# - Planejamento
Analisando o calendário do ano de 2016, para
identificar os feriados anuais, Fael e Graziela destacaram o feriado do carnaval,
por se tratar de um longo período de dias de folga. Alguns roteiros e lugares
foram propostos no esboço do roteiro, contudo o Vale do Pati era sempre
ressaltado pelos dois.
Analisando o mapa,
Fael identificou o roteiro do Vale do Pati e os lugares a serem visitados,
mapeando a trilha e coincidindo com o feriado, possibilitando a execução da
trilha clássica para visitar todos os atrativos mais conhecidos do vale.
Após o acerto
surgiu outra duvida para Fael e Graziela: por onde começar a caminhada, pelo
Vale do Capão ou no centro da cidade de Andaraí/BA? Mais uma divergência a
enfrentar.
De vez em quando,
Fael e Graziela entraram em divergências, mas é natural, pois os dois apresentam
idéias bem interessantes há serem analisadas. Graziela propôs em iniciar a
trilha pelo Vale do Capão, pois é o trecho mais utilizado do circuito clássico,
a paisagem é melhor em ser vista e menos cansativo até a chegada a cidade de
Andaraí/BA. Fael propôs ao contrário, iniciando a trilha no centro da cidade de
Andaraí/BA, fazendo o circuito no seu sentido “inverso” e finalizando no Vale
do Capão.
Ai fica uma
questão: qual o impasse e a maior dificuldade em iniciar entre um e outro?
Simples! Chegar ao inicio da trilha.
No Vale do capão, a
trilha se inicia após uma localidade conhecida como “bomba”, que está afastada
a 9 km da vila, sendo que a vila Caeté-Açu (conhecida como Vale do Capão), está
distante a mais de 20 km do centro da cidade na qual faz parte (Palmeiras/BA); enquanto
em Andaraí/BA a trilha está alguns metros da rodoviária, podendo ser iniciada
na madrugada, caso o trilheiro prefira.
Diante disso, a decisão de Fael venceu, a trilha será iniciada
na cidade de Andaraí/BA e terminará no Vale do Capão, com seu
início da data de 05 de fevereiro de 2016.
- Salvador, 04 de fevereiro de 2016. Quinta-feira.
# - SSA-BA x FSA-BA[1] x
Andaraí-BA.
Fael e Graziela
compraram a passagem no dia anterior do inicio da trilha, dia 04 de fevereiro,
pois os mesmo preferem viajar a noite e ganhar um dia, além de vim descansando
no ônibus, já que é uma viagem considerada moderada. Partindo do município de
Salvador/BA, Fael seguiu no ônibus da empresa Águia Branca[2], linha
salvador/BA x Ibicoara/BA (via Mucugê/BA), no horário das 20:30, com destino a
cidade de Andaraí/BA[3]. No
município de Feira de Santana/BA, Graziela o esperava para embarcar no mesmo
ônibus, que chegou à cidade por volta das 22:00. Com os dois embarcados a
viagem seguiu, normalmente, fazendo uma parada no município de Itaberaba/BA
para o lanche. As 02:45 da manhã, madrugada de sexta-feira, os dois
desembarcava na rodoviária da cidade
fria de Andaraí/BA, acompanhados por mais um casal (que partiu para o povoado
de Igatu). No terminal rodoviário possuía muitos insetos que se conglomerava
nas lâmpadas, sendo que alguns avançavam nos passageiros que desembarcavam.
- Andaraí, 05 de fevereiro de 2016. sexta-feira.
# - Serra do Ramalho.
Ao
desembarcarem no terminal rodoviário de Andaraí/BA, Fael e Graziela
permaneceram no local e foram fazer os últimos ajustes antes de iniciar a
caminhada. Os equipamentos foram distribuídos e o peso equilibrado, para que
ambos pudessem caminhar confortavelmente. Com eles tinha um casal que iniciaram
uma pequena resenha e ali permaneceram por quase 30 minutos.
