- Parque Canaima, 16 de outubro de 2016. Domingo.
# Monte Roraima: Dia 04.
No quarto dia de caminhada na trilha do Monte Roraima,
segundo dia na superfície do tepui, Fael e Graziela parte do Hotel Índio e conhece
os atrativos do El Foso e a Tríplice Fronteira, finalizando no Hotel Quati.
# El foso.
A madrugada foi bastante fria, mesmo com as barracas
armadas estrategicamente nos hotéis. Fael foi castigado pelas dores no joelho,
devido a sua lesão causada pela luxação da patela no Paso de Las Lagrimas.
Graziela acordou e chamou Fael para visualizar a vista no Monte Kukenan, a
paisagem é atraente. Além de ficar marcado na memória, Fael e Graziela registraram
as fotos para futuras revelações e decorações.
As 07:00 da manhã os guias acordaram, junto com os
Venezuelanos, para mais um dia de caminhada.
O café composto pelas famosas arepas foi o prato principal. As nuvens
úmidas despesa e sol reaparece, condicionando uma temperatura agradável para
caminhar. As 09:00 da manha Mellani alerta ao grupos para da prosseguimento na trilha em
mais um dia no “topo” do
Monte Roraima.
Caminho batido, entre os lajedos desgastados pelas
passadas das dezenas de grupos diários que visitam o Monte Roraima, nesse
quarto dia de trilha no Monte Roraima foi bem tranquilo. As 10:15 da manhã o
sol se intensifica sem nenhuma nuvem no céu. Contudo o forte vento a 2.696m de
altitude amenizava, "aclimatizando" os trilheiros. Fael continuava
mancando, deixando Graziela preocupada. Mellani conduzia o grupo, sendo que
nesse quarto dia ela estava mais rápida e disposta, depois em ter “esvaziado” a
mochila com as dispensas da alimentação nos cafés e jantares para Fael e
Graziela.
Imagem 26 - Caminho
dos lajedos. Trilha do Monte Roraima, Parque Canaima, Bolivar, Venezuela. Ano:
2016.
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Em uma das paradas para descanso, Kliber observou uma
sacola na mochila de Fael e percebeu que eram as fezes. O guia solicitou para
que entregasse. Fael resistiu, justificou e fez de tudo para não entregar,
devido ao constrangimento e por não explorá-lo. Mas não teve jeito, acabou
entregando muito incomodado com a situação.
A trilha seguiu sem mudanças de suas características
paisagísticas. Muitas rochas em formatos peculiares proporcionam a criatividade
de imaginar. Animais, rostos, objetos, todos citados pelos trilheiros do grupo,
Katherine era a mais animada. Uma cratera é observada pelo grupo, sendo que
Fael e Graziela já imaginavam a localidade. Confirmados o que imaginavam,
Mellani para e avisa: - El Foso.
Um imenso buraco, formando um pequeno lago de águas
claras, tons amarelados, o El foso é uma formação curiosa e atraente, com seus
“túneis” alagados e misteriosos constituídos e num processo permanente nesses milhares
de anos. Quando ocorrem fortes precipitaçõe, forma uma pequena queda d água no
El foso, considerado por alguns como “cachoeira”. Existe a possibilidade da observação das
formações rochosas abaixo da cratera, por dentro dos seus “túneis”. Porém,
Mellani não ressaltou ao grupo e preferiu não levar-los. Fael e Graziela nem
lembraram no momento, afinal, se estivesse lembrado, com certeza cobraria da
condutora e sua equipe o acesso ao El Foso.
Imagem 27 - El
foso. Trilha do Monte Roraima, Parque Canaima, Bolivar, Venezuela. Ano: 2016.
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Algumas plantas carnívoras foram observadas em torno do El
foso, contudo a espécie não foi identificada. Kliber e Mellani não sabiam
informar o nome das espécies das plantas localizadas no Monte Roraima, nem por
nomes "populares". Fael observou e reparou que são parecidas com a do
gênero da Drosera.
Imagem 28 - Plantas
e flores. Trilha do Monte Roraima, Parque Canaima, Bolivar, Venezuela. Ano:
2016.
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# Tríplice Fronteira: Venezuela, Brasil, Guiana.
A trilha
batida segue sobre os lajedos escuros, marcados pelas passadas dos grupos que
visitam o Monte Roraima. A linha delimitada mostra o caminho preciso a seguir,
sem deixar duvidas. Fael melhorou o rendimento devido as dores no joelho terem
diminuído. O garoto Santi sempre animando todos, com seu bom humor e
disposição. Graziela se divertia com o menino Venezuelano.
Imagem 29 - Tríplice
Fronteira. Trilha do Monte Roraima, Parque Canaima, Bolivar, Venezuela. Ano:
2016.
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A paisagem
na superfície do Monte Roraima é muito peculiar, com suas rochas negras,
parecendo que foram “bombardeadas”, dando formas e criando passagem através das
fendas. Fael estava fascinado e registrava a todo o momento. Apesar do forte
sol, a caminhada estava agradável, pois os ventos frios “aclimatizavam”. As
13:50, precisamente, Graziela é a primeira pessoa do Grupo a chegar e tocar no
marco piramidal que define o ponto limite da fronteira entre três países: Venezuela,
Brasil e Guiana.
O marco que
delimita os três países é um formato piramidal de cimento, pintado de branco.
No lado Venezuelano e Brasileiro existe uma identificação, enquanto no
território da Guiana não tem nenhuma informação a respeito. O Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) inseriu um marco geodésico no lado
brasileiro, ao Nordeste do Tepui. Essa porção territorial brasileira esta na
Serra da Pacaraima. Nesse ponto especifico o individuo pode bater um recorde pessoal, de poucos
segundos, se inserir em três países (Venezuela, Brasil e Guiana).
