01 - [RT] - SERRA DOS ÓRGÃOS - TERESÓPOLIS , RIO DE JANEIRO, 2016. (PARTE 01)

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# - Planejamento da rota.

Era manhã de sábado, por volta das 09:00. Fael e Graziela estavam dialogando sobre possíveis viagens no decorrer dos feriados do ano de 2016. Para isso os dois agendaram destinos para cada feriado.

Fazendo uma pesquisa no site melhores destinos, Graziela percebeu que havia uma promoção de passagens aéreas, entre as cidades de Salvador/BA e o Rio de Janeiro/RJ, nas datas coincidentes com o feriado da páscoa. Sem pensar muito, os dois fizeram a compra e se articularam a se encontrar e reunir com o intuito em planejar uma trilha e executá-la. No dialogo foi decidido a travessia da Serra dos Órgãos.

Na reunião, Fael e Graziela acessaram o site do Parque Nacional Serra dos Órgãos - PARNASO, onde o visitante deve se cadastrar e fazer a compra do ingresso para ter acesso ao parque.

Sabendo que o parque tem um número limite de visitantes, Fael e Graziela resolveram comprar os ingressos, de forma antecipada, para ter acesso a trilha. Contudo, na hora da realização da compra do circuito tradicional, com inicio na cidade de Petrópolis/RJ e finalizando na Cidade de Teresópolis/RJ, o site avisava que em um dos abrigos não tinha mais vagas, impossibilitando a realização da compra. Como as passagens estavam pagas, e não poderia cancelar, Fael e Graziela buscaram alternativas para ter acesso ao parque. Para isso foi pesquisado outras rotas dentro do Parque Nacional Serra dos Órgãos - PARNASO. A rota que mais agradou foi a “trilha inversa”, que tem o seu inicio em Teresópolis/RJ e o final em Petrópolis/RJ.

Entrando em acordo, Graziela fez a compra e imprimiu o comprovante, que está disponível no próprio site. Existe uma nota de rodapé recomendando a apresentação do documento que comprove o pagamento ao guarda do parque (quem comprou pela internet), onde tem a responsabilidade de liberar o acesso ao visitante.

Outro documento que o trilheiro deve ter acesso e levar-lo para ser entregue a portaria, é o Termo de Reconhecimento de Risco e Normas, onde o indivíduo se responsabiliza na condução do grupo e dele mesmo, arcando com a responsabilidade de qualquer eventualidade feita por ele e pelo grupo.

Após a garantia dos ingressos de acesso a trilha da Serra dos Órgãos, Fael e Graziela foram à busca de um local para serem acolhidos ao final da trilha, pois os dois já imaginaram estarem sujos e necessitarem de um uma “base” para organizar os equipamentos, tomar banho, entre outros. Recorrendo ao site do couchsurfing (www.couchsurfing.com), Fael enviou alguns pedidos solicitando uma hospedagem por algumas horas. Com poucos minutos de espera, um dos convites foi aceito por uma garota, de nome Maristela, que reside no município de Petrópolis/RJ, dizendo que ia acolher-los em sua casa. Sendo assim, Fael pegou o seu endereço e o telefone.

Os detalhes de valores pagos por Fael e Graziela, dês as passagens aéreas, transporte coletivo, ônibus intermunicipal e taxas de acesso ao Parque Nacional da Serra dos Órgãos - PARNASO estará nas imagens abaixo (NA IMAGEM 01. Onde se lê “Bigen”, leia-se “Bingen”).


Imagem 01 - Tabela com os valores gastos referentes as passagens individuais.
 Elaboração: Fael Fepi. 


Imagem 02 - Tabela com os valores gastos referente as taxas (obrigatórias) de acesso ao 
Parque Nacional Serra dos Órgãos - PARNASO. Fonte: PARNASO.TUR.


 - Salvador, 23 de março de 2016. Quarta-feira.

# - Salvador/BA (SSA) x Rio de Janeiro/RJ (GIG).

Dia da viagem, Fael ligou para Graziela avisando que o local de encontro dos dois será no salão de embarque do Aeroporto Internacional 2 de Julho. O destino dos trilheiros é o Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), localizado no município do Rio de Janeiro/RJ. O embarque está previsto as 20:30, no vôo JJ3197 da empresa TAM, linha SSA x GIG, com previsão de duas horas. Esperando no salão de embarque, Fael encontrou com Graziela, as 18:30 e aproveitaram o restante do tempo para fazer os últimos ajustes nos equipamentos e a logística quando chegar até a cidade do Rio de Janeiro/RJ.