As 04:15 da manhã, Fael e Graziela decidiram ir até a praça
do centro, bem próximo ao inicio da trilha, os mesmos queriam iniciar a
caminhada na madrugada, mas ficaram com receio da visibilidade e preferiram
esperar na praça até o dia clarear.
O céu começava a mudar de tonalidade, é sinal que estava
perto de amanhecer. Percebendo o fenômeno, Fael chamou Graziela e decidiram
iniciar a caminhada, quando os dois seguiram era por volta das 05:20 da manhã.
A partir da praça o inicio da trilha está bem próximo, uma
pequena rua separa as duas localidades.
De trecho um pouco acidentado, Fael e Graziela estavam na trilha que leva em
direção a Serra do Ramalho, principal acesso pelo município de Andaraí/BA ao
Vale do Pati. Nessa mesma trilha existe uma bifurcação que direciona para a
Cachoeira do Ramalho, batizada por estar na serra do mesmo nome.
Menos de um quilômetro
(1 km), Fael e Graziela localizaram a bifurcação, continuando a caminhada
na trilha esquerda. Mais a frente está o trecho inicial da subida a Serra do
Ramalho, onde os dois fizeram uma pausa para observar o nascer do sol.
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Imagem 01 - Nascer do
sol visto da Serra do Ramalho.
Trilha do Vale do Pati, Andaraí, Bahia, 2016.
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Em
seguida aparecem duas mulas, cada uma carregada com duas cestas cheias de
alimentos. Os animais pareciam está sozinhos e sabendo onde estava indo. Em
seguida a dona aparece. Uma senhora de cabelos brancos e com muita disposição
para subir a Serra do Ramalho.
Parando
próximo a Fael e Graziela, essa senhora os cumprimentou e iniciou uma rápida
resenha. A mesma informou que era moradora do Pati e foi fazer troca de
mercadorias e comprar algumas coisas na feira de Andaraí/BA. Nesse papo aparece
um senhor de cabelos brancos, portando um facão, o mesmo estava com essa
senhora e participou da rápida conversa. Se despedindo, o casal de senhores
seguiu sua caminhada para acompanhar as mulas, já que os animais eram rápidos.
Fael e Graziela ajustaram suas cargueiras e resolveram adiantar os passos para
seguir os senhores que estava indo em direção a Vale do Pati.
Com
dia claro e após uma hora de caminhada, Fael e Graziela encontraram uma
cascata, resolvendo fazer uma pausa e perdendo os senhores de vista. Os mesmos
fizeram uma merenda e lavaram os rostos. Apesar do sol está tímido e a
temperatura amena, os dois estavam suando. A parada foi rápida e as 07:20 a
caminhada continuou.
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Imagem 02 - Fael e
Graziela. Serra do Ramalho.
Trilha do Vale do Pati, Andaraí, Bahia, 2016.
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# - Mirante do Império.
Um
grupo saiu da mata, em uma fina trilha na margem direita do trecho final da
subida na Serra do Ramalho. Fael perguntou a um deles de onde a trilha
direcionava, o mesmo falou que leva a um mirante, onde se tem uma bela vista do
Pati, não só do vale em si, mas alguns detalhes. Exemplos seriam: casa, rio,
plantações, trilha, paredões. Agradecendo a informação, Fael e Graziela
seguiram pela trilha a direita, descendo o trecho e chegando até o mirante, a
vista é espetacular.
Do
local da para perceber os paredões e o desenho do vale, olhando abaixo os
detalhes surgem: uma casa verde e o rio são
os destaques. A observação durou por volta de 20 minutos, onde Fael e Graziela
aproveitaram e fizeram um rápido lanche. Voltando para a trilha, o trecho muda
de uma subida pouco acidentada para uma descida forte e uma ladeira pavimentada
com rochas, era o inicio da famosa ladeira do império.
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Imagem 03 - A - Fael e a
vista dos paredões do Pati; B -
Vista do Rio Pati; C - Vista da Casa de Seu
Joia.
