12 - Rota no Sul da Chapada Diamantina - Ibicoara BA - 2014 (PARTE 02)

# - Fenda da Fumacinha.

Por volta das 13:00h, caminhando a favor da correnteza do rio (Sentido do Lagão) Luciano apresenta para Fafau, Faaeel, Jean e Sendy, a Fenda da Fumacinha, que para a surpresa dos mesmos, argumentaram que nunca ia imaginar que ali seria o inicio da fenda.

*A fenda é escura, fica localizada no cânion direito (Sentido da volta), coberta por algumas árvores que dificulta a sua localização.

O inicio da subida já é assustador, as rochas grandes e cheias de musgos (popularmente chamados de limos) deixa o percurso escorregadio e perigoso. O grupo foi subindo bem devagar, por conta da trilha está escorregadia e as cargueiras, que de certo modo, atrapalhava na escalaminhada. Após 30 minutos de escalaminhada, aproximadamente, Luciano da uma pausa e chama Fafau para ajudar a montar o “andaime” a fim de continuar a trilha.


* Na fenda existia uma escada artesanal feita por um grupo de guias que ajudava os trilheiros a seguir até a rocha acima, continuando a trilha da fenda. Mas, como alguns indivíduos estariam fazendo a trilha da fenda com outras agências ou sozinhos, algum malicioso derrubou a escada, impedindo a subida até a rocha acima.

Por conta desse fato, Luciano e Fafau tiveram que montar uma espécie de andaime para poder seguir na trilha. A base foi um barrote e duas rochas que serviram de apoio para prender o barrote.

Após o barrote fixo, Luciano deixou sua cargueira com Fafau e se apoiou na barra de madeira, com os pés nas duas rochas, subindo até a próxima rocha. Após, Fafau entregou a cargueira de Luciano e fez o mesmo macete de Luciano, deixando a sua cargueira com Jean, após os demais fizeram o mesmo macete até estarem na rocha acima, continuando a trilha.

Foto 25 – Jean, Sendy. Fenda da Fumacinha: Ibicoara, Bahia, 2014.

* Quando você sobe e da uma olhada para baixo, você percebe o perigo e altura que é a Fenda da Fumacinha, outro fator que pode prejudicar a subida na Fenda da Fumacinha são as cargueiras. As cargueiras são uma armadilha para os trilheiros que estão escalaminhando uma fenda ou um cânion, por exemplo. Esse fato merece ser destacado devido o peso da mochila te fazer desequilibrar, empurrando seu corpo para frente ou para trás, sem da uma estabilidade.

Esse fato é destacado porque aconteceu com Faaeel quando o mesmo estava subindo uma rocha. Quando escalaminhou a rocha, o peso da sua cargueira foi para trás, desequilibrando o mesmo. A sorte dele foi que ele conseguiu empurrar o corpo dele para frente, caindo de joelho no chão. 


Macete:
*Quando for escalaminhar, não prenda o cinto da cargueira no seu quadril. Caso ocorra um fato da cargueira te desequilibrar, o cinto pode te prejudicar, possibilitando a sua queda.  Sem o cinto fica mais fácil de se livrar da mochila, evitando a queda. 

Foto 26 – Jean, Luciano (acima). Fenda da Fumacinha: Ibicoara, Bahia, 2014.

Após vencer o grande obstáculo da Fenda da Fumacinha, Luciano, Fafau, Faaeel, Jean e Sendy, continuaram escalaminhando a fenda bem devagar. Os mesmos observaram que quanto mais você sobe, mais a fenda vai se fechando e mais cautela o grupo teve por conta das rochas escorregadias e poços de água que se formava.

* Não foram registrados mais fotos da Fenda por conta do percurso ser bastante tenso, exigindo o máximo de atenção possível dos trilheiros. A intenção era registrar os pontos de maiores dificuldades da subida da Fenda, que pelas contas do grupo tem uns 05 pontos a destacar. Mas, o principal deles, que mereceu ser citado, é a parte que necessita de uma “escada” ou “andaime” para servir de apoio para subir.