A paisagem encanta todo o grupo, principalmente
as formações rochosas que compõem as margens da trilha, formando labirintos. A
trilha segue abaixo, pelas fendas, adentrando no território brasileiro. Em
algumas "poções" da trilha o trecho é bastante íngreme, com declive,
exigindo à atenção do trilheiro. As rochas laterais servem de apoio para as
descidas nas fendas.
Imagem 30 - Tríplice
Fronteira. Trilha do Monte Roraima. Guiana. Ano: 2016.
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# Hotel Quati Brasil.
Passado
pela tríplice fronteira, a trilha segue pelo território do Brasil, uma pequena
porção do Monte Roraima. Segundo pesquisadores apenas 5 % pertence ao
território brasileiro, precisamente no Estado de Roraima. Contudo, essa pequena
porção está uma das principais áreas de camping do Monte Roraima, conhecido
como “Hotel Quati Brasil”.
Mellani
conduzia o grupo para o Hotel Quati Brasil nos caminhos de lajedos bem
delimitados. Da tríplice fronteira até o hotel foi menos de 30 minutos, em um
curto trecho (em relação a todo o trajeto já executado). Após contornar um
rochedo se observa uma gruta, ali está o Quati Brasil.
Com uma
formação bastante peculiar, divida em uma grande área para barracas, corredores
naturais e um córrego ao fundo, com outras áreas descampadas de abrigo para se
proteger dos fortes ventos, a Gruta do Quati é um acampamento estratégico para
trilheiros atacarem os últimos atrativos[1] do Monte
Roraima, em sua porção ao Norte. No local já tinham três barracas de um grupo
formado por Brasileiros.
Álvaro,
Oriana e Katherine montaram acampamento ao fundo da gruta, enquanto Fael e
Graziela analisaram a área e montaram mais a frente da gruta, devido a superfície
do acampamento rochosa e dura. A barraca Nepal Aztec não é autoportante. O ruim
do acampamento no inicio da gruta é a vulnerabilidade aos ventos fortes e as tempestades.
Os guias
Kliber, Oxcel, Mellani, além do menino Santi, bivacaram em um dos corredores ao
fundo da caverna, bem na margem esquerda do córrego que passa pela formação
rochosa. Lugar bem interessante onde os guias se concentram e escolhem para
descansar. Esse ponto é o melhor de todos da gruta do Quat Brasil, protegendo
dos ventos fortes e das chuvas.
Imagem 31 - Hotel
Quati Brasil. Trilha do Monte Roraima. Brasil. Ano: 2016.
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Um dos
momentos mais críticos foi o banho, pois a temperatura estava muito baixa e
ventos úmidos fortes. Fael e Graziela sentiram o frio que fazia na Gruta do
Quati, tentando resistir por alguns minutos para não se banhar. As 16:50 decidiram
tomar banho em um dos poços localizados alguns metros fora da Gruta, na trilha
de acesso ao lago gladys.
- "Água mais gelada que congelador de
geladeira". Essa foi à frase citada por Fael ao grupo. O mesmo bateu o
próprio recorde de banho, demorou menos de 30 segundos. A primeira vasilha
virada em seu corpo "expulsou a alma" de tão fria que estava a mais
de 2.600m de altitude. Graziela sentiu uma sensação parecida, mas resistiu e
foi bem mais forte que Fael. O cansaço e a exaustão deram lugar à resistência
para superar a tortura em se banhar em uma das águas mais geladas nessa trilha.
Passado o Pós-banho
é hora do preparo do almoço, que ficou de responsabilidade dos guias: Mellani,
Oxcel e Kliber , que resolveram se dedicar na cozinha, abrindo mão do banho.
No inicio da
noite Kliber chamou a todos para apresentar um local na gruta do quati (hotel
quati) conhecido como "Miranito do Quati", propício para observação
de estrelas. Acomodados em uma das rochas o grupo começou a resenhar, tratando
de temas sobre o Monte Roraima e o comportamento dos turistas que visitam
platô. O céu estava entre nuvens e poucas estrelas eram visualizadas. A
temperatura caiu bruscamente, que todos se incomodaram com o frio, voltando
para a Gruta. As 20:00 cada um se recolheu em suas barracas para descansar.
Imagem 32 - Da
esquerda para direita - Graziela, Katherine, Álvaro, Oriana, Fael. "Miranito
do Quati". Trilha do Monte Roraima. Brasil. Ano: 2016.
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- Parque Canaima, 17 de outubro de 2016. Segunda-feira.
# Monte Roraima: Dia 05.
Neste quinto dia será relatada a penúltima parte da trilha
acima do platô no Roraima, condicionando o trilheiro até o ponto mais
setentrional do tepui, conhecido como La Proa. Nesse trajeto observar-se rochas
exuberantes. Contudo imprevistos ocorrerão nos metros finais.
# Nascer do sol.
Madrugada fria, com temperaturas muito baixas ao ponto de
Graziela estremecer dentro do saco de dormir, da marca Deuter, que suporta
(segundo a marca) até 3°C. Mas o saco de dormir estava úmido e gelado. A gruta
do quati não impedia dos fortes ventos "saculejar" as barracas, entretanto
a maioria delas se adaptou bem. Por volta das 01:30 da manhã cai uma forte
chuva com relâmpagos e trovões, despertando o sono de todos que estavam
acampados no Hotel Quati. Por volta das 04:00 da manhã, Fael e Graziela acordam
e foram de encontro com Kliber, pois ficou acertado de assistir o nascer do sol
em um mirante [1]
próximo da gruta. Katherine, Oriana e Álvaro acordaram em seguida, junto com
Oxcel, Mellani e Santi. As 05:00 da manhã todos seguiram por uma trilha bem
batida, de lajedo, em direção leste, até o pequeno mirante próximo a Escarpa do
platô. As 05:35 da manhã o sol nasce, proporcionando um belo visual e
iluminando a vasta planície das guianas, pertencente ao território brasileiro.