Mirante da Serra do Ramalho. Trilha do Vale do Pati, Andaraí, Bahia,
2016.
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# - Ladeira do Império.
Uma forte descida, pavimentada com rochas,
dava o inicio a ladeira do império. Normalmente o percurso é feito inverso,
onde uma boa parte dos trilheiros sobe. Fael e Graziela iniciaram a descida de
forma cautelosa, pois a superfície estava muito escorregadia, devido à umidade
que estavam nas rochas.
A
forte descida durou em torno de 50 minutos, devido aos passos lentos. No
caminho um casal vinha subindo, após ter completado o trecho conhecido como
“pati de baixo”. A ladeira do império
tem características dos trechos da Estrada Real baiana,
pois a pavimentação das rochas e seu encaixe eram muito semelhantes, comparado
com o trecho que estar localizado no povoado de Catolés de cima.
Fael
e Graziela tentaram pesquisar a verdadeira história da ladeira do império, mas
sem sucesso. Há muitas divergências sobre a historicidade desse trecho
importante localizado no Vale do Pati.
Por
volta das 09:30, Fael e Graziela chegaram em um bifurcação, observando os
detalhes do local com consulta ao mapa. A frente a trilha segue batida,
completando o trecho final da ladeira do império; a esquerda existe uma descida
íngreme, cercada de arame farpado, com uma placa fixada com a seguinte frase “acesso
a casa de apoio de seu Joia”, aumentando ainda a duvida dos dois.
Após uma consulta no mapa e pelos relatos que
Fael e Graziela leram sobre o Pati, os dois decidiram descer a trilha íngreme
em direção a casa de seu Joia, desconsiderando a trilha batida a frente. O medo
deles era de que a trilha
a frente “passasse direto” do destino no qual os dois pretendem passar a noite:
a casa de Seu Eduardo, direcionando até a prefeitura.
Escolhido
o caminho Fael e Graziela passaram pelo lado da cerca e iniciaram a forte
descida íngreme e com bastante lama, em direção ao leito do Rio Pati.
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Imagem 04 -. Graziela
descendo a Ladeira do Império.
Trilha do Vale do Pati, Andaraí, Bahia, 2016.
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# - Seu Joia.
A descida, que parecia ser rápida, acabou sendo demorada.
Esse trajeto da trilha é em forma de “zig-zag”, na encosta que está inserida
sobre um trecho da margem do Rio Pati. Fael e Graziela perceberam isso na
metade da caminhada, onde a trilha se tornava sinuosa aos metros que caminhava.
A descida, em geral, durou em torno de 25 minutos até uma
superfície mais plana. Caminhando por alguns metros os dois visualizaram algo
parecido com uma “ponte, localizada no leito do Rio Pati.
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Imagem 05 -. “ponte”
sobre o leito do Rio Pati.
Trilha do Vale do Pati, Andaraí, Bahia, 2016.
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Fazendo uma pausa, Fael
e Graziela largaram as cargueiras na margem do rio e foram da uma olhada na
construção. Antes de chegar até a “ponte” os dois tiveram que pular algumas
rochas no leito até chegar mais perto da “engenhoca”.
Com troncos apoiados em três pilares feitos de rocha e
cimento, amarrados de arame entre ferros fixados nas “colunas construídas no
leito do Rio Pati, a “ponte” serve de apoio para a travessia. A construção deve
ajudar muito na época em que o rio esteja com sua capacidade máxima e seu leito
com as correntezas forte.
Fael caminhou na construção e viu que estava segura, voltando
até a margem, junto com Graziela, a fim de pegar as cargueiras e atravessar
sobre a ponte para chegar na outra margem. Fazendo isso, o mesmo visualizou uma
bifurcação e mais a frente uma casa verde, cercada por arames farpados. A
residência é a casa de apoio do Seu Joia.
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Imagem 06 -. Detalhes da
“ponte” sobre o leito do Rio Pati.
Trilha do Vale do Pati, Andaraí, Bahia, 2016.