* A equipe dos Os Pobres Mochileiros não aconselha a subir a Fenda sem o acompanhamento de uma pessoa que conheça o local (O grupo chamou Luciano, amigo e Guia do município de Ibicoara-BA). O local é muito perigoso e um deslize pode ser fatal. Esse trecho da trilha é de muito respeito, alias a Fenda é considerado o local mais perigoso para os membros (de todas as trilhas até agora). Sempre damos dicas e macetes para  o indivíduo que não tem condições de pagar um condutor, mas caso pense em fazer a Fenda, procure alguém experiente e que conhece o local. Nesse caso a equipe indica Luciano que é uma excelente pessoa.

Foto 27 – Luciano (bem acima) Fafau (Acima), Jean (em baixo). Fenda da Fumacinha: Ibicoara, Bahia, 2014.

No final da Fenda, as rochas ficam mais verdes e grandes árvores surgem. O que chamou a atenção de Luciano e dos demais foi a umidez que estava a trilha, os musgos deixou a fenda bem verde fazendo com que o grupo pisasse neles com delicadeza. Após uma hora e meia, aproximadamente, os cincos saíram de um “bequinho” escuro e se bateram em uma grande área plana de mata rasteira, esse local é o Gerais do Machambongo, “avisando” que a subida da Fenda da Fumacinha foi concluída.

Foto 28 – Ponto aproximado do fim da Fenda da Fumacinha. Gerais do Machambongo: Ibicoara, Bahia, 2014.

# - Gerais do Machambongo (Fumacinha Por Cima).

Por volta das 14:45, Luciano, Fafau, Faaeel, Jean e Sendy chegaram ao maior Gerais da Chapada Diamantina (Segundo Locais), Os Gerais do Machambongo. Após a tensa subida da fenda o grupo resolveu da uma pausa para lanchar e da uma ajeitada nas cargueiras. Para a surpresa do grupo começa a cair uma pancada de chuva, fazendo com que os cincos interrompessem o lanche e adiantasse os passos. Sendo assim, os cinco foram em direção ao próximo atrativo da 02° parte da trilha, que é a vista da Cachoeira da Fumacinha (por cima) ou primeira queda.

Foto 29 – Luciano, Fafau, Sendy Gerais do Machambongo: Ibicoara, Bahia, 2014.
O grupo seguiu por um caminho que não possui uma trilha marcada, porém, boa parte do percurso é caracterizado pela mata rasteira. Diversos córregos se formavam no local por conta das chuvas fortes que aconteceram alguns dias no município, alias, por falar de chuva, no momento em que o grupo estava caminhando pelos Gerais, a garoa se transformou em uma grande pancada de chuva. Luciano se baseou em uma Serra, ao lado esquerdo dos Gerais do Machambongo, para seguir em direção a vista da 01° queda da Cachoeira da Fumacinha. Com trinta minutos de caminhada dava para observar o vapor de água que se formava, devido a forte queda da Cachoeira da Fumacinha (Por baixo). Quem não conhece o local pensa que está acontecendo queimadas, porém, é o vapor de água que da essa condição, devido a forte queda da Cachoeira. Aproveitando esse fenômeno, os cinco deram uma pausa no local para observar a Cachoeira da Fumacinha “fumaçando” nos Gerais do Machambongo.

Foto 30 – Cachoeira da Fumacinha (02° Queda) fumaçando. Gerais do Machambongo:  Ibicoara, Bahia, 2014.

* A visualização da Cachoeira da Fumacinha “fumaçando” não é comum de se observar , esse fenômeno só acontece quando a queda da cachoeira está muito forte, proporcionando a formação de vapores de água que parece mais com  fumaça  de queimada. Como estava chovendo muito forte há alguns dias no município de Ibicoara-BA, o grupo teve esse privilégio de conseguir observar esse fenômeno tão de perto.

Na trilha tinha algumas plantas que se destacava na mata rasteira dos Gerais do Machambongo. Entre elas está a Caliandra Amarela, que tem em grande número nos Gerais. Aproveitando os vários exemplares encontrados no local, Faaeel registrou uma foto da espécie.

