03 - Trilhas na cidade de Ibicoara BA ( PARTE 02).

 

     A estrada é por dentro das serras mais por outro caminho, depois de 2 horas conseguimos chegar no Povoado do Baixão por volta das 14:30min. Agradecemos o rapaz da Strada Vermelha que contou uma história sobre onças, dizendo que uma vez ele e um grupo de amigos foram inventar de fazer um churrasco na trilha da Cachoeira do Buracão, e na hora da carne quase pronta a danada da onça parda apareceu, ele e os colegas “deram o pinote” que nem pitu na água, rs. Porém, a onça nem estava ai para grupo e seguiu o seu caminho (dizendo ele). Eu acreditei porque na região é comum a presença de Onças e muitos moradores dizem que de vez em quando a Sussuarana da sua cara para uma foto.

Foto 23: Visão das Serras entre as cidades de Iramaia-BA e Ibicoara-BA,2012.


    Saímos perguntando para umas pessoas onde mora o Luciano  que o colega tinha indicado, a senhora nos informou e  deu um trabalho para descobrir, afinal como é na zona rural tem umas casas que fica escondida e a de Luciano era uma dessas casas.

     Conseguimos descobrir por conta de um poste que a senhora deu a dica, fomos, entramos por um caminho de grama rala e bem cercada e nos batemos com a casa bem bonita e atraente de Luciano.

     Ele é um Paulista bem humorado e calmo, para nossa surpresa, ele já sabia de toda nossa história, dês da chegada a Ibicoara –BA a procura do Povoado do Baixão, até a hospedagem em Iramaia-BA. Esse  mundo é pequeno, [risos].

     Na hora estava acontecendo uma festinha, não sabia qual era a comemoração. Conheci a mulher dele que se chama Tâmara, os amigos e armamos as barracas no terreno bem grande (uma roça bem arrumada e organizada).

     Depois desse percurso, Fafau e Faaeel bateram um “rango” e descemos para marcar presença com o povo e logo buscar o entrosamento. Lá conhecemos uma garota, que é graduada e tinha uma estrutura de vida boa na cidade de Lauro de Freitas BA, Ela nos contou que largou essa vida e se dedicou ao café e hoje está sendo retribuída pelo investimento e o desejo em ser agricultora.
 


Foto 24:  Barraca de Faaeel, barraca do Fafau, Povoado Do Baixão, Ibicoara BA, 2012.

Foto 25:  Camping armado no quintal de Luciano, Povoado Do baixão, Ibicoara-BA, 2012.

Foto 26: Fafau preparando o rango, Povoado Do Baixão, Ibicoara-BA, 2012.


     Conversamos com Luciano e ele nos explicou que a trilha da Fumacinha da para fazer tranquila, sem nenhum guia, mas a do Buracão era obrigatório um guia e a contribuição a prefeitura de R$ 3,00. Ele fez uma proposta e aceitamos em um valor de R$50,00 pelas duas trilhas e a condução até a Cachoeira do Buracão em sua D20. Marcamos então pela manhã saindo as 07:00h para a Fumacinha.  

Foto 27:  Fafau morgado, Povoado Do Baixão,  Ibicoara BA, 2012.

- Ibicoara, 02 de julho de 2012. Segunda – feira.

* Trilha da Cachoeira da Fumacinha x Base de acampamento .