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Imagem 07 -. Fael sobre
a “ponte” no leito do Rio Pati.
Trilha do Vale do Pati, Andaraí, Bahia, 2016.
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Como
não ficaria na casa de Seu Joia, Fael e Graziela decidiram continuar na trilha
em direção a casa de Seu Eduardo, contudo o trecho a frente é uma bifurcação. A esquerda a trilha segue margeando o Rio
pati, em direção a sua foz, a frente vai até a residência de Seu Joia. Sendo
assim, os dois caminharam a esquerda com a perspectiva de a trilha contornar a
casa e seguir em direção Norte/Noroeste. Porém, a trilha seguia reta, bem
batida, a favor do curso do rio.
Por volta de 05 minutos de caminhada,
aproximadamente, Fael faz uma parada e decide abortar o percurso naquela
direção, pois o mesmo começou a lembrar que essa trilha leva em direção a uma
trilha pouco conhecida no Vale do Pati, batizada de Vale do Guariba[1]. Além
disso, a trilha vai em direção a sua foz e o encontro com o Rio Paraguaçu[2].
Com a certeza dessa informação, Fael e
Graziela voltaram até a bifurcação, na margem direita (verdadeira) do Rio Pati
e em seguida avançaram até a casa de Seu Joia para tirar umas duvidas com algum
morador que esteja na residência. Chegando lá os dois foram atendidos pela esposa
de Seu Joia.
Bem simpática e gentil Dona
Leuza convidou Fael e Graziela até a sua residência, disponibilizando a
ajudar-los com alguma informação. Questionada por Fael em como chegar até a
casa de Seu Eduardo, a esposa de Seu Joia ressaltou que o melhor caminho seria
a trilha direta após a ladeira do império, acabando de vez com a duvida que
Fael e Graziela tanto guardavam. Contudo, ao
fundo da casa existe outra trilha que leva em direção a casa de Seu Eduardo,
sendo mostrado pela senhora.
Agradecidos pela informação, Fael e
Graziela caminharam, por dentro da propriedade de Seu Joia, margeando o Rio
Pati (ao norte) até a trilha que está localizada ao fundo de sua residência, prosseguindo
o caminho. Localizados, Fael e Graziela se despediram de dona Leuza, seguindo
em direção a casa de Seu Eduardo.
# - Seu Eduardo.
A caminhada não foi longa. Após passar
por mais uma ponte, Fael e Graziela chegaram até uma bifurcação, bem à frente a
uma casa abandonada[1].
Nesse ponto os dois seguiram, pela esquerda, chegando a casa de Seu Eduardo,
Nesse momento já se passava das 14:00.
Na casa de apoio os dois foram recebidos
pelo Seu Domingos, neto de Seu Eduardo. Perguntando pelo ilustre morador, Fael
e Graziela foram informados pelo neto que Seu Eduardo não está mais na casa de
apoio, devido a idade e periódicas revisões médicas. Atualmente Seu Eduardo
está morando no povoado de Guiné, que está mais próximo dos centros urbanos
(ex: Seabra/BA).
A base em seu Eduardo foi escolhida, por
Fael e Graziela, pelo fato do local ser mais próximo da primeira atração que os
dois pretendem observar, que é à vista do Cachoeirão por baixo.
A casa de apoio conta com
uma área de camping e dormitórios, sendo que o interesse de Fael e Graziela era
o camping. O valor foi de R$: 15,00 por pessoa, com previsão de passar uma
noite. O local estava vazio, com poucos hospedes.
A montagem da barraca foi rápida e em seguida chega a parte mais interessante
de encarar as águas geladas dos rios da Chapada Diamantina.
A respeito da casa de apoio de Seu Eduardo, o
Camping possui uma área média, com um leve declive, mas com a superfície lisa e
com partes gramadas. Além disso, possui um ponto de cozinha com pia, pratos e
talheres a disposição. Em relação ao fogão, Fael e Graziela utilizaram o que eles
levaram, um multicombustivel adaptado a tek gás.