Foto 31 – Caliandra Amarela. Gerais do Machambongo: Ibicoara, Bahia, 2014.
Após andarem por cerca de 3km, aproximadamente, Luciano, Fafau, Faaeel, Jean e Sendy encontraram a trilha que leva em direção a Cachoeira da Fumacinha por cima, após andarem alguns metros entre o córrego e a trilha, os mesmos visualizaram a 01° queda que forma a Cachoeira da Fumacinha.

Foto 32 – Sendy. Cachoeira da Fumacinha (Por cima), Gerais do Machambongo: Ibicoara, Bahia, 2014.

* A Cachoeira da Fumacinha (por cima) é formada pelo Rio Una, sua queda  possui uma altura aproximada de 100m ou até mais. O banho na queda não é possível devido o grau de dificuldade de descer sobre ela. Após essa queda existe um pequeno poço com grandes correntezas que leva a água até uma fenda, formando a 02° queda da  fumacinha ( Cachoeira da Fumacinha por baixo). Somando o inicio da 01° queda, com o poço, um pequeno trecho que a água percorre, e a 02° queda, a Cachoeira da Fumacinha totaliza 280m (Segundo os órgãos administradores do parque).

Luciano, Fafau, Faaeel, Jean e Sendy tentaram se aproximar o mais perto possível da queda, porém, por conta da neblina e da própria chuva, os mesmo ficaram em um ponto que dava para observar a queda de frente.

Foto 33 – Cachoeira da Fumacinha (Por cima). Gerais do Machambongo: Ibicoara, Bahia, 2014.

# - Gerais do Machambongo (Toca do Vaqueiro).

Após a vista da bela queda da Fumacinha (Por cima) os cinco seguiram pela trilha batida em direção a próxima base de acampamento: A toca do Vaqueiro. Alguns metros após a queda da fumacinha, o grupo deu uma pausa para encher as garrafas de água e observar o Rio Una acima da Fumacinha. Os mesmos aproveitaram para explorar um pouco o local. Após, seguiram pela trilha encharcada, debaixo de uma forte chuva.

Foto 34 – Faaeel. Rio Una,Gerais do Machambongo: Ibicoara, Bahia, 2014.

Continuando na trilha, Luciano, Fafau, Faaeel, Jean e Sendy deram mais uma parada a fim de observar um fenômeno raro de se ver: a fumacinha fumaçando (bem forte). A Cachoeira da Fumacinha aumentou a proporção da sua “fumaça”, chamando a atenção de todo o grupo. Luciano argumentou que é difícil conseguir observar esse fenômeno da fumacinha nessa proporção, os mesmos aproveitaram e registraram uma foto.

* Quem ver de longe, ou não conhece esse fenômeno, parece que está ocorrendo um grande incêndio nos Gerais do Machambongo, sabendo que ali é o vapor de água formado pela forte queda da Cachoeira da Fumacinha.

Foto 35 – Fafau observando a “Fumacinha Fumaçar. Gerais do Machambongo: Ibicoara, Bahia, 2014.
*Seguindo na trilha, o grupo andou por quase 1 km até encontrar uma única bifurcação na trilha. No lado esquerdo a trilha segue até o distrito de Campo Alegre, ao lado direito a trilha segue em direção a Toca do Vaqueiro.

Como os cinco estavam em direção a Toca do Vaqueiro, dobraram a direita e seguiram na trilha batida. Após 20 minutos de caminhada, aproximadamente, Luciano, Fafau, Faaeel, Jean e Sendy chegaram na Toca do Vaqueiro, por volta das 18:00.

Foto 36 – Toca do Vaqueiro: Ibicoara, Bahia, 2014.
* A Toca do Vaqueiro é um local estratégico da trilha, o local possui uma porta, uma janela e dois cômodos, sendo que o segundo cômodo não da para ter acesso devido a uma grade que impede a passagem. O primeiro Cômodo é bem espaçoso, cabendo um grupo de 10 pessoas (ou mais). Quem tiver com saco de dormir ou isolante, da para dormir tranquilamente. Quem prefere barraca, da para armar no máximo três barracas de duas pessoas. O local aguenta chuva, porém, os cantos do teto existem algumas pingueiras que pode atrapalhar o sono do trilheiro. Nesse cômodo existe ainda uma “mesa” que serve de apoio para colocar alguns equipamentos e alimentos. No lado de fora possui umas “coberturas naturais” formadas pelas rochas que serve de apoio para cozinhar ou guardar alguns equipamentos, como as cargueiras por exemplo.