As 20:30, no horário previsto, Fael e Graziela embarcaram no avião da TAM, em um vôo direto, com previsão em chegar as 22:30 no Galeão.

No Estado do Rio de Janeiro, próximo ao Aeroporto, o avião que Fael e Graziela estavam pegou uma forte turbulência, devido ao temporal. Inclusive, a chuva foi tão forte que virou manchete nacional. Fael passou mal, tendo náuseas e chegando a vomitar, devido as quedas de altitude que o avião tinha por conta do mal tempo. Os passageiros foram comunicados que não seria realizado o pouso no horário, devido a forte chuva. A tripulação estava cogitando em realizar o pouso no Estado de Minas Gerais, precisamente o Aeroporto Tancredo Neves (CNF), localizado na cidade de Confins/MG, mas não foi necessário. Após 30 minutos sobrevoando as cidades de Petrópolis/RJ e do Rio de Janeiro/RJ, o avião pousou debaixo de uma forte chuva, para a alegria dos passageiros.   

Imagem 03 - Fael, Graziela. Vôo JJ3197 da TAM. Linha: SSA/BA x GIG/RJ.
 Aeroporto Internacional 02 de Julho, Salvador, Bahia, 2016.

        As 23:15, Fael e Graziela conseguiram pegar as mochilas no salão de desembarque e seguiram até o ponto de ônibus executivo do Galeão (conhecido como frescão), a espera do ônibus da linha 2018 da empresa autobus, que faz a linha: Aeroporto Internacional x Alvorada, com o valor da passagem de R$ 14,00. A perspectiva dos dois era chegar antes da meia noite no terminal rodoviário Novo Rio, para comprar a passagem até o município de Teresópolis/RJ, que está disponível até as 00:00, seu ultimo horário.

        A espera pelo frescão foi grande, Fael e Graziela só conseguiram embarcar as 23:55, sem esperanças em conseguir embarcar no intermunicipal até a cidade de Teresópolis/RJ. As 00:25, os dois desembarcam na Rodoviária, encontrando o guinche da empresa Viação Teresópolis (única empresa que eles observaram que faz a linha) fechada.

     Sendo assim, Fael e Graziela caminharam na grande rodoviária do Novo Rio até encontrar um local, seguro, para que possam se acomodar e descansar, esperando o dia amanhecer e seguir viagem até o município de Teresópolis/RJ.

Imagem 04 - Fael. Rodoviária  Novo Rio. Rio de Janeiro, RJ, 2016.

- Rio de Janeiro, 24 de março de 2016. Quinta-feira.

# - Teresópolis/RJ.

         À noite na Rodoviária Novo Rio foi tranqüila, poucas pessoas descansando, a maioria nos bancos, enquanto Fael e Graziela estavam deitados em um isolante térmico e usando o saco de dormir para se proteger do forte ar-condicionado do terminal.

        As 03:30 da manhã, o guinche da empresa Costa verde abre, atraindo a maioria das pessoas que estavam cochilando nos assentos de espera. Essa empresa faz linha para os municípios de Paraty/RJ e Angra dos Reis/Rj, destinos bem conhecidos mundialmente, gerando a grande procura por passagens. A organização ocasionou barulho, despertando Fael e Graziela que não conseguiram dormir. Sem muitas alternativas, os dois ficaram sentados esperando o horário das 05:20 para comprar a passagem até a cidade de Teresópolis/RJ.


       As 05:25, da manhã, o guinche da empresa Viação Teresópolis/RJ abre, onde Fael estava na fila para comprar as passagens. O mesmo adquiriu duas passagens da linha: Rio de Janeiro/RJ x Teresópolis/RJ (direito), embarcando no primeiro horário das 06:00 da manhã.

Imagem 05 - Guinchê da Viação Teresópolis.
 Rodoviária Novo Rio. Rio de Janeiro, RJ, 2016.
A viagem foi no ônibus, modelo G7, da Viação Teresópolis, e durou uma hora e meia, no belo e revitalizado trecho da BR 116, região serrana do Estado do Rio de Janeiro. As belíssimas paisagens atraem os passageiros a observarem as serras que margeiam a rodovia federal, tirando até o sono de quem viaja. Contudo, Fael e Graziela estavam muito cansados e acabaram dormindo até a cidade de Teresópolis/RJ. No trevo da cidade, Fael e Graziela pediram ao motorista e desembarcaram na portaria do Parque Nacional da Serra dos Órgãos - PARNASO, que está na Av. Rotariana, na entrada da cidade. Agradecendo ao motorista, os dois seguiram em direção a sede da PARNASO Teresópolis/RJ.