Imagem 33 - Fael
no Mirante do Quati. Trilha do Monte Roraima. Brasil. Ano: 2016.
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# Mirante do abismo.
Visto o nascer do sol, Kliber conduziu o grupo de volta ao
Hotel Quati. No local foi feito um café da manhã reforçado, composto por
panquecas recheadas de queijo ralado, café (chafé venezuelano) e um mingau de
aveia consistente. Katherine, Álvaro e Oriana sempre consumindo as arepas.
As 09:00 da manhã inicia a caminhada ao ataque à proa do Monte
Roraima, partindo do Hotel Quati Brasil. O tempo estava bom, com poucas nuvens e sol forte, amenizando os
ventos frios que soprava na superfície do Tepui. Mellani e Santi resolveram
ficar no Hotel Quati, não se juntando ao grupo. Sobrou para Kliber e Oxcel
conduzirem Fael, Graziela, Katherine, Álvaro e Oriana.
As formações rochosas continuavam a estimular a imaginação
dos trilheiros. Formas de um Crocodilo, Lagarto, Iguana, entre outros eram
citadas. Outra rocha estava com uma grande fissura, parecido que tinha sido "serrada".
Kliber explicou que existe uma lenda da rocha ter sido "partida" por
um raio.
Imagem 34 - Fael e
a rocha "partida". Trilha do Monte Roraima. Guiana. Ano: 2016..
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O caminho é bem batido sobre a superfície rochosa
desgastadas pelas passadas de muitos trilheiros que visitam o Monte Roraima o
ano inteiro. Totens e setas vermelhas eram observados como instrumento de
orientação. De modo geral não é uma trilha confusa. Outro fator importante são
os córregos observados nas margens da trilha, servindo como ponto para captação
de água gelada e bem saborosa. Trechos alagados surgem no caminho devido as
constantes precipitações nas madrugadas acima do Tepui e as massas de ar úmida.
Essa poção do Monte Roraima já está no território da Guiana, inclusive o ponto
mais alto. O verdadeiro Cume do Monte Roraima fica localizado no território
Guianês.
Gastando um tempo de 35 minutos o grupo chegou a um
mirante "acima das nuvens", conhecido como "abismo da Guiana".
No local não deu para observar as planícies, pois as nuvens cobriam. Graziela
fez alguns registros e ficou encantada com a paisagem, enquanto Fael argumentou
que parecia está em um avião em vôo.
Uma grande nuvem cinza sombreou a superfície do Monte
Roraima, gerando uma fina garoa que espantou os trilheiros. Kliber sugeriu para
prosseguir a caminhada para o próximo ponto, não apresentado o atrativo ao
grupo.
Imagem 35 -
Abismo da Guiana. Trilha do Monte Roraima. Guiana. Ano: 2016.
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# Cachoeira Coati
Alguns metros, a esquerda do abismo, Kliber apresenta a
Fael, Graziela, Álvaro, Oriana e Katherine uma cachoeira, de mais ou menos 15m
de altura, denominada, segundo o Kliber, pelo nome de Cachoeira Coati. Essa
queda d água, para todos os 05 componentes do grupo, foi uma grata surpresa,
pois na pesquisa feita por Fael e Graziela não tinha nenhuma referência ou
relato desta cachoeira. A visualização da queda d água é por cima, em uma
posição arriscada e nada agradável. A formação da cachoeira está em uma fenda
com uma largura considerável, formando um pequeno poço abaixo onde as águas
deságuam em um grande abismo, sumindo na escarpa do Tepui. As fotos registradas
ficaram todas ruins, porque o angulo é muito ruim, além de arriscado. Para
visualizar era necessário o apoio das duas mãos e descer se arrastando, devido
a grande quantidade de limo nas rochas.
Kliber e Oxcel arriscaram em descer as rochas, deixando o
restante do grupo apreensivo. Os dois condutores tinham uma facilidade imensa
em descer nas rochas escorregadias, chegando até o poço. Katherine, Álvaro,
Oriana, Fael e Graziela não se arriscaram, ficando acima observando. Águas
geladas, tonalidade escura, poço com uma profundidade desconhecida, essa é a
Cachoeira Coati, formada pelo rio do mesmo nome, onde sua nascente está no
Monte Roraima e seu leito desaparece na escarpa ao Nordeste do Tepui.
# Lago Gladys
Na trilha principal Kliber e Oxcel conduziram Álvaro,
Oriana, Katherine, Fael e Graziela até o Lago Gladys, que esta,
aproximadamente, 1,5km da Cachoeira Coati. Trilha de superfície rochosa, com
marcações, caminhada fácil. O grupo visualizou uma imensa cratera e um enorme
poço nela.
Com formações peculiares, caracterizadas com rochas
negras, cobertura vegetal nas suas margens e uma tonalidade da água
"espelhada", o Lago Gladys impressiona os trilheros pelo seu tamanho
e localização, em uma grande cratera a mais de 2.600m de altitude. Esse
processo natural é incrível aos olhos de que ver, gerando uma reflexão a
respeito dos mistérios da vida e da geomorfologia.
Aparentemente
o Lago Gladys não possui acesso ao banho, pois a concentração de água está
abaixo da escarpa que contorna a formação natural, dificultando o seu acesso. Entretanto,
a visualização já vale à pena e encanta o visitante que chega até esse ponto,
localizado em um dos trechos finais da trilha tradicional do Monte Roraima. A
maioria das agências e condutores que formam grupos para expedição no Monte
Roraima tem o Lago Glayds como o "ponto final" da trilha.
Imagem 36 - Fale
observando a cratera próxima ao Lago Glayds. Trilha do Monte Roraima. Guiana.
Ano: 2016.
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Imagem 37 - Lago
Glayds. Trilha do Monte Roraima. Guiana. Ano: 2016.
