Kathernine estavam preocupados, confortando com palavras positivas para Fael continuar na caminhada. Nesse processo o grupo seguiu e as 13:55 chegaram na superfície do Monte Roraima,  no “topo falso” do Tepui, sendo agraciados por uma bela vista do Planalto das Guianas.

Imagem 20 - Vista do Planalto das Guiana no "topo" do Monte Roraima. Trilha do Monte Roraima, Parque Canaima, Bolivar, Venezuela. Ano: 2016.

# Hotel Índio.
O tempo ficou nebuloso, nuvens carregadas estavam acima do Monte Roraima. Fael observou o fenômeno, um pouco preocupado, com fortes indícios das pancadas de chuva que poderia vir. Acima dos 2000m de altitude as precipitações podem ser mais "agressivas".

Na Superfície do Monte Roraima surgem novas formas e paisagens. Grandes rochas, muitas delas de tons escuros, algumas tocas e pequenas vegetações compõe a base do tepui. A trilha segue batida, em lajedo, mas bem delimitada e desgastada devido à grande quantidade de "trilheiros" que visitam o Monte Roraima.

Os pontos de apoio acima do Monte Roraima (locais para acampamento), a maioria deles, são tocas localizadas nos paredões formados na superfície do tepui. Conhecido pelos guias e carregadores pelo nome "hotéis". Esses "hotéis" são estratégicos para proteger do forte vento e das baixas temperaturas. A maioria deles com pouco espaço para os grupos que são formados nas expedições ao Monte Roraima.

O ponto base na primeira noite acima do Monte Roraima seria uma pequena toca conhecida pelo nome de "hotel principal", localizada alguns metros acima do ponto final da ascensão do Tepui. Porém, quando Kliber chegou ao local observou três barracas e dois carregadores, informando que estavam com um grupo e passariam a noite ali.

Apesar do imprevisto, kliber, Mellani e Oxcel não demonstravam preocupação, pois segundo eles há outros “hotéis" no Monte Roraima, sendo que algum estaria vago. Fael continuava mancando devido ao acidente, mas estava suportando as dores. A partir dali Fael carregou a sua mochila cargueira e informou a Kliber que dava para prosseguir. Graziela insistiu para retirar alguns objetos pesados da mochila do Fael e dividir entre o grupo, por conta das dores e não "forçar" o joelho que está comprometido por uma forte lesão. Porém Graziela não conseguiu convencer Fael, que mancando, carregava a cargueira pesada.

Kliber e Mellani conduziram o grupo pela trilha principal em busca de localizar algum "hotel" disponível para montar acampamento. Alguns metros adiante, Kliber e Oxcel sai da trilha e segue a margem esquerda, em direção a um "hotel" conhecido pelo nome de Índio. Percebendo que não tinha nenhum grupo presente, Kliber alertou a Mellani para que conduzisse o grupo até a base de acampamento, exigindo a "escalaminhada" de todos, em um pequeno trecho, até chegar à toca localizada metros acima.

Uma pequena toca, de solo duro, o Hotel Índio é ideal para grupos pequenos. Talvez seja um fator crucial da disponibilidade, pois a maioria dos grupos formados para fazer a trilha do Monte Roraima é grande. Como o grupo formado por Mellani são composto por 05 membros, acampar no Hotel Índio não será problema.

Com espaço para cinco barracas, de duas pessoas, o Hotel Índio tem suas peculiaridades. O curto espaço propício para pequenos grupos, a localização estratégica próxima a trilha principal e a proteção contra o vento e chuva. Para além, proporciona uma bela vista ao ponto mais alto do Monte Roraima, no território da Venezuela, conhecido como Marverick.


Imagem 21 - Hotel Índio. Trilha do Monte Roraima, Parque Canaima, Bolivar, Venezuela. Ano: 2016.


Alvaro, Oriana e Katherine montaram acampamento sem nenhum problema, enquanto Fael e Graziela tiveram dificuldades, novamente, devido a barraca não ser autoportante. O solo do Hotél índio é duro, inadequado para barraca azteq, modelo Nepal. A mesma só se sustenta com uma vareta, dependendo da fixação de hastes para estabilizar na superfície.

Mas, devido a esse impasse, Fael foi até a parte mais baixa e colheu alguns fragmentos de rochas para servir de apoio e "estabilizar" a barraca. O equipamento não ficou 100%, mas dava para dormir e passar a noite sem nenhum problema.

Imagem 22 - Vista do Morro Marverick. Trilha do Monte Roraima, Parque Canaima, Bolivar, Venezuela. Ano: 2016.

# La Ventana
Passava das 15:10 quando o acampamento estava pronto. Nesse período da montagem das barracas Kliber preparava o almoço. No momento da fartura Mellani propôs ao grupo conhecer mais três atrativos do Monte Roraima, bem próximo ao Hotél Índio. As localidades da La Ventana e os Jacuzzis são visitas “obrigatórias” do trilheiro.  O tempo não estava legal, muitas nuvens carregadas de umidade e ventos fortes, prevendo chuva.

Apenas com a Mochila de ataque, Fael seguiu com Graziela e o restante do grupo em direção ao La Ventana, a trilha está à direita do Hotel Índio. Kliber ficou responsável em conduzir, enquanto Mellani, Oxcel e Santi permaneceram no Hotel Índio preparando os equipamentos e a alimentação da noite. O Joelho de Fael latejava e a caminhada não tinha mais o rendimento dos dias anteriores. Graziela sempre com disposição a ajudá-lo nos momentos que precisava. Katherine se juntou a eles e iniciaram uma resenha para distrair.