Após a breve analise do local, Fafau, Faaeel, Sendy, Jean e juntamente com Luciano, se acomodaram na Toca do Vaqueiro, colocando os equipamentos abaixo da mesa e estendendo os isolantes térmicos acompanhados do saco de dormir, sem precisar armar barraca. Em seguida foram até o Rio Una, que fica um pouco abaixo da Toca do Vaqueiro para se banhar. O banho para o grupo foi um pouco trabalhoso, devido a essa parte do Rio Una está um pouco abaixo da sua capacidade, fazendo com que o grupo se deitasse para poder se banhar na fraca correnteza da água.

Depois do banho os cinco prepararam uma janta (Macarrão, Feijão preto, Cenoura, Batata, Carne Seca e massa de cuscuz), depois de abastecidos o grupo foi descansar para no dia seguinte atacar o principal atrativo que é a Cachoeira do Penedo.

Foto 37 – Sendy, Luciano. Toca do Vaqueiro: Ibicoara, Bahia, 2014.


- 03 de março de 2014 – Segunda-feira.

# - O Fracasso do Penedo: Fenômeno da Tromba d Água.

Por volta das 01:40 da manhã, Fafau e Luciano acordaram com um barulho forte, parecendo que estava acontecendo um desmoronamento. Ao saírem para averiguar presenciaram um fenômeno que ia ser um obstáculo decisivo para a trilha da Cachoeira do Penedo. Esse obstáculo é uma tromba d´água que acontecia no Rio Una.
Em seguida, Faaeel levantou e foi observar a tromba d´água junto com Luciano e Fafau. Todos ficaram assustados inicialmente, depois veio a tristeza pelo fato do inicio da trilha da Cachoeira do Penedo está ao outro lado do rio. Luciano e Faaeel foram sinceros com os demais avisando que não teria como fazer a trilha do penedo, o rio não ia diminuir o seu volume de água no dia seguinte. Os demais, ainda abalados, se conformaram e voltaram dormir.
Ao amanhecer o grupo acordou e foi preparar o café. Na resenha, todos acertaram para voltar a sede de Ibicoara-BA, já que o Rio Una estava com uma correnteza fortíssima, devido a tromba d´água que ocorreu na madrugada, impedindo a passagem até o inicio da trilha que está ao outro lado. Após o acordo, os cinco arrumaram os equipamentos nas cargueiras, limparam a Toca do Vaqueiro e seguiram em direção aos Gerais do Machambongo.

Foto 38 – Jean, Faaeel. Rio Una: Ibicoara, Bahia, 2014.

# - Gerais do Machambongo.

Seguindo pela trilha encharcada e batida, Luciano, Fafau, Faaeel, Jean e Sendy caminharam em direção ao distrito de Campo Alegre. Após 20 minutos de percurso os cinco chegaram na bifurcação citada em um dos tópicos do relato. Como a direção do grupo era ir ao distrito, os mesmos seguiram direto pela trilha dos Gerais do Machambongo.

O caminho é tranquilo, é a trilha da Fumacinha (por cima). A trilha é bem batida, porém, estava bastante encharcada. Nos gerais ventava muito, ao ponto de fazer ruídos. A mata baixa avisava para ter cuidado onde se deve pisar, o grupo é cismado com serpentes e no local existem algumas (ex: Coral, Caninana e Cascavel). Por volta das 11:00 Luciano manda a grupo dos OSPOBMOCH! da uma parada a fim de observar uma serra a frente.

Foto 39 – Jean, Fafau, Sendy, Luciano. Gerais do Machambongo: Ibicoara, Bahia, 2014.
* Em um formato parecido de uma ave, a Serra (que esqueci o nome) é um dos pontos mais altos do município de Ibicoara-BA. Segundo Luciano, o ponto mais alto da serra chega a 1600m de altitude. No momento da observação o grupo percebeu um fenômeno da luz solar em volta da serra, criando um sombreamento em formato de uma ave.