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Imagem 08 -. Camping na
casa de apoio de Seu Eduardo.
Vale do Pati, Andaraí, Bahia, 2016.
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No final do almoço, Fael e Graziela são
abordados por um rapaz, que se apresentou como Gilliard. Os três se reuniram na
cozinha e resenharam por longos
minutos. Gilliard apresentou umas dicas e ressaltou pontos importantes na
trilha do Cachoeirão (por baixo), a trilha que Fael e Graziela vão executar no
dia seguinte.
A conversa acabou sendo bastante
proveitosa, já que muitas informações foram trocadas. Após o dialogo o frio espantou
os três e fizeram cada um ir para os seus abrigos. No inicio da noite Fael e
Graziela resolveu dormir para no dia seguinte, bem cedinho, atacar a
trilha do Cachoeirão por baixo.
- Andaraí, 06 de fevereiro de 2016. Sábado.
# - Cachoeirão por baixo.
Às 07 da manhã, Fael e Graziela estavam
de pé preparando os equipamentos para iniciar a trilha. Logo em seguida aparece
Gilliard e oferece algumas informações a respeito do percurso até o cachoeirão
por baixo.
Segundo Gilliard, a trilha tem uma maior
parte do trecho tranquilo, batido, até o poço que da vistas as quedas do cachoeirão.
Em seguida deve ter bastante cautela e atenção, pois a trilha segue entre as
imensas rochas aglomeradas até o poço principal da queda. Com essa dica
importante, Fael e Graziela iniciaram a caminhada na trilha da margem direita
do rio cachoeirão, em torno das 08:30 da manhã.
O inicio da trilha está um
pouco abaixo do camping, na margem direita do Rio Cachoeirão. O percurso é bem
definido (em boa parte da trilha) que não deixa duvida para @ trilheir@ que
está percorrendo. Algumas centenas de metros a trilha continua com subidas e
descidas poucos íngremes, mas sem muitas dificuldades. A vegetação é de médio
porte, sombreando boa parte do caminho e proporcionando um clima agradável na
caminhada. Algumas cascatas foram
visualizadas, servindo de ponto de descanso e lanche.
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Imagem 09 -. Fael na
trilha do Cachoeirão (por baixo).
Vale do Pati, Andaraí, Bahia, 2016.
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Imagem 10 - Fael e
Graziela em uma das cascatas localizadas na trilha do Cachoeirão (por baixo). Vale
do Pati, Andaraí, Bahia, 2016.
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As
11:00, Fael e Graziela visualizaram um poço e os paredões que formam o
belíssimo cachoeirão. Esse poço é o primeiro há ser visualizado. O principal
está um pouco mais acima, formado pelas quedas. Nesse ponto os dois fizeram uma
pausa, pois a trilha batida se encerrava bem em frente a esse primeiro poço
formado no leito do rio. Contextualizando o local e uma breve observação das direções
a respeito, Fael e Graziela localizaram que: em linha reta está um imenso paredão,
a esquerda um amontoado de rochas e o curso do rio, a direita está outro imenso
paredão com uma fina cortina d água e ao fundo a trilha batida (caminho de ida
e volta para ter acesso a cachoeirão) feito pelo percurso tradicional.
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Imagem 11 -. Paredões do
Cachoeirão (por baixo).
Vale do Pati, Andaraí, Bahia, 2016.
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Nesse
momento veio a lembrança de Gilliard sobre esse trecho do cachoeiraão, que
fizeram Fael e Graziela pensarem um pouco para saber a continuação da trilha.
Sabendo-se que a cachoeira está a esquerda e o poço da queda está ao fundo do
amontoado de rochas, logo é só achar a trilha a esquerda, nas margens do rio,
seguindo o seu curso ao contrário e chegar até as quedas do Cachoeirão.
Ressalto que Fael e Graziela já visualizavam 3 (três) quedas, finas, que formam
o Cachoeirão do primeiro poço no qual eles estavam. Diante disso, o ataque
iniciou para chegar até o poço principal.
