04 - Cachoeira da Fumaça POR BAIXO (PARTE 02)



- Lençóis, 16 de novembro de 2012. Sexta- Feira.



# - Cachoeira Capivara.

05:00 da manhã o grupo estava de pé, como é na passagem da estação da primavera para o verão (meados do mês de novembro), o dia começa mais cedo. Sendo assim Emerson, Fafau, Faaeel, Graziela e Lê aproveitaram essa oportunidade para ganhar mais tempo durante a caminhada até a base do macaco. O café foi bastante reforçado com: pão sírio, pão francês, cuscuz, café bem quente e o famoso Nescau (chocolate liquido). Após de abastecidos, o grupo se dividiu para desarmaram acampamento. Após de se despedir da Cachoeira do Palmital, seguiram em direção leste, descendo a margem do rio, pelo lado direito, até chegar o Rio Capivara.

Quando Emerson, Fafau, Faaeel, Graziela e Lê, iniciaram a caminhada descendo a margem do rio, que fica uns 100 metros da base do acampamento, começa a chover, deixando a trilha escorregadia, atenção redobrada. Caminhando lentamente os cincos desceram até certo ponto a fim de observar a paisagem que estava muito bonita, devido as várias quedas que se formava nos paredões rochosos do rio. Aproveitaram para registraram umas fotos e seguiram descendo pela margem.


Foto 17: Descida para o rio capivara. Faaeel, Graziela, Emerson, Lê Roots. Lençóis,2012.


Para aumentar mais a adrenalina o tênis de Graziela Adidas, próprio para caminhadas, estava escorregando (achei estranho e ela também, então atenção mais do que dobrada). Graziela, coitada, tomou vários tombos. Na descida para o Rio Capivara veio outro problema ao grupo, a mochila de Graziela, uma Nautika Fit, partiu a alça por conta do peso quebrando o regulador. Ai ficou difícil para a garota com a mochila completamente torta e pesada dificultando na caminhada da trilha. Para não perder tempo Lê pegou algumas coisas da mochila de Graziela e colocou na dele (UMA TRILHAS E RUMOS de 90l que tinha espaço de sobra. Após, o mesmo carregou a mochila de Graziela, reversando com Fafau, até o leito do Rio Capivara. Ao chegar no leito do rio, os cinco deram uma pausa e arrumaram um improviso minimizando o desconforto da mochila para Graziela.


Foto 18: Rio Capivara. Lençóis/Palmeiras – BA, 2012.

Ao consultar o relógio Faaeel diz para o grupo que era 08:00 da manhã, em macha lenta o grupo seguiu pela trilha a direita, passando em alguns momentos pelo Rio Capivara. Com raridade, os 05 caminharam pela margem esquerda do rio, mas, sempre trilhava mais pelo lado direto do rio. Caminhando por quase 1h, em ritmo devagar, e algumas paradas, devido a mochila de Graziela, o grupo chegou na Cachoeira da Capivara.


Foto 19: Cachoeira do Capivara. Lençóis/Palmeiras – BA,2012

Com um poço médio (no tamanho) e duas pequenas quedas principais, a Cachoeira da Capivara é o principal ponto da maioria dos indivíduos que fazem a fumaça por baixo. A mesma além de ser bonita, possui tocas que com o auxilio do saco de dormir serve de base para passar a noite, sem a necessidade de armar barracas. Seu poço é bastante fundo, fazendo com que alguns se arrisquem com pulos de cabeça. Emerson, Fafau, Faaeel, Graziela e Lê não fazem esses tipos de ações e nem recomenda. Todo local que for trilhar, por mais que você conheça, deve sempre respeitar.

Foto 20: Lê, Cachoeira do Capivara. Lençóis/Palmeiras – BA,2012
Na consulta ao mapa o grupo observou que a caminhada é curta, o amigo Eduardo Borges que fez a trilha disse que chegou por lá mais ou menos com uma hora e meia de caminhada. Todos pensaram que o desenho no mapa poderia está errado, enfim. Após, o grupo registrou umas fotos e observaram por alguns minutos a pequena e bela Cachoeira da Capivara.