Caminhado por cerca de 1 km, Luciano, Fafau, Faaeel, Jean e Sendy chegaram até um riacho, se acomodando por ali. Aproveitaram par fazer um lanche e iniciaram uma resenha sobre as plantações de café que tem no distrito de Cascavel. Luciano argumentou que mais a frente é possível observar essas plantações no distrito de Cascavel e Campo Alegre. Em seguida, os mesmos arrumaram as cargueiras e seguiram riacho acima em direção ao povoado de Campo Alegre.

* Quando visualizar o riacho, você vai atravessá-lo e continuar na trilha do outro lado, um pouco acima do riacho. O caminho pode está com a mata alta, porém está bem batido, facilitando o trilheiro a encontrar o caminho.

A partir daquele ponto a trilha vai variando entre Lajedo e terra, Mas com o percurso bem batido, o grupo não teve dificuldades. Caminhando por cerca de mais 1 km, os cinco encontraram um córrego que serviu de base para mais um descanso.

Luciano, Fafau, Faaeel, Jean e Sendy aproveitaram para encher as garrafinhas de água e para lavar os pés, já que a trilha estava bastante encharcada, deixando os tênis e as pernas toda respingada de lama.

Foto 40 – Faaeel, Luciano, Jean, Fafau.  Gerais do Machambongo: Ibicoara, Bahia, 2014.
Seguindo pela trilha, o grupo iniciou uma pequena descida, entre lajedos, até o ponto final da trilha. Após o córrego, a vegetação chama a atenção do trilheiro pela quantidade de Calliandra Dysantha encontrada nas margens da trilha. Faaeel aproveitou para registrar uma fotografia da planta.

Foto 41 – Calliandra Dysantha. Gerais do Machambongo: Ibicoara, Bahia, 2014.

Terminando a descida, Luciano, Fafau, Faaeel, Jean e Sendy chegaram até uma árvore bem grande, cercada de carros, localizada na margem de uma estrada de terra. Ali indica que é o final da trilha.

* A árvore é a referência para os trilheiros que vão fazer a trilha da Fumacinha (por cima), na planta se encontra um par de botas velho que serve de sinal para localizar a árvore. A mesma se encontra em uma área plana, de solo bem batido, servindo de estacionamento para os grupos que vem de carro. Essa árvore não é difícil de encontrar devido o local. A bota pendurada, em um dos seus galhos a direita, ajuda na sua localização.

Ao chegarem na árvore de botas penduradas, Luciano, Fafau, Faaeel, Jean e Sendy seguiram pela estrada de terra, à esquerda, em direção ao povoado do Campo Alegre.

Foto 42 – Árvore de referência. Estrada para Campo Alegre: Ibicoara, Bahia, 2014.
          
  # - Povoado de Campo Alegre (Mucugê-BA).

De trilha para estrada de terra, Luciano, Fafau, Faaeel, Jean e Sendy iniciaram a caminhada em direção ao povoado de Campo Alegre (que na mente do grupo pertencia ao município de Ibicoara-BA). A caminhada é tranquila, a estrada é bem larga e com marcas frescas de pneus de carros. O grupo tinha a perspectiva de conseguir uma carona, os mesmos estavam bastante cansados e não estavam a fim de caminharem até o povoado.

A paisagem inicial é de plantações de cana de açúcar e café (ao lado direito) e as gigantes serras cercadas de plantações de café (ao lado esquerdo). O destaque dessa paisagem é um conjunto de serras que forma 07 cumes, parecendo sete montanhas.

Andando por cerca de 2 km aparece uma Pampa vermelha para a alegria do grupo. Porém, o veiculo estava lotado de objetos, impossibilitando a carona para os cinco. Seguindo pela trilha, Luciano, Fafau, Faaeel, Jean e Sendy encontraram uma casa de taipa cercada de pés de mangas carregados, os mesmos aproveitaram para apreciar umas frutas e observar as serras aos redores do local.

Foto 43 – Serras que se destacam na paisagem. Estrada para Campo Alegre: Ibicoara, Bahia, 2014.