Imagem 06 - Portaria do Parque Nacional da Serra dos Órgãos - PARNASO. 
Sede Teresópolis. Cidade de Teresópolis, Rio de Janeiro, 2016.


# - P.N. Serra dos Órgãos. Sede Teresópolis/RJ.

      Na portaria do Parque Nacional Serra dos Órgãos - PARNASO, Fael e Graziela apresentaram o termo de conduta / responsabilidade e o comprovante de pagamento ao vigilante. Após, os dois tiveram o acesso liberado.

          O inicio é pavimentado de cimento moldurado, com passagem de veículos pelos três quilômetros iniciais da trilha. A maioria desses veículos que Fael e Graziela observaram era de funcionários que trabalhavam no parque. Mas o visitante que tiver veículo pode seguir até o estacionamento da barragem, localizado a 3 km após da portaria.

        Caminhando por alguns metros, Fael e Graziela se acomodaram em um ponto de apoio ao visitante, onde oferece uma estrutura básica ao trilheiro que chega de viagem e precisa de alguns ajustes antes de seguir na caminhada.

        Aproveitando o apoio, Fael e Graziela trocaram a roupa da viagem pela roupa de trilha, dividiram o peso dos equipamentos, roupas, alimentos, prepararam as maquinas digital, encheram as garrafas de águas e iniciaram a caminhada em direção ao abrigo 4 da Serra dos Órgãos.

Imagem 07 - Graziela. Serra dos Órgãos. Teresópolis, Rio de Janeiro, 2016.

      Próximo a bifurcação, Fael e Graziela foram “abordados” por um grupo de Quatis (Nasua-Nasua), que bastante curiosos se aproximaram dos trilheiros e começaram a cheirar. A curiosidade foi tanta que Fael deixou a mochila cargueira no chão e imediatamente um dos quatis foi até a sua mochila e tentou abrir com a pata, atraído pelo cheiro das variedades de comida que estava na cargueira. Aproveitando esse momento, Fael fez uns registros fotográficos do grupo e seguiu a trilha.

Imagem 08 - Quati de cauda anulada (nasua-nasua).
 Serra dos Órgãos. Teresópolis, Rio de Janeiro, 2016.

# - Mirante do Cartão Postal.

         No km 02, aproximadamente, Fael e Graziela começaram a observar pequenas trilhas alternativas, ideais para quem está iniciando a prática de trekking (para serem futuros trilheiros), além de quem queira se distrair em um passeio alternativo. Contudo, o que chamara atenção dos dois, que estava previsto no roteiro, foi uma placa sinalizando uma trilha chamada mirante do Cartão Postal.

      Segundo a informação da placa instalada no inicio da trilha, o mirante possibilita a melhor vista para a formação rochosa batizada de “Dedo de Deus”, além de visualizar os demais cumes da serra (inclusive o dedo de Deus). Previsto na caminhada, Fael e Graziela seguiram, a esquerda da bifurcação, conforme a orientação da placa, em direção ao mirante.

Imagem 09 - Placa sinalizando o inicio da trilha do  Cartão Postal.
 Serra dos Órgãos. Teresópolis, Rio de Janeiro, 2016.
A trilha do mirante do Dedo de Deus é toda “batida”, ou seja, caminho definido e sinalizado, onde há trechos que passaram por manutenção a fim em facilitar a caminhada. Um exemplo dos reparos na trilha é a inclusão de madeiras nos trechos íngremes e com desníveis, possibilitando a criação de degraus com o intuito em da mais “segurança” a caminhada do visitante.

Além disso, as madeiras evita o deslize do solo e da vegetação quando o visitante caminha nos trechos íngremes. Por exemplo, em épocas de chuva o solo fica encharcado, aumentado a probabilidade de um deslize após uma pisada do trilheiro.

Nos primeiros 300 metros são de subidas, em antigos trechos íngremes que hoje são “degraus”, além de um pequeno trecho plano, de solo encharcado, margeada da mata atlântica densa, que impossibilita a intensidade da luz solar. Após, surge mais trechos de subidas.