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# La Proa.
Uma grande
nuvem cinza "sombreia" o grupo. No Monte Roraima acontecem fenômenos
climáticos em áreas de elevação (altitudes) de deixar o trilheiro
"atento". Fael e Graziela observavam e admirava esses fenômenos
climáticos naturais, não é prático no dia-dia. A trilha prossegue, ao Norte, em
direção ao ponto conhecido como La Proa. Esse último ponto de visitação do
Monte Roraima é pouco frequentado, devido aos riscos em chegar a parte
"extrema" da superfície do Tepui.
Kliber e Oxcel garantiram e avaliaram,
pelo ritmo e condicionamento do grupo, condições necessárias de todos chegarem
a La Proa e concluir todo o percurso tradicional do Monte Roraima.
A trilha, batida no lajedo desaparece
em uma depressão bastante íngreme a ser descida. Fael imaginou o joelho direito,
que está bastante inchado devido a luxação da patela ocorrido no trecho do Paso
de Las Lagrimas. Na base de remédio, que minimizava a dor, além de caminhar com
dificuldade, Fael se preparava para os desafios que irão aparecer.
Nos trechos iniciais da descida,
Graziela sentiu um desconforto muscular, que gerou insegurança em prosseguir a
trilha. Essa primeira etapa da descida é sobre as bordas da depressão, descendo
os paredões e se apoiando nas falhas das rochas, exigindo muita atenção e
concentração. O trilheiro deve segurar as mãos nas falhas das rochas e,
lateralmente, caminhar até a parte mais baixa. Graziela até tentou, mas sabe
dos limites e optou por desistir.
Imagem 38 -
Descida na depressão na trilha até a La Proa. Trilha do Monte Roraima, Guiana.
Ano: 2016.
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Kliber, Oxcel, Ávaro, Katherine e
Oriana continuaram entre as rochas falhadas na depressão, caminhando e pulando
até o ponto mais adiante, onde o trecho será de subida para a saída da depressão.
Fael perdeu o grupo de vista e tranquilizou Graziela, pois ela ficou "sentida"
em não continuar a trilha e evidenciou a sua decepção.
Deixando Graziela em um local seguro, Fael
seguiu com muita dificuldade, devido as dores no joelho. A trilha exigiu que ele pulasse nas falhas das
rochas composta na depressão. Esse trecho é obrigatório até a La proa. Á frente
estão duas grandes rochas, com uma fenda entre elas, sustentando um tronco de
árvore que serve de apoio para subir e seguir acima, saindo da depressão.
Contudo esses troncos não estavam seguros, deixando Fael aflito.
Oxcel foi o primeiro a subir. Ao se
acomodar em uma das grandes rochas, ele subiu no tronco e "saltou"
até a rocha acima, dando seguimento na escalaminhada. Em seguida Álvaro e Katherine,
que com muita "tensão", venceram o trecho. Oriana teve dificuldade
por não conseguir colocar o pé de apoio no tronco e ter forças nas mãos para se
apoiar nas falhas das rochas. Depois de algumas tentativas a mesma conseguiu.
Fael bem que tentou, mas não conseguiu devido as dores fortes e a insegurança
por conta do joelho luxado, ao ponto do seu corpo começar a tremer. Kliber, ao
perceber, perguntou se estava bem e se queria da continuidade. Fael, muito
triste, respondeu que não ia seguir com o grupo por medo de piorar e prejudicar
a todos. Kliber tentou convencer e motivou, mas viu que Fael não tinha condição
física e emocional. Com lagrimas nos olhos, Fael sentou e mandou Kliber
prosseguir, enquanto esperava no local. Oxcel, Álvaro, Katherine e Oriana
lamentaram e o alegrou dizendo: vamos chegar à proa pelo grupo, principalmente
por você e Graziela.
Imagem 39 -
Depressão a caminho da La Proa. Trilha do Monte Roraima, Guiana. Ano: 2016.
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Imagem 40 -
Oriana sendo ajudada por Kliber Perez no trecho inicial da saída da Depressão.
Trilha do Monte Roraima, Guiana. Ano: 2016.
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Kliber seguiu escalaminhando as rochas
e saindo da depressão, impressionando Fael. Após escalaminhou mais um trecho
acima, entre uma fenda, nas falhas das rochas laterais, servindo de apoio para
as mãos e os pés. Passando pela ultima etapa, o grupo some dos olhos de Fael,
que aguarda no local onde desistiu. Acima o grupo prosseguiu escalaminhando
trechos mais simples até visualizar uma camada superficial da rocha avançando até
o abismo, parecendo a ponta de um barco. Ali está a La Proa.
Uma rocha ponte aguda, se estendendo
até o abismo. A La proa é o ultimo ponto do Monte Roraima a ser conhecido. No
local Katherine estendeu a bandeira da Venezuela, bastante orgulhosa do feito.
Oriana e Álvaro foram depois observar a paisagem e fazer registros
fotográficos. Muitas nuvens cobriam a paisagem do Planalto das Guianas,
impedindo em observar as áreas mais baixas do Parque Nacional Canaima.
Imagem 41 -
Kliber Perez com a bandeira da Venezuela na La Proa. Trilha do Monte Roraima,
Guiana. Ano: 2016.
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# De volta ao Hotel Quati.
Fael resolveu
voltar bem devagar e ficar ao lado de Graziela esperando os demais. Alguns
minutos de espera kliber e Oxcel aparecem acenando para os dois. Na resenha
Katherine mostra as fotos da La Proa e diz os detalhes do incrível local e a
sensação de está "voando" no céu. Todos lamentaram a falta de Fael e Graziela,
pois estavam poucos metros da La Proa, muito perto do ponto cobiçado pelos dois.
