05 - O Fracasso do Mixila (PARTE 01)






- Salvador, 29 de maio de 2013. Quarta-Feira.


# - SSA BA x FSA BA X Itaberaba BA x Lençóis BA.

Mais uma experiência para Faaeel, Graziela, Fafau, Emerson, aproveitaram o feriado de Corpus Christi para colocar em pratica o planejamento desenvolvido ao longo de semanas anteriores, que é o Trekking da Cachoeira do Mixila. Na resenha com uns amigos acertaram em fazer a trilha com um grupo grande, na perspectiva de diminuir o peso das cargueiras e auxiliar em algumas tarefas. Sendo assim o grupo foi formado pela base: Emerson, Fafau, Faaeel e Graziela, além do Casal Sendy e Jean, Paloma (Amiga de Fafau), Sylvinha (Mulher de Emerson), Ângela (Irmã de Emerson) e Danny (Amiga do Casal Sendy e Jean).

Ao longo da conversa, Fafau e Faaeel apresentaram uns vídeos e relatos para os novos que iam na trilha, afim de se prepararem para não ter dificuldades devido aos obstáculos que irão encontrar pela frente. Todos ouviram, mas muitos não fizeram o que foi combinado, deixando Faaeel, Fafau, Graziela e Emerson preocupados. Na rodoviária ocorreu um clima de cisma pelos quatro, e como já estavam todos lá com as passagens pagas, não poderiam mais desistir.

Sendo assim, Emerson, Fafau, Faaeel, Graziela, Jean e Sendy além de: Ângela, Danny, Paloma e Sylvinha, Embarcaram no ônibus das 23:15, chegando na cidade de Lençóis BA as 05:00h da manhã.



*Para conseguir passagem até o município de Lençóis BA deve se dirigir no guinche da Real Expresso, na maioria das vezes a linha é Salvador BA x Seabra BA. O custo da passagem mais a taxa de embarque são de R$ 63,00 e dura em média de 06 a 07 horas.



  
Foto 01: Mapa com a rota  de SSA –BA a Lençóis BA, 2013.

- Lençóis, 30 de maio de 2013. Quinta-Feira.

# - Centro do município de Lençóis – BA.


Chegando na rodoviária o grupo esperou o dia amanhecer, aproveitando o tempo dessa espera dividiram os pesos nas cargueiras (EXAGERAMOS UM POUCO NOS ALIMENTOS) para facilitar na caminhada.

Foto 02:  Galera na rodoviária. Lençóis BA, 2013.

Ao amanhecer, Faaeel e Jean foram comprar álcool no posto de gasolina, já em torno das 07:00 da manhã, hora que abre os estabelecimentos da cidade de Lençóis BA. Os demais se direcionaram a uma lanchonete no centro para tomar um café. Na hora de fazer o pedido do café tinha um grupo de guias que estavam desesperados por clientes, devido a cidade está vazia. Com isso eles se direcionaram ao grupo perguntando se queria guiada. A galera disse que não ! Pois, já conhecia a região.
     
Não conformados, começaram a dizer desaforos ao grupo que estava na lanchonete, e um desses comentários chamou a atenção devido ao tom de voz e a maldade do mesmo dizendo: “- Vão se perder na trilha, se cair e quebrar a perna cobrarei caro para resgatar”. O grupo continuou calado tomando café na lanchonete. Logo após esse ocorrido chega um guia conhecido de: Emerson, Fafau e Faaeel, o mesmo ouviu a citação do guia alterado e chegou para o guia problemático dizendo: - Os meninos sabem da área, os deixe em paz. O desesperado guia não conformado foi dizer desaforo a “Cardeal, e ai o clima esquentou.



*O nome do guia “Cardeal” é fictício, não citarei o seu verdadeiro nome por conta de ser um fato lamentável que ocorreu no município, devido a usura de outros “condutores”. Por tanto o nome dele aqui no relato será chamado de “Cardeal”.


Cardeal, que não é muito de conversa, falou que estava perdendo a paciência com o guia desaforado. O irmão mais novo de Cardeal, que presenciou o fato, partiu para cima do guia desaforado dando uma “cadeirada” na cabeça do mesmo, ai foi uma correria no centro da cidade. Faaeel e Jean, que estavam chegando do posto, ficaram assustados, não sabendo o que estava ocorrendo. Após esse fato lamentável o grupo se retirou do local, seguindo em direção a Trilha do Roncador, que tem o seu inicio na rua ao lado do centro de artesanato, no lado esquerdo da praça, inicio a caminhada para o Mixila.