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Imagem 12 - Primeiro poço da Trilha do Cachoeirão por baixo. Vale do Pati, Andaraí, Bahia, 2016. |
A
primeira tentativa se deu pelo leito do rio, onde Fael e Graziela iam
escalaminhando entre as rochas. No inicio estava tranquilo, apesar dos trechos
escorregadios que precisava de atenção.
Mais acima a “trilha” complica e se
torna quase impossível em seguir, um trecho bem acidentado e elevado dificulta
Fael e Graziela em continuar. Com a passagem do rio, as rochas úmidas e uma
altura considerada (3 metros ou um pouco mais), os dois perceberam que não era
por ali. Fael ainda tentou escalaminhar, mas as rochas lisas e com uma
distancia considerada, entre uma e outra, não permitia avançar. Sendo assim
decidiram voltar e analisar outro caminho a ser seguido.
Voltando para o primeiro poço, Fael e
Graziela voltaram a observar o “amontoado de rochas”, analisando onde a trilha
continua. Com base em alguns arbustos, Fael conversou com Graziela e decidiu
atacar por ali, iniciando a escalaminhada um pouco acima da margem direita do
rio, no mesmo “amontoado de rochas”.
Durando em torno de 07 minutos,
aproximadamente, Fael e Graziela observam, de perto, uma das belíssimas quedas
no paredão direito do Cachoeirão, formando uma pequena cachoeira. A paisagem
estava bonita e os dois apreciaram brevemente o fenômeno (decidiram aproveitar
no percurso da volta). Passando entre rochas e raízes, chegando no trecho mais
elevado do “amontoado de rochas”, Fael e Graziela visualizaram o principal poço
do Cachoeirão logo abaixo.
Em formato de coração, com águas
escuras, geladas, de profundidade desconhecida, o poço do Cachoeirão é um ótimo
lugar para banho e descanso, pois não é tão frequentado, tornando um lugar calmo.
Fael e Graziela iniciaram a descida, entre as rochas, até chegar ao poço. Esse percurso
foi rápido e sem muitas dificuldades. Chegando próximo ao poço, Fael e Graziela
se acomodaram e apreciaram a belíssima vista do Cachoeirão por baixo.
Fael e Graziela tentaram se aventurar no
banho, porém a água estava muito gelada e o local estava sombreado, sem um sol
para poder se esquentar. Fael arriscou um pouco e ficou mais tempo, enquanto
Graziela se banhou como “um batismo”.
As
quedas do cachoeirão, no primeiro poço, iludiram Fael e Graziela. Ao chegarem
lá perceberam que a cachoeira está em seu limite e próximo de secar, pois a
mesma não é perene. No presente momento tinha “sete quedas”, sendo 3 (três) com
grande volume de água e 4 com baixo volume, em forma de “filetes”. Mesmo assim
a paisagem é encantadora, valendo todo o trajeto realizado até o seu encontro.
Outro fato interessante do que no alto
Cachoeirão tinha um grupo que estava visualizando o poço, um deles chegaram a
gritar para Fael e Graziela, os dois ignoraram e até se incomodaram com o
vozeirão que ecoava no Vale. As 14:35 iniciaram o regresso para a casa de apoio
de Seu Eduardo.
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Imagem 13 -. Poço do
Cachoeirão (vista por baixo).
Vale do Pati, Andaraí, Bahia, 2016.
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Chegando na base do “amontoado de rochas”, Fael
e Graziela se direcionaram a esquerda (direita para quem está indo) e fizeram
uma pausa de 20 minutos na belissima queda que se formava no Cachoeirão. Os
dois aproveitaram bastante o visual, mas não se banharam, já que ventava muito e
a luz do sol não alcançava o ponto em que eles estavam. A vegetação colaborava
para essa sensação. Contudo, só a vista valia a pena, o que gerou alguns
registros e vídeos.
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Imagem 14 -. Uma das
quedas dos paredões do Cachoeirão (vista por baixo).