De volta na trilha, os cincos caminharam a cima da Cachoeira, pela direita do rio, que é a continuação da trilha. Aos poucos da para observar a Cachoeira da Capivara por cima. Logo a frente está localizada a garganta da Capivara e ao lado direito a toca que serve de base para os trilheiros.

Foto 21: Garganta da Capivara. Lençóis/Palmeiras – BA, 2012.

Emerson, Fafau, Faaeel, Graziela e Lê resolveram descansar na formação natural da Base de Acampamento da Capivara a fim de observar o local. Limpo e organizado, com umas lenhas agrupadas nos cantos, pedaços de rochas que serve para auxiliar nos fogareiros, a toca estava em perfeitas condições para qualquer indivíduo acampar, sem precisar mexer em nada, devido a ações de alguns grupos com o propósito em deixar o ambiente agradável para o próximo que chegar. O espaço é considerado moderado, cabendo algumas pessoas que da para passar a noite “confortável”, dentro do saco de dormir, ao som das quedas da Cachoeira da Capivara. Barracas podem ser montadas um pouco acima, mas devem caber no máximo umas três barracas pequenas autossustentáveis.

*Essa ação de deixarem os objetos organizados deve ter sido do grupo que os cinco encontraram lá perto do córrego da muriçoca (citado acima). Como Emerson, Fafau, Faaeel, Graziela e Lê acamparam na base da cachoeira do palmital, o planejamento agora é de seguir adiante para a próxima base que é a do Macaco.





# - Acampamento Base do Macaco.

Depois do lanche Emerson, Fafau, Faaeel, Graziela e Lê, continuaram na margem do rio, ao lado direito, seguindo em pequenas trilhas. Pararam algumas vezes no intuito de descansar, em pontos considerados confusos para os mesmos, por conta da trilha na margem do rio está com o mato alto, dificultando a visualização da mesma. Após andar alguns metros pelo leito do rio, a fim de não perder tempo na procura da trilha, o grupo fez outra parada com o propósito em explorar as margens e achar o caminho correto. Após, o amigo Faaeel e Lê encontraram a trilha um pouco acima da margem do rio e bem batida. Seguindo pelo caminho batido, em um período de 30 minutos Emerson, Fafau, Faaeel, Graziela e Lê chegaram ao Acampamento Base do Macaco, por volta das 13:00.

Ao chegarem os cinco encontraram 03 barracas armadas, deveria ter sido do grupo que os mesmos encontraram primeira vez lá no córrego da muriçoca (e era mesmo), não tinha ninguém nas barracas. A Base de Acampamento do Macaco é um local bastante plano e grande, serve de apoio e referência para a trilha da fumaça por baixo. A base é margeada pelos Rios: Fumaça e Capivara, localizado em um ponto bem acima dos rios, possibilitando mais segurança aos trilheiros.

Sendo assim, Emerson, Fafau, Faaeel, Graziela e Lê, armaram acampamento e após, fizeram um miojo para tapear a fome. Depois de abastecidos, armaram duas mochilas de ataque e seguiram dobrando a direita do rio fumaça, iniciando a trilha da cachoeira da fumaça por baixo.



# - Cachoeira da Fumaça Por Baixo.

Partindo da Base do Macaco, a trilha para a fumaça por baixo tem o seu inicio a direita, em direção ao rio fumaça. Emerson, Fafau, Faaeel, Graziela e Lê seguiram sobre a trilha bastante modificada, por conta da chuva forte que arrastou os “pedregulhos de rochas”. A caminhada varia entre os lados direito e esquerdo. A trilha é bastante verde com rochas cheias de limos fazendo com que Graziela tomasse vários tombos. No meio da trilha, os cincos encontraram com o aquele grupo que tinham visto no córrego da muriçoca, eles estavam já voltando da trilha. Por volta das 15:00, já dava para observar a cachoeira da fumaça por baixo, uma vista fantástica.

FOTO 22: TRILHA PARA FUMAÇA POR BAIXO. PALMEIRAS-BA.2012

Foto 23: Vista frontal da Cachoeira da Fumaça por baixo.Palmeiras-BA,2012.