*Alguém do grupo estava “pesado”, pois estava acontecendo fatos lamentáveis. Com o inicio desse tipo tudo poderia acontecer, alguns do grupo já estavam preparados para o fracasso.


# - Trilha do Roncador.

*A Trilha do Roncador é uma antiga estrada feita no tempo do garimpo, ligando os municípios de Lençóis BA a Andaraí BA. A mesma inicia após a ponte do centro Lençóis, virando a esquerda, seguindo na margem do Rio Lençóis que passa pela cidade.

Foto 03: Jean, Fafau. Trilha do Roncador, Lençóis, Bahia, 2013.

Iniciando a caminhada Emerson, Fafau, Faaeel, Graziela, Jean, Sendy, Ângela, Danny, Paloma e Sylvinha observaram logo de cara uma caninana atravessando a estrada, a serpente passou rápido que nem deu tempo de pegar a maquina. Após uma hora do percurso, os dez encontraram o Rio Ribeirão, ponto para o descanso. Ficaram por lá por volta de 10 minutos e seguiram. Após uma hora em meia de caminhada, o grupo chegou ao Rio Capivari.

Foto 04: Paloma, Fafau. Rio Ribeirão, Lençóis, Bahia, 2013.

Foto 05: Sylvinha, Emerson, Jean, Sendy, Faaeel, Fafau, Paloma, Angéla Lençóis, Bahia, 2013.
 
Do Rio Capivari já da para observar a Serra do Bode, caminho obrigatório para ter acesso a Cachoeira do Mixila. Sabendo que a subida da serra é bem puxada, o grupo resolveu da uma pausa no Rio Capivari. Aproveitaram para tomar um banho, encheram todas as garrafas e logo depois seguiram rumo a terrível subida da Serra do Bode , isso já chegando ao meio-dia.



*A Trilha do Roncador é bem batida, uma estrada de terra que pode ser feita de 4 x 4 com direito a atravessar dois rios (Ribeirão e Capivari). Porém, os nativos cobram um valor muito alto por cabeça fazendo com que os dez fizessem esse percurso a pé. Atravessando os dois rios (Ribeirão e Capivari), Emerson, Fafau, Faaeel, Graziela, Jean, Sendy, Ângela, Danny, Paloma e Sylvinha caminharam os 9 km do trecho da estrada, em mais ou menos 3 horas, até uma placa que tem escrito proibido carros e Motos. Essa placa é a referência do inicio da Serra do Bode.


Foto 06: Fafau no Rio Capivari, ao fundo a Serra do Bode. Lençóis , Bahia, 2013.


# - Serra do Bode.


Para iniciar a subida da serra Emerson, Fafau, Faaeel, Graziela, Jean, Sendy, Ângela, Danny, Paloma e Sylvinha seguiram em direção a uns pés de manga a direita, passando por umas casas (destaque para uma casa bem amarela). A trilha passa pelo lado esquerdo da residência (A dica foi dada pelo amigo Cardeal). O grupo percebeu um cachorro que parecia bem brabo, avançando e latindo ao mesmo tempo em direção aos dez. Os primeiros metros são tranquilos, deixando o grupo desconfiado. Logo depois, a trilha se inclina, iniciando a pesada subida de lajedos, entre grandes rochas e imensas boçorocas, na confusa Serra do Bode (QUE PODERIA SER CHAMADA DE RAMPA DO BODE).

Foto 07: Serra do Bode, Danny, Jean, Angéla, Paloma, Faaeel Lençóis , Bahia, 2013.

Com algumas paradas, o grupo conseguiu subir a serra em torno de uma hora e meia de caminhada, as meninas estavam muito cansadas, devido ao sol do meio dia e a forte subida. Cardeal alcançou o grupo acompanhado de 03 turistas (que parecem ser de São Paulo), dizendo que se o grupo quisesse poderia acompanha-los. Como as meninas não estavam no ritmo, Fafau e Faaeel mandou ele adiantarem junto com os turistas, pois o grupo já tinha mapeado a trilha e estava tranquila no momento


Foto 08: Jean. Serra do Bode, Lençóis, Bahia, 2013.
 