Após devorarem as frutas o grupo caminhou por cerca de 5 km (aproximadamente) até chegar ao povoado de Campo Alegre, por volta das 14:00. Chegando no local, Luciano, Fafau, Faaeel, Jean e Sendy foram à procura de um orelhão para entrar em contanto com a esposa de Luciano (Tâmara).

Na procura por um orelhão, Fafau encontrou um único aparelho, próximo a saída da estrada, que vai em direção a Cachoeira da Fumacinha (Por cima). Para a decepção dele o aparelho telefônico estava quebrado.

Sem orelhão, Luciano e Fafau foram procurar algum morador a fim de informar algum local que pudesse fazer uma ligação. Os demais ficaram em uma varanda de um morador local esperando a dupla.

Felizmente, Luciano e Fafau encontraram um rapaz que disponibilizou o seu telefone para que Luciano ligasse para sua esposa, esse rapaz possui um bar a frente de sua casa que no momento estava fechado. Visto que Luciano e Fafau estavam acompanhados por mais três pessoas (Faaeel, Jean e Sendy), o rapaz abriu o bar e mandou Fafau comunicar para os três esperarem por lá.

Após o procedimento, Fafau e Luciano, junto com Faaeel, Jean e Sendy se reuniram no bar para degustar uma cerveja e esperar a Tâmara vim buscá-los no seu carro.

Enquanto a Tâmara não chegava, o grupo iniciou a resenha com o dono do bar, logo após, se aproximou um senhor que conhecia Luciano e se juntou aos demais para a Resenha.

* O senhor que se aproximou do grupo, alimentando a resenha, se chama Sr. Flávio. Ex - guia e hoje agricultor o Sr. Flávio é nativo, nascido e criado no povoado de Campo Alegre.

Faaeel observou uma imagem na camisa do agricultor informando que Campo Alegre tinha o DDD (75) e (77) e não descrevia que era município de Ibicoara-BA. Essa informação é importante pelo fato do município de Ibicoara-BA possuir apenas o DDD (77). Perguntando o rapaz, o mesmo informou um pouco da confusão que é o povoado de Campo Alegre.

* O Sr. Flávio informou que Campo Alegre pertence ao município de Mucugê-BA, e que o Rio Paraguaçu é o limite que separa os municípios de Ibicoara-BA e Mucugê-BA. Porém, o povoado utiliza os serviços do município de Ibicoara-BA (inclusive da própria administração). A maioria dos telefones são com o DDD (77), as rádios locais são de Ibicoara-BA, os serviços e as mercadorias são encontrados no distrito de Cascavel (que pertence a Ibicoara-BA) fora outros fatores que o Sr. Flávio não citou.

Por volta das 16:00, aparece um uno prata dirigido pela esposa de Luciano: A Tâmara. Alegre, como sempre, Tâmara perguntou como foi a trilha. Luciano informou que foi bem, porém, não deu para fazer a Cachoeira do Penedo por conta da tromba d água que ocorreu no Rio Una. Após a resenha, o grupo se despediu dos nativos que gentilmente os acolheram e seguiram até o carro para colocar as cargueiras no teto do veículo (que tinha um suporte para carregar objetos) e seguiram em direção a Cascavel (Distrito do município de Ibicoara-BA).


# - Ibicoara-BA (Sede).

Percorrendo pela estrada de terra, o grupo chegou a Cascavel por volta das 17:00. Inicialmente, Fafau, Faaeel, Jean e Sendy planejaram em ficar no Distrito de Cascavel, pelo fato do guinche da empresa EMTRAM se localizar por lá. Porém, ao chegarem no local, os quatros observaram que o distrito não tinha um local seguro para acampar e no centro estava acontecendo uma festa de pagode, com diversos carros potentes de som e um grande grupo se alcoolizando no local. Após essa analise os quatro conversaram com Luciano se tinha a possibilidade de deixa-los na sede do município de Ibicoara-BA, por conta de lá ter conhecidos e locais adequados para acampar. 