Imagem 10 - Graziela. Trilha do Cartão Postal. Serra dos Órgãos. 
Teresópolis, Rio de Janeiro, 2016.

Depois dos 300 metros a trilha continua com as mesmas características citadas acima, contudo com menos luz natural, devido a altas espécies da flora que margear o percurso. No momento em que Fael e Graziela estavam caminhando, em torno das 09:00 da manhã, a trilha estava com muita neblina, aumentando a atenção dos mesmos.

Após 800m, próximo ao fim da trilha, existe uma pequena construção, em forma de ponte, colocada acima de um córrego, com o intuito de auxiliar o trilheiro na caminhada. Entretanto, as madeiras estavam quebradas e a construção com sinal de abandono. Os administradores colocaram um papel plastificado com o aviso “ponte quebrada, passar ao lado”, sendo que o caminho do lado estava com muita lama e escorregadio. Para Fael e Graziela o trecho é tranqüilo, mas para uma família que não é acostumada a caminhada e leva seu filho para a trilha, pagando para ter acesso a essas trilhas? As 09:20, Fael e Graziela chegaram no mirante do cartão postal, após 55 minutos de caminhada.

O Mirante do cartão postal é um local seguro, com uma proteção de madeira feita próxima a uma escarpa, isolando. Existe uma placa com a identificação dos cumes e a altitude de cada um, além de umas rochas que serve de “banco”. O ponto negativo é que o local está todo pinchado (inclusive a placa de identificação), devido a ignorância de alguns visitante que não respeita e se quer tem a consciência em preservar o local.

Imagem 11 - Graziela.  Mirante do Cartão Postal. Serra dos Órgãos.
 Teresópolis, Rio de Janeiro, 2016.

        Para a surpresa de Fael e Graziela, o mirante não tinha nenhum visitante, além de está com muita neblina, cobrindo a vista dos picos. Obviamente os dois ficaram decepcionados, estavam ansiosos para observar a cadeia de morros e visualizar o principal deles: o Dedo de Deus. Entretanto, Fael e Graziela decidiram esperar mais um pouco, com a esperança da neblina dispersar e o tempo abrir.

Após 25 de espera, por volta das 09:45 da manhã, uma parte da neblina dispersa e a cadeia de morros começa a ser visualizada por Fael e Graziela. Apesar de não está nitidamente, dava para observar a beleza paisagística dos paredões rochosos. Mas a visão só durou alguns minutos, pois a neblina voltou a cobrir as rochas deixando o tempo fechado e sem visibilidade das formas da paisagem em redor do mirante Cartão Postal. 

Imagem 12 - Monumentos Geológico vistos do Mirante Cartão Postal. 
Serra dos Órgãos. Teresópolis, Rio de Janeiro, 2016.

As 10:05, Fael e Graziela iniciaram o caminho da volta, trilhando no caminho inverso. Como na ida era mais subida, a volta foi mais descida. Próximo a 600m de caminhada, Graziela escorrega e cai, colocando a mão como apoio. Porém, essa ação resultou em uma patologia de risco, o seu dedo médio, da mão direita, ficou torto, com suspeita de fratura (posteriormente foi confirmado em um exame de raios-X realizado no município de Feira de Santana/BA), informando que estava sentindo muita dor. Fael fez um paliativo para que amenizar-se a dor e que a mesma pudesse continuar a trilha. Seu dedo foi imobilizado, de forma reta. Para isso foi utilizado um pedaço de galho e esparadrapo.

Por volta das 10:40, Fael e Graziela chegaram na bifurcação e seguiram na estrada principal até a porteira de acesso a trilha do abrigo 4 / Pedra do Sino.

Imagem 13 - Graziela. Serra dos Órgãos. 
Teresópolis, Rio de Janeiro, 2016.

# - Barragem.

  Na estrada da barragem, Fael e Graziela caminharam, por mais 1 km, até o estacionamento. No caminho foi observado um hotel, que serve de apoio aos visitantes que buscam conforto e mais comodidade (pós- viagem), além das casas de estudo onde os pesquisadores produzem pesquisas e  monitoramento na região do parque.

  Alguns córregos passam por baixo da estrada da barragem, pavimentada de paralelepípedos. As águas são limpas e geladas, com gosto de “água mineral”, Fael e Graziela fizeram uma parada no local para saborear a deliciosa água da Serra dos Órgãos. A barragem é importante, pelo fato de ser o local de capacitação de água para todo o município de Teresópolis/RJ. Por tanto, o parque sempre monitora o local. As 11:18 da manhã, Fael e Graziela chegaram na barragem.