Chegando no final da serra o indivíduo encontra uma casa feita de rochas encaixadas, antiga toca de garimpeiro. A casa está bem conservada e limpa, quando o grupo observou a casa optaram em fazer uma pausa, pois sabiam que estavam no final da subida da serra. Aproveitaram o momento para descansaram e observaram bem a toca. Após, seguiram em direção a margem do Rio Piçarras
 
Foto 09:  Danny e Sendy. Toca do Garimpeiro; Serra do Bode, Lençóis, Bahia, 2013.

# - Acampamento Base do Poção.

Após a pesada subida da Serra do Bode Emerson, Fafau, Faaeel, Graziela, Jean, Sendy, Ângela, Danny, Paloma e Sylvinha seguiram em direção a um pequeno corredor formado entre duas imensas rochas, após a trilha segue acima do Rio Piçarras, bem batida. Mais a frente o grupo encontrou a primeira bifurcação da trilha em formato de um “Y”, analisando o mapa os dez seguiram pela direita, em uma trilha bem diferente, composta por uma terra parecida com o arenoso, até a segunda bifurcação da trilha que dessa vez tem um formato de um “T”.


*Nessa segunda bifurcação o trilheiro tem duas opções: a primeira é seguir pelo lado direito em direção a Cachoeira do Capivari, e a outra é seguir pela esquerda em direção ao poção, caminho do acesso a Cachoeira do Mixila. Faaeel observou em alguns relatos que na trilha para a Cachoeira do Capivari existe uma base para acampar, no poção também existe uma base de acampamento bem conhecida que a maioria dos aventureiros se direciona para no outro dia atacar a Cachoeira do Mixila.



Como o destino do grupo é a Cachoeira do Mixila, Emerson, Fafau, Faaeel, Graziela, Jean, Sendy, Ângela, Danny, Paloma e Sylvinha caminharam pela trilha bem batida a esquerda, passando por uma espécie de “tubo” de concreto, que faz parte da trilha, até visualizar o poção acima.

Foto 10: Sendy, Paloma, Jean, Siylvinha, Emerson, Angela, Graziela, Faaeel. Lençóis, Bahia, 2013.
 
Foto 11: Faaeel, Fafau, Jean. Lençóis, Bahia, 2013.
 
Após a vista do Poção por cima, o grupo se direcionou até o acampamento base do Poção, pegando uma trilha a frente, descendo um pequeno morro, atravessando um córrego e subindo até uma alvenaria que é a base de acampamento que cabe 05 a 07 barracas (dependendo do modelo e tamanho).

Chegando por lá, os dez encontraram duas barracas armadas que pertencia a um grupo de alemães acompanhados por um guia de Lençóis BA (GENTE BOA). O outro grupo, que veio com o nosso amigo Cardeal, estava em sacos de dormir na margem do rio, acima da queda do poção. Após Montarem as barracas Emerson, Fafau, Faaeel, Graziela, Jean, Sendy, Ângela, Danny, Paloma e Sylvinha aproveitaram o final da tarde para explorar a área do Poção. A noite, fizeram a janta e foram dormir para no outro dia acordar bem cedo e atacar o Mixila.
 
Foto 12: Jean. Poção a cima, Lençóis, Bahia, 2013.















































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" Nas terras [...] do Nordeste brasileiro, onde nasci, é hábito servir-se um pedacinho de carne seca com um prato bem cheio de farofa. O suficiente de carne - quase um nada- para dar gosto e cheiro a toda uma montanha de farofa feita de farinha de mandioca, escaldada com sal. Foi talvez, por força, deste velho hábito da região do Nordeste Brasileiro, que resolvi servir ao leitor deste blog, muita farofa com pouca carne. Sentido que a história que vou contar (através dos relatos), uma história magra e seca, com pouca "carne de emoção". Resolvi desenvolver os textos bem explicativo que engordasse um pouco desse blog e pudesse, talvez, enganar a fome do leitor - a sua insaciável fome de aventura e emoção - em busca de objetivos e ações na constituição de um "novo", uma mudança em suas práticas cotidianas, na concepção em viver os momentos e aproveitar o sentido da vida" (CASTRO, 1967).

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