Sem nenhum problema, Luciano e Tâmara levaram o grupo até a sede do município, chegando por volta das 18:00 no centro de Ibicoara-BA. Ao chegarem no local o grupo efetuou o pagamento combinado a Luciano e Tâmara. Em seguida, Luciano e Tâmara se despediram do grupo, direcionando-se para a sua casa, que está localizada a 34 km da sede, no povoado do Baixão.

Após a despedida do casal, Fafau, Faaeel, Jean e Sendy foram em busca de um local para ficar. Na saída, o casal Jean e Sendy argumentou que tinha um dinheiro sobrando e estavam pensando em ficar no hotel, desistindo de acampar. Fafau e Faaeel respeitaram a opinião do casal continuaram pelas ruas de Ibicoara-BA em busca de um local para acampar. Ao menos que se espera começa a chover forte no centro, obrigando Fafau e Faaeel a suspender a procura. Os mesmo aproveitaram para pensar melhor em quais lugares ir. Observando aos arredores, a dupla pensou no melhor lugar que pudesse passar a noite, já que estava chovendo forte na cidade. Esse local seria a Igreja Católica de Ibicoara-BA.

Se direcionando a Igreja católica localizada em frente a praça, Fafau e Faaeel chegaram ao templo, rezaram um Pai Nosso e observaram que estava acontecendo uma reunião entre os “administradores da Igreja (Um padre e algumas senhoras).

Depois de observarem o local, os dois saíram e planejaram em como formular o pedido de abrigo. Após acertarem de como pedir o abrigo, Fafau seguiu sozinho em direção ao sacerdote para fazer o pedido.

Fafau iniciou a conversa com o grupo, argumentou que chegou da serra naquele horário e que não tinha um local para ficar. No momento caía uma forte chuva, impossibilitando de ir até a área rural em busca de um local para acampar. Uma senhora que estava no grupo ofereceu a garagem da casa de uma amiga para a dupla acampar, feliz, Fafau aceitou de acampar no local.

Quando Fafau ia saindo para avisar a Faaeel, o padre o chamou e pediu para esperar um pouco. Ele fez esse pedido porque ia entrar em contato com o sacerdote titular, responsável da paróquia, para ver se teria condições da dupla dormir no subsolo da Igreja, por causa da chuva e possui uma boa estrutura.

Sendo assim, Fafau foi comunicar a Faaeel sobre o ocorrido e os dois ficaram a espera da resposta do Padre. Após 10 minutos o Sacerdote mandou Fafau e Faaeel seguir até uma casa próxima a agência Bicho do Mato, essa casa pertence ao Padre líder da Igreja.

Seguindo as orientações do Sacerdote, Fafau e Faaeel saíram debaixo de chuva, em direção a casa. No meio do caminho aparece um rapaz no carro, um Agile preto, buzinando e chamando pelos dois mochileiros: - “Ei ! Meninos, Ei ! Mochileiros, podem vim aki” ? Fafau e Faaeel foram em direção ao Agile Preto, quando chegaram o rapaz perguntou:  - “São vocês que estão a procura de um lugar para ficar” ? Ao confirmarem que sim o homem se apresentou: - “Sou o Padre Gilberto, líder da Paróquia do município, vou levar vocês a um lugar que possa se acomodarem e passarem a noite em segurança”. Faaeel e Fafau agradeceram e seguiu o Padre até a Igreja. Chegando lá o Padre os levou até uma área no subsolo da Igreja e disse que a dupla poderia ficar nesse local o tempo que achar necessário. Ao agradecerem, Faaeel e Fafau disse ao Padre que tinha mais dois colegas que estavam no lado de fora procurando hotel para ficar, e se eles poderiam ficar no subsolo da Igreja junto com eles? Sem questionamento o Padre autorizou a chamar o casal para se juntar com os dois no abrigo da Igreja.

*O Padre Gilberto é uma pessoa bastante atenciosa e prestativa, Sem dificuldades, procurou da melhor forma a ajudar Fafau e Faaeel. A bondade e a confiança foram tanta que o Padre disponibilizou uma copia da Chave para dupla, além de liberar outros cômodos no subsolo da Igreja como: Cozinha, Banheiro e Sala. Além disso, o Padre argumentou que se o grupo quiser ficar por mais de um dia, não teria problema algum. Ele admira a galera aventureira que vem visitar o seu município.