No decorrer da caminhada o trio sentiu falta de Álvaro e Oriana, que acabaram “se perdendo” dos demais. Kliber orientou que não era para se preocupar, pois o máximo que poderia acontecer é dos dois retornarem para o Hotel Índio ou pegar um atalho diretamente para os Jacuzzis, pelas trilhas batidas disponíveis no caminho.

A trilha, em geral, é bem delimitada e tranquila, apesar de ser em lajedo, pois os trechos estão bastante desgastados devido ao número de trilheiros que visitam o Monte Roraima. Uma área descampada foi visualizada, que em situações de emergência vira ponto de resgate para pouso e decolagem de Helicóptero. Para quem quer praticidade, conforto e não gosta de caminhar, existe um serviço de translado, por helicóptero, que conduz até a superfície do Monte Roraima, gastando poucos minutos. Porém é um alto investimento.

         Na mente dos trilheiros do grupo esse tipo de serviço está fora de cogitação, nem em pensamento. Fael e Graziela imaginaram quanto sem graça deveria ser, pois o que motiva é a grande caminhada na conquista da ascensão ao Monte Roraima.


Imagem 23 - Kliber Perez na área estratégica para resgate. Trilha do Monte Roraima, Parque Canaima, Bolivar, Venezuela. Ano: 2016.


As 16:25 Kliber apresenta o La Ventana, nome de um grande mirante com uma belíssima vista ao Monte Kukenan. Para complementar a beleza do local o sol reaparece das nuvens, iluminando o grande abismo entre os Tepuis Roraima e Kukenan.

         Katherine ficou encantada com a vista, assim como Fael e Graziela.  O trio observou por longos minutos e sentiram as “forças” da natureza imposta nas suas formas rochosas e em seus fenômenos. O vento soprava mais forte e o tempo num processo acelerado com a passagem das nuvens carregadas de umidade. O sol iluminava e se escondia como se controlasse a iluminação natural. Kliber sugeriu a visualizar a La Ventana de outro ângulo, bem próximo ao primeiro mirante.  Todos seguiram pela trilha, a direita, bem delimitada. 

Imagem 24 - Fael e o mirante da La Ventana.. Trilha do Monte Roraima, Parque Canaima, Bolivar, Venezuela. Ano: 2016.

# Jacuzzis
     Oriana e Álvaro, distraídos, perderam o grupo de vista, ficando na duvida qual o caminho a seguir. Pensando em voltar ao Hotel Índio, acabaram por localizar poços de águas cristalinas e geladas, conhecidas no Monte Roraima como Jacuzzis. Oriana e Álvaro decidiram ficar nos poços de águas cristalinas aguardando a amiga Katherine, o condutor Kliber e os brasileiros Fael e Graziela, que estavam apreciando a paisagem no mirante do La Ventana.

     A intuição deles acabou dando certo, pois alguns minutos surgem 04 pessoas indo de encontro com eles. Essas pessoas são: o Kliber, Katherine, Fael e Graziela. O reencontro ocorreu por volta das 17:00.

     Quando saíram do La Ventana, em direção aos Jacuzzis, Kliber continuou pela trilha batida na porção Sudoeste do Monte Roraima, em direção Norte, durando alguns minutos até chegar aos poços. O tempo mudou de repente, com uma grande nuvem cinza carregada de umidade, assustando os trilheiros. Falar em susto, Fael, Graziela e Katherine levou um “susto” quando viram Álvaro e Oriana se banhando nos Jacuzzis de águas geladas sobre um forte vento.

     Os Jaccuzis do monte Roraima são poços formados pelo processo de intemperismo na superfície rochosa, acumulando águas cristalinas provenientes das precipitações. Os Jacuzzis não são profundos, propício para todas as idades. As águas frias são ideais para se banhar após uma trilha "debaixo de um sol quente" (mas o sol não está quente nesse dia).

Imagem 25 - Jacuzzis. Trilha do Monte Roraima, Parque Canaima, Bolivar, Venezuela. Ano: 2016.


         Poucos minutos Fael, Graziela e Katherine resolveram se banhar nos poços, enquanto Kliber não se arriscou. Algumas práticas em se banhar no Jacuzzis foram interessantes. O Álvaro molhava uma toalha e se esfregava; Fael e Katherine se abaixavam e subiam tremendo de frio; Graziela mergulhava rapidamente e saía; Oriana se banhava com a toalha molhada e depois mergulhava.

         O regresso ocorreu por volta das 18:00, chegando todos no Hotel Índio as 18:30. Mellani e Santi já os esperavam. A alimentação da noite foi composta por um chocolate quente e sequilhos. Poucas horas depois Fael voltou a sentir fortes dores no joelho, o que obrigou a ficar deitado na barraca. O tempo muda com a dispersão das nuvens, sendo que minutos depois surge a lua ao fundo do Monte Kukenan, atraindo os olhares dos trilheiros presentes nos hotéis do Monte Roraima.







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" Nas terras [...] do Nordeste brasileiro, onde nasci, é hábito servir-se um pedacinho de carne seca com um prato bem cheio de farofa. O suficiente de carne - quase um nada- para dar gosto e cheiro a toda uma montanha de farofa feita de farinha de mandioca, escaldada com sal. Foi talvez, por força, deste velho hábito da região do Nordeste Brasileiro, que resolvi servir ao leitor deste blog, muita farofa com pouca carne. Sentido que a história que vou contar (através dos relatos), uma história magra e seca, com pouca "carne de emoção". Resolvi desenvolver os textos bem explicativo que engordasse um pouco desse blog e pudesse, talvez, enganar a fome do leitor - a sua insaciável fome de aventura e emoção - em busca de objetivos e ações na constituição de um "novo", uma mudança em suas práticas cotidianas, na concepção em viver os momentos e aproveitar o sentido da vida" (CASTRO, 1967).

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