Passa das
14:00 quando o grupo regressa até o Hotel Quati Brasil, no ritmo mais lento, devido
a Fael está mancando com forte dores no joelho. No trecho batido, com o lajedo
bem definido, o grupo voltou a visualizar o lago Glayds e seguiu a frente da
bifurcação de acesso a Cachoeira do Coati. kliber fez um pequeno desvio em uma
trilha secundária até o leito de um rio, que parece ser o Arabopó.
Aproveitando
o tempo com poucas nuvens e o sol forte, kliber sugeriu um banho, já que nos
poços de água do acampamento Quati Brasil a água vai está com a temperatura
baixa. Álvaro, Oriana e Katherine toparam, enquanto Fael e Graziela dialogaram
com Kliber dizendo que não iam se banhar e necessitava seguir, pois o joelho do
Fael estava inchado demais e sentindo fortes dores. Kliber conduziu Fael e Graziela
enquanto Oxcel permaneceu com Álvaro, Oriana e Katherine no rio.
Imagem 42 - Da
esquerda para direita: Katherine, Álvaro, Oriana, Kliber, Oxcel, Graziela,
Fael. Trilha do Monte Roraima, Guiana. Ano: 2016.
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Na gruta Quati
Brasil, Mellani e Santi estavam aguardando para o almoço. Nesse dia foi feito
Macarrão "parafuso", soja, Banana da Terra, queijo ralado e ketchup.
Com a fome que todos estavam a comida acabou em poucos minutos.
A noite
ocorreu um papo rápido com os integrantes do grupo e mais outras pessoas que
acamparam nesse dia, todos eles brasileiros que começaram a perguntar sobre as
paisagens vistas a partir do Hotel Quati. As 18:00 inicia uma forte chuva,
daquelas de assustar o indivíduo pela intensidade da precipitação e os ventos
fortes acompanhados por trovoadas e relâmpagos. As 20:00 Fael e Graziela foram
descansar devido ao frio que não permitiam um conforto térmico fora da barraca.
- Parque Canaima, 18 de outubro de 2016. Terça-feira.
# Monte Roraima: Dia 06
No sexto dia será relatado o inicio do regresso, partindo do
Hotel Quati até um dos hotéis localizado na trilha da escarpa do Monte Roraima,
que liga a parte da superfície do Tepui até sua base. Nesse percurso Fael,
Graziela, Álvaro, Katherine e Oriana vão conhecer o Vale dos Cristais,
retornará a Tríplice Fronteira e vai acampar em um Hotel que não estava
previsto nos planos.
# Vale dos Cristais
Madrugada de muita chuva, com fortes ventos e raios, criando uma
tensão entre os trilheiros. Fael e Graziela passaram muito frio durante a
noite, prejudicando no sono. A barraca Nepal Aztec dos dois superou bastante o
os fenômenos climáticos. Apesar de está em uma gruta, a posição em que a barraca
foi armada ficou exposta aos ventos devido aos melhores lugares estarem
ocupados por outras barracas de grupos grandes.
Fael e
Graziela tem o costume de levantar ao amanhecer, padronizando o horário das
05:30 da manhã, sem a ajuda do despertador. Contudo, nesse 6° dia na superfície
do Monte Roraima, o sol demorou a nascer, sendo que as 06:00 da manhã
permanecia escuro. Na expectativa do amanhecer, Fael e Graziela esperaram até
as 07:15 da manhã, quando começou a clarear.
Mellani fez o
"desenhuno" com as boas arepas recheadas por ovos e o café muito
fraco (apelidado de chafé). Na Venezuela é costume dos Venezuelanos beberem
café fraco, eles acham bons. Graziela não gostava da bebida, é acostumada com
os fortes cafés, principalmente produzidos na Região da Chapada Diamantina.
Katherine,
Álvaro e Oriana acordaram por volta das 08:10 da manhã, se juntando com os
demais para o café da manhã. As 10:00 estavam todos prontos para iniciar o regresso
até Paraitepuy, que pelo planejamento terá a duração de dois dias de caminhada
a partir do Hotel Quati Brasil.
Passando
pelos labirintos rochosos, ainda em território Brasileiro, Kliber seguiu por
uma bifurcação, a esquerda, saindo da trilha principal. Em um trecho bem delimitado, íngreme em
declive, levou até uma grande área descampada, acidentada, depositada por
várias rochas compostas de quartzo. Kliber pede atenção de todos e apresenta o
Vale dos Cristais.
Uma
mini-depressão relativa, descampada, com quase nenhuma vegetação destacada na
superfície do Monte Roraima, margeado pelas elevadas rochas de tons escuros. Essa
é a localidade conhecida como Vale dos Cristais, área de depósitos de rochas e
minerais, principalmente de quartzos. Com a ação do tempo, juntando fatores
climáticos e físicos, as rochas ganham formas e tamanhos, até sua total
decomposição e formação de solos. No Vale dos Cristais era possível observar
solos formados, em tons claros, como "areia de praia". Katherine, Oriana e Álvaro levaram uns
fragmentos de rocha, enquanto Fael e Graziela faziam desenhos e nomes com
objetivo em fotografar.
Imagem 43 -
Graziela no Vale dos Cristais. Trilha do Monte Roraima, Brasil. Ano: 2016.
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Imagem 44 -
Palavra "GOLPISTA". Referência ao verme do Michel Temer, feito com
fragmentos de rochas no Vale dos Cristais. Trilha do Monte Roraima, Brasil.
Ano: 2016.
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# Tríplice Fronteira
Kliber
prosseguiu por uma trilha alternativa que visualiza o marco da Tríplice Fronteira.
No monumento o grupo preferiu descansar por alguns minutos, aproveitando o
tempo para fazer um lanche. No local tinha um grupo registrando fotos, mais um
formado por brasileiros.