Imagem 14 - Córrego na Estrada da Barragem. 
Serra dos Órgãos. Teresópolis, Rio de Janeiro, 2016.

Imagem 15 - Estacionamento da Barragem. Serra dos Órgãos. 
Teresópolis, Rio de Janeiro, 2016.

# - Cachoeira do Véu da Noiva (Teresópolis/RJ).

          Ao lado esquerdo do estacionamento da barragem, Fael e Graziela observaram mais um placa de sinalização, indicando a direção da Trilha do Sino e a trilha alternativa. Como o destino é o abrigo 4, eles seguiram até o inicio da trilha da Pedra do Sino .

         A referência da trilha é uma porteira e uma placa do Parque Nacional da Serra dos Órgãos - PARNASO, com detalhes do percurso a ser realizado, através de um mapa. O trilheiro pode abrir a porteira e seguir sem avisar, como fizeram Fael e Graziela.

O caminho inicial é bem batido, definido e tranqüilo em se fazer. Possui umas pequenas subidas íngremes, mais nada que assuste. Contudo, Fael e Graziela estavam muito cansados, devido a longa viagem que fizeram. Para eles as pequenas subidas pareciam longas e intermináveis. 

Imagem 16 - Inicio da trilha ao abrigo 4. Serra dos Órgãos.
 Teresópolis, Rio de Janeiro, 2016.

      A subida prosseguia, em forma de zig, zag. Segundo alguns relatos que Fael leu, a trilha é dessa forma até o abrigo 4. O PARNASO diz que a distância, entre a portaria até o cume da Pedra do Sino, é de 11 km. Nos primeiros quilômetros não existem “atrativos paisagísticos de características serranas” que atraem o indivíduo, pois as margens das trilhas estão compostas por matas arbóreas que sombreiam e “cobre” as cadeias de serras do PARNASO.

     Contudo, existem algumas plantas e animais que atrai o trilheiro. O que atraiu Fael e Graziela foi um beija-flor cinza, manso, que não se incomodava e nem se assustava com a presença deles. Os mesmos tentaram registrar uma foto nítida da ave, mas o animal estava acomodado em uma grande árvore, alta, onde a maquina não conseguia focalizar-lo. Sendo assim, Fael e Graziela caminharam, com algumas paradas, até um dos atrativos que compõe esse trecho de 9 km, aproximadamente, até o abrigo 4, atrativo denominado como Cachoeira Véu de Noiva de Teresópolis.

       Aproximadamente com 15m de altura, a Cachoeira Véu de Noiva de Teresópolis possui um pequeno poço de águas transparentes e de tons amarelados. O banho é gelado, espantando a sensação de calor. Além disso, as suas águas servem como um “relaxante” muscular, devido a temperatura baixa. Fael classificou o banho da Cachoeira como “espanta cansaço”.

          No local possui um pequeno corrimão, que serve de apoio ao trilheiro caminhar sobre o córrego que as águas do véu de noiva forma no trecho da trilha (nada que assuste). A parada no atrativo é obrigatória, pela simplicidade e beleza dessa bela paisagem natural.

        Graziela até tentou se banhar nas águas geladas da Cachoeira Véu de Noiva, sem sucesso. A mesma sentiu a sensação de câimbra e quase se acidentava ao caminhar no poço.

Imagem 17 - Fael. Cachoeira Véu de Noiva. 
Serra dos Órgãos. Teresópolis, Rio de Janeiro, 2016.


# - Abrigo 4

       Depois do banho na Cachoeira Véu de Noiva, Fael e Graziela caminharam na “extensa” trilha, em formato de zig zag, parecia que nunca iria acabar. Exaustos, devido a viagem e a noite que passaram na rodoviária, com poucas horas de sono, Fael e Graziela faziam algumas paradas que atrasava a caminhada.

          Em alguns trechos é possível observar belas paisagens serranas, como a vista do município de Teresópolis/RJ “abaixo das nuvens”, Fael e Graziela aproveitaram o fenômeno a fim em observar. Segundo o GPS que Fael possuía, os dois estavam a 1950m de altitude.


Imagem 18 - Fael. Serra dos Órgãos. 
Teresópolis, Rio de Janeiro, 2016.