Vale do Pati, Andaraí,
Bahia, 2016.
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As 14:55, já com a trilha mapeada, Fael e
Graziela caminharam forte, fazendo todo o percurso inverso e chegando na casa
de Seu Eduardo por volta das 16:20. Antes de prepararem o almoço os dois foram
abordados pelo Gilliard que procurou saber como foi a trilha. O mesmo trouxe
uma jaca mole, inteira, oferecendo a Fael e Graziela que se “esbaldaram” e
exageraram na fruta (além de terem chupado algumas mangas encontradas bem próximas
a área de camping). O almoço ficou para outro momento, já que o estomago estava
“cheio de jaca”. No final eles nem almoçaram, foram dormir reclamado de forte
incômodo na barriga.
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Imagem 15 -. Fael e
Graziela no Rio Cachoeirão.
Vale do Pati, Andaraí, Bahia, 2016.
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A
noite foi no camping da casa de Seu Eduardo[1],
descansando para no dia seguinte da o prosseguimento na trilha. Fael e Graziela
optaram nesses dois dias no Pati em não “curtir a noite” e repor as energias. O
frio colaborou muito para que isso acontecesse.
- Andaraí, 07 de fevereiro de 2016. Domingo.
# - Prefeitura.
No amanhecer
do dia, Fael e Graziela estavam desarmando acampamento, sobre uma forte garoa,
depois acertaram as diárias do camping na casa de apoio de Seu Eduardo. O Valor
foi de R$ 15,00 (por dia). Como os dois ficaram por duas noites, pagaram R$
30,00 cada. Tudo foi acertado com Domingos (Neto de Seu Eduardo).
A caminhada do dia seguiu em direção até
a bifurcação localizada de junto a escola abandonada. No local estavam dezenas
de barracas armadas, com muitas roupas estendidas, o camping deve ter sido
montado próximo a escola por conta do rio está bem próxima da base de
acampamento, além de economizar em não pagar as diárias em alguma casa de apoio
dos moradores do Pati. Como o destino é sentido Vale do Capão, Fael e Graziela seguiram
na trilha da esquerda, pois a direita direciona a casa de apoio de Seu Joia, a
mesma que Fael e Graziela visitaram quando estava indo para Seu Eduardo.
O
trecho até a prefeitura é batido e definido, com algumas subidas e descida, sem
deixar duvidas ao trilheiro(a). Nesse trajeto tem um atrativo interessante
chamado de “poço da árvore”, ideal para quem gosta de águas calmas e práticas
de nado (só para os corajosos a fim de encarar a água gelada).
De
Seu Eduardo, até a prefeitura, Fael e Graziela caminharam por 2 horas num ritmo
tranquilo, sem pressa, apreciando os detalhes da paisagem. Tinha alguns trechos
da trilha que estavam com muita lama, devido as chuvas da madrugada, nada que
atrapalhasse a caminhada. As 08:45 chegavam em um dos pontos referenciais do
Pati, chamado de Prefeitura.
Uma casinha verde, simples que tem um
dos seus cômodos como um mercadinho, a prefeitura é administrada por seu
Jailson, um patizeiro[2]
ilustre e muito conhecido no vale. No local serve de apoio para dormir, sendo
em quarto ou camping.
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Imagem 16 -. Um dos
pontos da Prefeitura. Vale do Pati, Andaraí, Bahia, 2016
|
Fael
e Graziela chegaram e foram recebidos por um garoto chamado Edivan[1],
que foi bastante gentil e cordial com os dois. O mesmo abriu o mercado e mandou
que se acomodasse por lá para relaxar um pouco. No local tinham dois rapazes
que estavam preparando o café da manhã, os mesmos pareciam ter acordados
naquele momento e não puxaram conversa.