# Hotel Airani
As 12:30, Kliber lidera a caminhada
orientando os demais; Oxcel sempre discreto, calado, sem muito assunto para
conversar; Mellani parecia exausta com expectativa de chegar logo até a
portaria de Paraitepuy; Álvaro e Oriana estavam pensativos; Katherine sempre
animada e dialogando com quem estivesse próximo; Fael e Graziela felizes e ao
mesmo tempo preocupados, pois o joelho do Fael estava inchado e sofria com
dores, ao ponto de mancar. Esse é o grupo que completou o trecho tradicional do
Monte Roraima e agora inicia o regresso para a conclusão da trilha. Cada um em
seu momento particular.
A cada passo as formações rochosas,
vistas anteriormente, atentava os olhares de todos, inclusive dos próprios
condutores que usava da imaginação para da aos nomes das formas esculpidas nas
rochas negras, a maioria delas de animais. Nesse processo Kliber pegou uma
bifurcação e foi por outra trilha do Monte Roraima[1], acessando
um atalho próximo aos "hotéis".
Com o intuito de acampar no Hotel Índio,
Kliber adiantou os passos para verificar se estava vazio. Entretanto tinha um
grande grupo lá acampando. No Monte Roraima existem outros "hotéis"
que da para abrigar grupos. Mas o Índio é preferencial por está bem mais
localizado e plano.
Na busca pelo melhor hotel, Kliber
encontrou um vazio, de frente a rocha Marverick. Esse abrigo é conhecido como
"Airani" ou "São Francisco". O único ponto negativo é que a
localização do acampamento até o ponto de água, mas próximo, era longe onde
estavam instaladas as barracas. Como nenhum dos membros tinha equipamentos
específicos para armazenar água, o deslocamento longo se tornou inevitável.
O banho foi uma tortura. Existia um
poço abaixo que era o único ponto de água que dava para se banhar. Álvaro
preferiu molhar uma toalha e passar no corpo; Fael e Graziela se banharam como
"gatos", finalizando em poucos segundo; Katherine e Oriana estavam
"climatizadas" e se divertia no poço. Apesar do sol forte a
temperatura estava baixa, fazendo muito frio.
Um grande cachorro surge, querendo morder
Fael e Graziela. Seu dono, com personalidade estranha, gritava desesperado e se
melava nos grandes poços de lama, na tentativa de segurar o cachorro e fazer
com que se acalmasse. katherine e Oriana se chatearam, pois o cão se invocou
com elas e atrapalharam o seu banho, interrompendo o momento de distração.
No Monte Roraima é proibida a entrada
de animais domésticos devidos aos impactos. Mas esse cão havia conseguido,
sendo que o animal parecia nervoso e bravo, latindo o tempo todo contra o
grupo. Kliber alertou ao rapaz, de nacionalidade brasileira, que animais de
estimação trazidos por turistas no parque Canaima são proibidos. O dono do cão
fez de conta que não compreendeu, pegando o animal e se retirando do local. Pelo
sotaque parecia ser do Estado do Rio de Janeiro.
Imagem 45 - Hotel
Airani. Trilha do Monte Roraima, Vnezuela. Ano: 2016.
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Pós banho e almoço, ja no final da
tarde, por volta das 16:30, Katherine começou a "apertar a mente" de
Oxcel para caminhar até o cume da rocha Marverick, que está de frente do Hotel Airani.
Oxcel resistia para não ir, mas Katherine continuava. Para azar da garota uma
grande nuvem surgiu e começou a garoar, junto com ventos fortes.
Ao anoitecer Mellani fez um leite com
sucrilhos e todos resenharam por algumas horas. A temperatura caiu bruscamente
e uma forte neblina se aproxima do hotel, obrigando a todos regressar para a
barraca e antecipar o descanso. Amanhã é o penúltimo dia de trilha.
- Parque Canaima, 19 de outubro de 2016. Quarta-feira.
# Monte Roraima: Dia 07
Chegando ao sétimo dia de trilha o regresso prossegue a partir do
Hotel Airani, em direção ao acampamento Rio Tek. Katherine consegue convencer
os condutores a ir até o cume Marverick; Álvaro e Oriana acordaram diferentes,
sem muito dialogo; Fael e Graziela encontraram o famoso sapinho preto do Monte
Roraima e o garoto Santi continua a chamar a atenção, arrancando risadas do
grupo. A descida no trecho do Paso de las lagrimas será mais um teste
psicológico para Fael. Nesse dia 07 será um dos mais longos em quilometragem.
Todo o grupo terá que se dedicar e ter forças para prosseguir até o acampamento
Tek, local onde passará a noite.
# Rocha Marverick
Manhã nublada e de fortes ventos. Fael e Graziela foram os
primeiros a se levantar e enfrentar as baixas temperaturas no Monte Roraima. As
05:25 da manhã o dia estava claro e com muitas nuvens, que por sinal estavam próximas,
passando na “porta” dos hotéis.
Alguns minutos depois Katherine
desperta e se junta a Fael e Graziela, que observavam a passagem das nuvens. A
primeira frase de Katherine para Fael e Graziela foi: - “hoje vamos atacar o
cume “Marverick”, sorrindo. Suas palavras transmitiam disposição, determinação
e decisão em ir ao ponto mais alto do Monte Roraima, dentro do território
Venezuelano. Conhecido como “Marverick” a rocha está em frente ao Hotel Airani,
local de acampamento do grupo. Entretanto, naquelas horas da manhã, as nuvens
encobriam a formação rochosa natural. Nesses minutos, enquanto Fael, Graziela e
Katherine observavam as nuvens na rocha Marverick, Oriana e Álvaro acordaram e
por fim os guias. Oxcel, Kiber, Mellani, além do garoto Santi.