A caminhada continuou em trechos sinuosos, até chegar a uma trilha mais batida, contudo o solo estava encharcado e escorregadio em alguns trechos. A trilha seguiu reta e em seguida em direção a esquerda, sentido a Pedra do Sino. Próximo ao abrigo 4 existe uma formação rochosa (que parece ser natural) de uma “mini-caverna” que atraiu os olhares de Fael e Graziela. Após 06:18 minutos de caminhada, precisamente as 16:56, Fael e Graziela chegam ao Abrigo 4.

Na Pedra do Sino, a cerca de 2.200m de altitude, está localizado o Abrigo 4, um chalé de montanha destinado a receber visitantes e controlar o uso das áreas de montanha. A construção foi projetada pelo Laboratório de Produtos Florestais do IBAMA, contando com energia solar e tratamento biológico de afluentes. O atual Abrigo 4 foi erguido sobre as ruínas das fundações do antigo abrigo, que fazia parte da rede de abrigos da trilha da Pedra do Sino. Com capacidade para 30 visitantes (12 beliches e 18 bivaque), dispõe ainda de cozinha e banho quente. A casa foi toda construída de madeira simples e rústica, atraindo o visitante a explorar todos os seus cômodos. Aos arredores do abrigo estão 3 (três) áreas para camping, sendo que o terceiro está um pouco abaixo do abrigo. A superfície é plana e coberta por gramas.

No momento que Fael e Graziela chegaram não tinha nenhum visitante acampado, deixando-o os dois com algumas duvidas. A certeza era de encontrar o local movimentado, devido aos poucos ingressos que restavam no site.

Imagem 19 - Abrigo 4. Serra dos Órgãos. 
Teresópolis, Rio de Janeiro, 2016.
Dois rapazes estavam no abrigo e abordaram Fael e Graziela. Os mesmo se apresentaram como Charlie e Rolan, funcionários do Parque Nacional da Serra dos Órgãos - PARNASO. A função deles é cuidar do abrigo e da o apoio ao visitante.

        Fael e Graziela já sabiam que eles estavam a espera, pois o vigilante da sede de Teresópolis/RJ havia comunicado, através do rádio, que um casal teve acesso ao parque e que irá dormir no abrigo 4. Esse papel é um dos poucos pontos positivos que merecem ser citados na administração do PARNASO.

         As 19:00, Fael tomou um banho que o congelava, Graziela ficou com medo, quase não tomava banho. A noite estava muito fria e o banho de água quente não está incluso no ingresso do camping. Para tomar banho de água quente deve ser pago um valor de R$ 20,00, sendo que tem um tempo limite ao banho. Como os dois não estavam com muito dinheiro, encararam esse grande desafio em se banhar, a noite, na água fria da região serrana.

As 21:00, a temperatura estava em 4°, obrigando a Fael e Graziela se recolherem nas barracas. As 22:20 os dois foram descansar para no dia seguinte continuar a caminhada na travessia Teresópolis/RJ x Petrópolis /RJ. 

Imagem 20 - Graziela, Fael, Charlie, Rolan. 
Abrigo 4. Serra dos Órgãos. Teresópolis, Rio de Janeiro, 2016.












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Inicio esse blog com uma adaptação de um prefácio do livro Homens e Caranguejos, escrito pelo autor Josué de Castro (1908-1973), na perspectiva em mostrar ao leitor o que os relatos podem contribuir (ou não) em seu planejamento, em sua viagem, ou até mesmo na construção de um capitulo da sua vida.

" Nas terras [...] do Nordeste brasileiro, onde nasci, é hábito servir-se um pedacinho de carne seca com um prato bem cheio de farofa. O suficiente de carne - quase um nada- para dar gosto e cheiro a toda uma montanha de farofa feita de farinha de mandioca, escaldada com sal. Foi talvez, por força, deste velho hábito da região do Nordeste Brasileiro, que resolvi servir ao leitor deste blog, muita farofa com pouca carne. Sentido que a história que vou contar (através dos relatos), uma história magra e seca, com pouca "carne de emoção". Resolvi desenvolver os textos bem explicativo que engordasse um pouco desse blog e pudesse, talvez, enganar a fome do leitor - a sua insaciável fome de aventura e emoção - em busca de objetivos e ações na constituição de um "novo", uma mudança em suas práticas cotidianas, na concepção em viver os momentos e aproveitar o sentido da vida" (CASTRO, 1967).

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