Fafau e Faaeel ficaram bem surpresos com a atitude do Padre, até questionaram por ele ser tão bom. O Padre Gilberto respondeu a eles dizendo:


- “Eu sei quando as pessoas tem um bom coração e fala a verdade, vocês são uma dessas pessoas, eu confio em vocês e sei que são pessoas boas”.


Após, o Padre Gilberto se despediu do grupo e seguiu para sua casa, debaixo de uma forte chuva. Depois de acomodados, o grupo foi se banhar no chuveiro quente para depois preparar um café bem reforçado na bela cozinha da Igreja.

* O abrigo da Igreja Católica do município de Ibicoara-BA é como se fosse uma casa, existe vários cômodos: Sala, Cozinha, Banheiros, escritório e quarto. A cozinha é toda equipada com: pratos, copos, filtro de barro, pia, escorredor e talheres; na sala tinha: duas mesas; no quarto tinha um guarda roupa e um banco; no escritório tinha: um computador, uma mesa, vários livros, bíblias, um pen drive e cerca de R$ 26,00 reais em cima da mesa.

Ao observarem os objetos, o grupo ficou um pouco “sentido” e feliz pela confiança que o Padre teve sobre eles. A prova é de deixarem objetos de valores expostos e acesso a áreas estruturadas do local. 

Foto 44 – Fafau, Jean. Abrigo da Igreja, Centro: Ibicoara, Bahia, 2014.

Após o banho e o café reforçado Fafau e Faaeel saíram debaixo de chuva até uma venda próxima para comprar alimentos, enquanto Jean e Sendy ficaram no abrigo.

Na arrumação dos equipamentos, Faaeel deu falta do celular, o mesmo acabou perdendo o aparelho na volta para o município de Ibicoara-BA. A hipótese é de que o aparelho tenha caído no carro de Luciano e como no povoado não tem sinal telefônico, ficou difícil entrar em contato com o mesmo. Ele e Fafau planejaram de ir no dia seguinte até a agência Bicho do Mato para ver se tentava entrar em contato com Luciano. Além disso, apareceu uma linha branca na tela do GPS. Como o aparelho estava na garantia o grupo não ficou tão preocupado com o ocorrido.

A chuva “apertou” no município de Ibicoara-BA. A pancada ficou tão forte, que mesmo com a rua ”ladeirada” entrou um pouco de água na brecha que tinha na porta da Igreja. Mas nada que assustasse.

Devido a forte chuva Fafau, Faaeel, Jean e Sendy resolveram dormir mais cedo para no outro dia pensar na qual rota iria fazer pela manhã.

Foto 45 – Rota da Fumacinha (Por cima e Por Baixo). Elaboração: Faaeel Pimentel, Fonte: Google, 2014.

Foto 46 – Rota em uma área da Chapada Sul. Elaboração: Faaeel Pimentel, Fonte: Google, 2014.





























































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Inicio esse blog com uma adaptação de um prefácio do livro Homens e Caranguejos, escrito pelo autor Josué de Castro (1908-1973), na perspectiva em mostrar ao leitor o que os relatos podem contribuir (ou não) em seu planejamento, em sua viagem, ou até mesmo na construção de um capitulo da sua vida.

" Nas terras [...] do Nordeste brasileiro, onde nasci, é hábito servir-se um pedacinho de carne seca com um prato bem cheio de farofa. O suficiente de carne - quase um nada- para dar gosto e cheiro a toda uma montanha de farofa feita de farinha de mandioca, escaldada com sal. Foi talvez, por força, deste velho hábito da região do Nordeste Brasileiro, que resolvi servir ao leitor deste blog, muita farofa com pouca carne. Sentido que a história que vou contar (através dos relatos), uma história magra e seca, com pouca "carne de emoção". Resolvi desenvolver os textos bem explicativo que engordasse um pouco desse blog e pudesse, talvez, enganar a fome do leitor - a sua insaciável fome de aventura e emoção - em busca de objetivos e ações na constituição de um "novo", uma mudança em suas práticas cotidianas, na concepção em viver os momentos e aproveitar o sentido da vida" (CASTRO, 1967).

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