O café da manhã foi composto por Arepas
e "chafé". Fael e Oxcel visualizaram uma espécie de sapo conhecido
como "sapinho preto do Monte Roraima" (oreophrynella quelchii), atraindo a atenção dos demais. Fael foi o primeiro a
observar e pegar no animal, que parecia bem manso. O sapinho preto do Monte
Roraima é muito pequeno, de coloração negra e a textura da pele “caroçuda”. Para
fazer o seu registro o grupo teve muita dificuldade devido ao seu tamanho.
Imagem 46 - A
caminho da rocha Marverick, 2.700m. Trilha do Monte Roraima, Venezuela. Ano:
2016.
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Imagem 47 -
"Sapinho Preto do Monte Roraima (oreophrynella quelchii). Trilha do Monte
Roraima, Venezuela. Ano: 2016.
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Katherine iniciou uma conversa, sobre muita
pressão acima de Oxcel, convencendo a ele a atacar a rocha Marverick antes de
desmontar acampamento. Os guias não pareciam dispostos até a ir lá. Contudo, a
guiada é paga e a Katherine fez questão de ressaltar aos condutores.
A persistência de Katherine valeu
apena, contando com a ajuda de Fael e Graziela que convenceram a Mellani tomar
a iniciativa em levar até a rocha Marverick. O garoto Santi se "auto-
escalou" e foi o primeiro a caminhar.
Álvaro e Oriana não quiseram se juntar
ao grupo para visitar a rocha Marverick, preferindo permanecer no Hotel Airani
com Kliber e Oxcel. Sendo assim, o ataque ao ponto mais culminante do Monte
Roraima (no território Venezuelano) foi formado pelo grupo composto por:
Mellani, Santi, Fael, Graziela e a Katherine.
A trilha fica de frente do Hotel
Airani, na bifurcação entre a “trilha principal” e do acesso ao hotel. Bem
batida e composta por um lajedo desgastado, o caminho é bem tranquilo e fácil. O
trecho final é uma subida íngreme, finalizando no seu ponto culminante. A
duração foi de 15 minutos, dês da saída do Hotel Airani.
Imagem 48 -
"Fael na subida íngreme a rocha Marverick (2.700m). Trilha do Monte Roraima,
Venezuela. Ano: 2016.
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No cume Marverick a vista é incrível, com
detalhamento da porção da escarpa Sul do Monte Roraima, do Monte Kukenan, da
grande planície Venezuelana e as grutas batizadas de "hotéis". O
ponto culminante está identificado com alguns grandes totens. Katherine sempre
registrava fotos com a bandeira da Venezuela, mesmo com todas as adversidades
políticas e sociais. Fael e Graziela observaram a felicidade e o orgulho que a
Katherine tem do seu país, chamado cariosamente por ela de “La vinho”.
Na volta do Marverick o grupo encontrou
o acampamento desarmado e os demais aguardando. Kliber adiantou os passos,
enquanto Oxcel estava com Álvaro e Oriana. O regresso com destino ao Rio Tek
continuou a partir do Hotel Airani, iniciando as 10:30.
Imagem 49 - Da
esquerda para direita: Santi, Melani, Katherine, Fael, Graziela. Cume da rocha
Marverick (2.700m). Trilha do Monte Roraima, Venezuela. Ano: 2016.
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# Paso de Las Lagrimas
No inicio do
trecho íngreme do Paso de Las Lagrimas, Graziela sentiu um incomodo no joelho,
limitando os seus passos na forte descida.
O grupo acabou se dividindo pelo fato de limitações físicas. As rochas soltas e molhadas eram o principal
obstáculo de preocupação dos membros do grupo, com grandes probabilidades de
ocasionar um acidente, seja pelo deslocamento ou um escorrego nesses fragmentos
de rochas.
# Camping Base
Kliber e
Oxcel foram os primeiros a chegar ao camping base. Fael e Graziela foram os
últimos, gastando um período de 2h de descida. Muitos carregadores passavam,
com seu "vai e vem" em busca de levar mantimentos e objetos para os
grupos que aguardavam na parte superior do Monte Roraima. Alguns rostos eram nítidos
o cansaço, a expressão facial demonstrava o desgaste físico desses
trabalhadores.
Kliber e
Mellani fizeram um almoço no acampamento base, composto por: macarrão, catchup
e milho, numa boa quantidade, satisfazendo a todos. O camping base continua
indo de mal a pior, com muitas sacolas de fezes e lixos pendurados nos galhos
das árvores, além dos restos de comida nas margens, gerando muita sujeira e
tornando o ambiente nojento e desagradaevel. A duração foi rápida porque o
local estava incomodando o grupo devido a poluição visual das sacolas de lixo
nas árvores, além do forte odor. As
13:40 a caminhada prosseguiu, dessa vez todos juntos.
Imagem 50 -
Graziela, Santi, Katherine. Regresso ao acampamento Tek. Trilha do Monte
Roraima, Venezuela. Ano: 2016.
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# Rio Kukenan
Caminhando
por poucos metros, no regresso do camping base, o joelho de Oriana inchou, diminuindo
o ritmo dos passos devido as dores. Com isso três membros do grupo estavam com
lesões no joelho, sendo que a preocupação ainda era com Fael, por conta da luxação
na patela direita. O tênis de Álvaro não aguentou a trilha e abriu, sendo
remendado para durar até, pelo menos, no povoado de Paraitepuy, local que se
encerra a trilha tradicional do Monte Roraima. O Morro Kukenan se destaca por
uma Cachoeira desaguando suas águas pela escarpa, num volume relevante. Após o
acampamento militar (uma área de camping emergencial), Graziela, Katherine e
Fael comentaram sobre a vegetação queimada, analisando a grande proporção da
área danificada pelo fogo.
O camping
Kukenan como sempre vazio, sendo uma área melhor e mais agradável para acampar
do que o próprio tek, pois o rio está mais próximo, a área é mais arborizada e
tem uma "casa de apoio" para secar roupas ou guardar algum objeto em
caso de necessidade.