     Acordamos cedinho, como combinado, saímos as 07:00h. O inicio na trilha  da Cachoeira da Fumacinha é de aproximadamente de  10 minutos da casa de Luciano, Mas como o Luciano ia deixar a sua D20 na mão de uma vizinha ai fomos de carona, bem  mais rápido.
     Chegamos na entrada da trilha que se inicia em uma cancela e fica numa propriedade particular. Entramos e começamos a trilha para visitar uma das mais belas cachoeiras que já vir, a Cachoeira da Fumacinha vista por baixo.
     A trilha no começo é tranquila, no meio do caminho Luciano nos mostrou uma pegada de Onça parda que estava recente, ele disse que o felino tinha passado ali mais ou menos uns 03 dias, Fafau ficou bem cismado. Seguimos e chegamos ao Lagão onde fizemos a primeira parada para merendar e apreciar o imenso lago escuro (por isso o nome Lagão), a água estava gelada, imagine da Fumacinha onde a luz do sol não alcança o poço?
     Apreciamos bem o Lagão e seguimos. Um pouco a frente vem a primeira parte que deve ter atenção, você tem duas opções ou vai nadando pelo rio ou vai escalando pelos cânions, Luciano deu o macete em como ir pelos cânions escalando e no final passar agachado entre duas rochas imensas e arredondadas que fica na beira do rio a mais ou menos uns 07 metros de altura. Passamos com facilidade e seguimos em rumo onde Luciano chama de Cachoeira da Cachorra. A Cachorra é uma pequena cachoeira, porém, com uma bela queda porque tinha uns 02 dias que havia chovido forte na região, e com isso o volume de água estava bom. Enfim, apreciamos a cachoeira e seguimos a trilha.

Foto 28: Faaeel, Fafau, Lagão, Povoado do Baixão, Ibicoara BA, 2012.
 
Foto 29: Faaeel, Luciano, Lagão, Povoado do Baixão  Ibicoara BA,2012.

Foto 30: Luciano, Lagão, Povoado do Baixão  Ibicoara BA, 2012.

Foto 31: Fafau abastecendo a garrafa com água, trilha da fumacinha, Ibicoara BA, 2012.


Foto 32: Cachoeira da cachorra, Povoado do Baixão  Ibicoara BA, 2012

       Uns 30 minutos depois vem a 02° Cachoeira que é um pouco maior e bem bonita, chamada de Cachoeira do Encontro. Ela deve ter uns 15 a 20 metros de queda ou até mais. Tu ver ela de frente e seguindo a trilha por cima  tem a vista do poço que é bem grande e ainda tem a visão da própria queda por cima. Luciano disse que da para pular em um ponto do poço onde só os nativos e quem moram lá a tempo conhece, no meio do poço tinha um tronco de árvore imenso , ele disse que foi devido uma tromba d’ água que arrastou o tronco e completou dizendo que o poço é bem fundo em umas partes, outras bem rasa, por isso o cuidado quem quiser pular. Apreciamos a cachoeira degustando umas belas laranja doces, e decidimos em  tirar as  fotos na volta da Fumacinha. Seguimos então rumo a cachoeira  que está bem perto.
 

     Depois de mais ou menos 1 hora, avistamos a caverna onde está localizada a Cachoeira da Fumacinha, a ansiedade era grande, tiramos a foto da entrada da caverna e seguimos a trilha. Porém, tem um caminho que é parecido com o da 01° parte, ou vai nadando, ou vai pelos cânions. Optamos novamente ir pelos cânions, trilhas em leito de rio, Faaeel opta sempre em fazer descalço, mas dessa vez estava com tênis e se prejudicou.

Foto 33: Ultima foto tirada antes do acidente, Ibicoara, Bahia, 2012.

     O Cânion estreito, o espaço é curto e tem que segurar nas molduras das rochas. Como já tinha feito isso antes, não era nenhuma novidade. Ai veio o problema, estava com tênis e ele se prejudicou. Ao passar pela beira do Cânion, o pé “passou direto” e acabou escorregando ficando pendurado sustentando o corpo com apenas uma das mãos. Luciano e Fafau estavam do outro lado e ficaram preocupados, Faaeel disse que estava tudo bem, eles mandaram lançar a mochila de ataque que carregava, porém, Faaeel estava focado em pular ao rio já que não estava mais conseguindo sustentar o corpo apenas com uma das mãos de apoio, tinha esquecido que estava com a câmera Sony de um colega no bolso e a lanterna na mochila, Faaeel pulou para o rio onde imaginou que estava fundo (através da parte da água esta mais amarelada do que marrom), o mesmo fez o sinal para Luciano e Fafau que estava tudo bem, nadou até uma rocha e sentou, lembrando que a câmera estava no bolso.