A queda estava razoável, o grupo parou e registrou umas fotos. A seguir, a trilha some e o grupo ficou na duvida por onde seguir até o poço. O caminho estava estranho, gigantes rochas estavam a frente, não tinha trilha para seguir. Na resenha, Lê decidiu procurar a trilha e por lá mesmo ficou. Achou o poço e não avisou os demais, tirando umas fotos e voltando em seguida. Emerson e Fafau foram atrás dele enquanto Faaeel e Graziela ficaram no ponto esperando devido ao tênis de Graziela que estava escorregando muito.

As 15:40, o sol avisava que estava perto de se despedir. Emerson e Fafau voltaram dizendo que Lê tinha seguido ao poço e Faaeel junto com Graziela optaram em voltar devido ao tempo e por conta de estarem sem lanternas. Emerson e Fafau concordaram com Faaeel. O Lê tinha se direcionado ao poço e os quatro não tinha como comunica-lo por conta de não gritar no meio da mata. Os quatro sabiam que ele poderia alcançar o grupo quando voltar. 

Sendo assim, Emerson, Fafau, Faaeel e Graziela iniciaram o caminho de volta para a base do acampamento. Na resenha, o Lê da uns gritos pedindo para esperar. Ao chegar argumentou que se banhou no poço e tirou umas fotos, lamentou por ter adiantado achando que os demais estavam próximos e quando olhou para trás não viu ninguém decidindo seguir, enfim. O importante foi a trilha com direito a vista frontal da cachoeira, sensação única. Em outra oportunidade o grupo vai se reorganizar e atacar a fumaça para curtir no poço.

Em um ritmo acelerado por necessidade em chegar antes do escurecer, e de quebra a Graziela tomando vários tombos, reclamando de dores, dessa vez no joelho, Emerson, Fafau, Faaeel, Graziela e Lê chegaram na base do acampamento do macaco, no limite, já anoitecendo, aproximadamente as 17:55. O guia estava lá resenhando com os membros do grupo dele sobre os cincos, estava cismado achando que os mesmos não iam voltar a tempo de escurecer. Faaeel explicou a situação e o mesmo compreendeu. Após, Emerson, Fafau, Faaeel, Graziela e Lê seguiram até o Rio Capivara aproveitando o banho em um “chuveiro natural”, com a água bastante gelada. Depois do banho o Lê, “cozinheiro do grupo”, fez um rango doido. A comida foi uma mistura de miojo acompanhado de cuscuz e um resto de carne. A fome era tanta que todos rasparam o prato e não satisfeitos, fizeram o velho café com creme crack e cuscuz, resenhando sobre a trilha do dia. Depois da resenha cada um se recolheu para sua barraca e foram dormir ao som da correnteza do Rio Capivara, que estava um pouco forte, por conta das chuvas dos últimos dias.



 

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Inicio esse blog com uma adaptação de um prefácio do livro Homens e Caranguejos, escrito pelo autor Josué de Castro (1908-1973), na perspectiva em mostrar ao leitor o que os relatos podem contribuir (ou não) em seu planejamento, em sua viagem, ou até mesmo na construção de um capitulo da sua vida.

" Nas terras [...] do Nordeste brasileiro, onde nasci, é hábito servir-se um pedacinho de carne seca com um prato bem cheio de farofa. O suficiente de carne - quase um nada- para dar gosto e cheiro a toda uma montanha de farofa feita de farinha de mandioca, escaldada com sal. Foi talvez, por força, deste velho hábito da região do Nordeste Brasileiro, que resolvi servir ao leitor deste blog, muita farofa com pouca carne. Sentido que a história que vou contar (através dos relatos), uma história magra e seca, com pouca "carne de emoção". Resolvi desenvolver os textos bem explicativo que engordasse um pouco desse blog e pudesse, talvez, enganar a fome do leitor - a sua insaciável fome de aventura e emoção - em busca de objetivos e ações na constituição de um "novo", uma mudança em suas práticas cotidianas, na concepção em viver os momentos e aproveitar o sentido da vida" (CASTRO, 1967).

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