A travessia
no Rio Kukenan foi bastante tensa ao grupo, devido ao volume de água em seu
leito, subindo consideravelmente, deixando a correnteza mais forte. No inicio
foi tranquilo, com a travessia do Álvaro, Katherine e Oriana. No momento em que
Fael e Graziela iniciaram a travessia apareceu um cachorro e avançou neles, fazendo
com que Fael e Graziela se assustassem. A consequencia do susto foi na perda da
sandália do Fael, soltando do seu pé e sendo levada pela correnteza do Rio
Kukenan, deixando bastante irritado. O
cão que avançou neles é o mesmo que estava acima do Monte Roraima, visto no dia
anterior. O seu nome é Terix e está em viagem pela América do Sul com seu dono,
um carioca bem atrapalhado.
Não pode
ingressar com animais domésticos no Parque Canaima, esse cão estava bastante
bravo e com um dono aparentemente descontrolado, que não tinha controle de si e
do cachorro. Fael ficou muito irritado, tendo o prejuízo na perda da sandália,
ele não tinha outra. Mellani observou o fato e acabou emprestando uma sapatilha
feminina para Fael usar a noite, mesmo não dando em seu pé.
# Acampamento Tek
Concluída a
travessia a trilha seguiu, chegando ao acampamento Tek as 17:30. No local
estavam algumas barracas armadas com grupos de diferentes nacionalidades. Como
falado anteriormente, o acampamento Kukenan estava vazio e uma área
relativamente melhor, mas Kliber e Mellani decidiram acampar no Tek, que no
momento estava cheio e sem nenhuma vegetação de grande porte que "climatize"
a área. Com um pouco de dificuldade em encontrar um local plano, o grupo armou
acampamento mais afastado no leito do Rio. Fael e Graziela tiveram dificuldade
em armar a barraca aztec, modelo Nepal, por não ser autoportante. O solo do
acampamento do Rio Tek é bastante duro, gerando muita dificuldade para eles
montar a barraca.
A noite foi
o momento da "tortura" ao grupo, com o banho nas águas fria do Rio
Tek. Na margem das barracas Mellani e Kliber prepararam um jantar com suco de
limão. A alimentação foi realizada por todos dentro das barracas devido aos
mosquitos "Puri-puri". Cansados, todos foram dormir cedo, por volta
das 20:40.
- Parque Canaima, 20 de outubro de 2016. Quinta-feira.
# Monte Roraima: Dia 08
Neste oitavo dia (e ultimo dia) finaliza a trilha
tradicional do Monte Roraima, partindo do acampamento Rio Tek até a portaria de
Paraitepuy. Em um bom ritmo o grupo finaliza a trilha, com êxito, comemorando
em um restaurante no povoado de San Francisco de Yuruani.
# Paraitepuy
Amanhecer lindo, com poucas nuvens, o sol surgia no fundo
do Monte Roraima, proporcionando uma bela vista da paisagem do cerrado Venezuelano.
Fael e Graziela foram os primeiros a acordar para apreciar o amanhecer. Na
madrugada ocorreram fortes pancadas de chuvas, mas logo o tempo mudou e as
nuvens dispersaram.
Por
volta das 06:30, Kliber e Oxcel prepararam o café com arepas, que por sinal
estavam bem deliciosas, satisfazendo a todos. Katherine acordou com "todo
o vapor", sendo a primeira estar com a cargueira nas costas pronta para a
caminhada. O grupo iniciou o regresso para Paraitepuy as 07:20 da manhã.
A
temperatura sofreu uma mudança constante e o sol escaldante interferiu no ritmo
do grupo, proporcionando a dispersão. Katherine, Fael e Graziela lideraram o
grupo, enquanto Oriana e Álvaro estavam mais atrás. Os condutores Mellani,
Kliber, Oxcel e o garoto Santi ficaram bem atrás.
No ultimo
dia do Monte Roraima a exaustão e o cansaço era visível no rosto de todos os
membros do grupo. Do Rio Tek até Paratepuy não possui nenhum atrativo para
apreciar. O objetivo é chegar à portaria o quanto antes, por conta do forte sol
e as altas temperaturas que vai variando de acordo com as horas. As 09:00 da
manhã mais da metade do trecho já tinha sido realizado. A temperatura estava em
torno dos 28°, com o céu sem nenhuma nuvem. Lembrando que no regresso do
acampamento Tek até Paraitepuy existem poucos pontos arborizados, limitando as
paradas de descanso e exigindo, ainda mais, dos trilheiros.
Uma pequena casa era avistada no horizonte,
sinal de que a portaria estava perto. Katherine ficou empolgada e acelerou os
passos para chegar. Fael e Graziela acompanharam a Venezuela, todos os dois
estavam encharcados de suor. Fael começou a reclamar de dores da cabeça, devido
ao forte sol na Planície das Guianas.
As 11:00, numa duração de quase 4h (quatro horas), Katherine chega até a
portaria da vila de Paraitepuy, sendo a primeira do grupo a finalizar a trilha
do Monte Roraima. Alguns minutos depois Fael e Graziela chegam e abraçam
Katrherine. Uma hora após Katherine chegar a portaria, aparece Álvaro, Oriana e
o garoto Santi, que se juntaram a Fael e Graziela para comemorar a base de
biscoitos e doce de leite. Posteriormente chegaram Kliber, Oxcel e Mellani,
bastante exaustos.
Muitos
grupos estavam no local comemorando e resenhando a trilha do Monte Roraima,
sendo a maioria por brasileiros. A espera pelo carro foi de poucos minutos e a
partida até San Francisco de Yuruani ocorreu as 12:30, em uma landcruser branca
da toyota bem conservada e confortável.
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Peço esse favor pelo fato da pagina não está me notificando quando um leitor escreve no comentário dos relatos.
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Gratidão.