     Foi uma decepção, como ia registrar a Cachoeira da Fumacinha?  E as fotos anteriores será que não perdeu devido a maquina ter caído no rio? Tentou secar a maquina, colocou no sol, enxugou, secou a pilha, sacudiu, mais nada resolveu. Quando ligou ficava tudo roxo e ai mais um problema, pagar outra maquina Sony ao colega que pediu emprestado.

     Como não tinha mais jeito, seguimos leito de rio e chegamos a Fumacinha. A cachoeira tem 280m de altura , fica entre 03 cânions formando uma imensa caverna, com um poço bem escuro e super gelado onde a luz do sol não chega até ele e a queda d’ água com o tom verde, formando “pequenas fumaças” (daí o nome). Apreciamos bem a cachoeira, curtimos bastante o visual, resenhamos , Luciano contando umas trilhas que fez com os visitantes que vai lá , sintetizou um pouco de sua vida , nos elogiou por vimos dês de Iramaia-BA saindo pela região pedindo carona, conhecendo novas pessoas, buscando informação para chegar lá, afinal, a maioria que chega é através de agência e muitos vindo de Lençóis - BA para no mesmo dia voltar.
     Faaeel ficou “retado” porque a câmera não pegou e com a incerteza se as outras fotos estavam salvas, Fafau que é gaiato foi inventar de mergulhar no poço gelado da Cachoeira da Fumacinha, a perna dele travou na hora que precisou de ajuda. Hehehe ! Faaeel já tinha tomado um “banho” mais cedo na hora da queda e a água estava super gelada, não quis se aventurar no banho. Não se arriscou em mergulhar novamente, Luciano cismou que a luz do sol não iluminava mais o rio e imaginou que seria mais de 15:00h, então, depois de apreciar muito a Cachoeira da Fumacinha, nos despedimos e voltamos para a sua roça.  

      A volta foi tranquila, aumentamos o ritmo e chegamos no Lagão ao escurecer. A Lua estava cheia e Luciano pediu para ir em passo lento que a Lua ia iluminar a trilha e era verdade. Fafael e Faaeel sem a câmera não puderam registrar aquele momento único, a lua parecia perto e iluminava bem que nem precisamos de lanterna, chegamos na cancela as 18:00h e fomos na casa de sua ex-mulher para pegar a D20. Fafau foi na D20 com a ex-mulher de Luciano e o marido dela e o cachorro de Luciano (que esqueci o nome), o cachorro parecia gente, obedecia , pedia permissão para ir em algum lugar bem diferente. Faaeel foi em uma moto 300 com Luciano na estrada de barro, parecia rali.

     Foi rápido o percurso, chegamos lá por volta das 18:20min., resenhamos com a Tâmara do pequeno acidente de Faaeel, da perna de Fafau que travou. Por fim, batemos um rango e resenhamos com o povo até a madrugada. Mais tarde fizemos uma fogueira entre a barraca porque estava muito frio e fomos dormir com a lua cheia iluminando as barracas.





  

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Inicio esse blog com uma adaptação de um prefácio do livro Homens e Caranguejos, escrito pelo autor Josué de Castro (1908-1973), na perspectiva em mostrar ao leitor o que os relatos podem contribuir (ou não) em seu planejamento, em sua viagem, ou até mesmo na construção de um capitulo da sua vida.

" Nas terras [...] do Nordeste brasileiro, onde nasci, é hábito servir-se um pedacinho de carne seca com um prato bem cheio de farofa. O suficiente de carne - quase um nada- para dar gosto e cheiro a toda uma montanha de farofa feita de farinha de mandioca, escaldada com sal. Foi talvez, por força, deste velho hábito da região do Nordeste Brasileiro, que resolvi servir ao leitor deste blog, muita farofa com pouca carne. Sentido que a história que vou contar (através dos relatos), uma história magra e seca, com pouca "carne de emoção". Resolvi desenvolver os textos bem explicativo que engordasse um pouco desse blog e pudesse, talvez, enganar a fome do leitor - a sua insaciável fome de aventura e emoção - em busca de objetivos e ações na constituição de um "novo", uma mudança em suas práticas cotidianas, na concepção em viver os momentos e aproveitar o sentido da vida" (CASTRO, 1967).

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