Fael e Graziela iniciaram um papo com o
garoto Edivan, que contou um pouco de sua história. Após uma boa conversa, Fael
pediu umas dicas para fazer o próximo atrativo que está em seu planejamento: a
Cachoeira do Calixto. O garoto Edivan, com muita objetividade, detalhou em como
fazer a trilha, mostrando os pontos de atenção que se deve ter na trilha. Alem
disso, o mesmo ofereceu a prefeitura para que Fael e Graziela pudessem guardar as
mochilas cargueiras e seguisse com as de ataque, por conta do peso.
Após os ajustes, Fael e Graziela iniciaram a
caminhada, as 09:00 da manhã, em direção a Cachoeira do Calixto.
# - Cachoeira do Calixto.
O inicio da trilha do calixto está defronte
da prefeitura, na margem esquerda do Rio Pati. Fael e Graziela atravessaram o
leito, pulando as rochas e iniciaram a caminhada em uma trilha batida, com
muita samambaia (Dicranopteris flexuosa) em suas margens, que “incomodavam as
canelas de Fael e Graziela, além das mutucas (Tabanidae). A paisagem é bastante
atraente, com destaque ao morro da lapinha[2] (conhecido
como morro do castelo).
Nos primeiros metros está uma
bifurcação, onde se deve seguir pela direita. A esquerda é caminho para uma
residência, que no momento que os dois passaram parecia estar vazia.
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Imagem 17 - Inicio da
trilha para a Cachoeira do Calixto.
Vale do Pati, Andaraí, Bahia, 2016.
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Imagem 18 - Vista do
Pati de baixo. Vale do Pati, Andaraí, Bahia, 2016.
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Canto
de pássaros e grandes árvores caracterizam as margens da trilha, além das
subidas e descidas, não tão íngremes e nem complicadas. Porém, com muita
umidade e pontos de lamas. Nessa trilha existem duas cascatas conhecidas como:
Cachoeira dos degraus e Cachoeira do Palmito, sendo que Fael e Graziela
preferiram não seguir até as duas pequenas quedas.
Imagem 19 - Graziela na
trilha para a Cachoeira do Calixto. Vale do Pati, Andaraí, Bahia, 2016.
No
final a trilha segue por uma descida íngreme que finaliza junto do poço. As
11:15, Fael e Graziela chegaram na Cachoeira do Calixto., que estava com um bom
volume de água, sem nenhuma pessoa no local.
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Imagem 20 - Descida de
acesso a Cachoeira do Calixto. Vale do Pati, Andaraí, Bahia, 2016.
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Formada
por duas pequenas quedas, que juntas podem chegar 15m de altura (hipótese), a
Cachoeira do Calixto é formada pelo rio lapinha, um dos atrativos do circuito
tradicionais do Vale do Pati. Com águas escuras e frias, além de um pequeno
poço para nado, a cachoeira instiga o visitante para um banho gelado, mesmo
aqueles que não são tão “chegados” as águas da Chapada Diamantina (Fael, por
exemplo).
Fael e Graziela observaram a cachoeira,
fizeram umas fotos e foram até a queda para se banhar. O período de observação
e curtição na paisagem foi de 1h (uma hora), pois a caminhada ia seguir até a
base de acampamento no qual vão passar a noite (casa de apoio de seu Miguel). No
momento em que eles se banharam e aproveitaram o tempo na cachoeira do calixto,
não apareceu nenhum visitante. As 12:15 Fael e Graziela iniciam o caminho de
volta até a prefeitura.
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Imagem 21 - Fael e Graziela na Cachoeira do Calixto. Vale do Pati, Andaraí, Bahia, 2016 |
# - De volta a prefeitura.
O regresso
foi tranquilo, a trilha bem batida facilitou o caminho, sendo bem mais rápida
que a ida. Por volta das 14:00, Fael e Graziela chegam na prefeitura, tendo uma
boa surpresa.
Ao chegar ao local, Fael encontrou um
amigo e companheiro de trilha chamado Green[1], o
mesmo estava com sua companheira Emili[2] e
dois amigos (os mesmos que estavam pela manhã fazendo o café na prefeitura),
apresentados como Afonso e Luan. [3]
Logo após apareceu o Seu Jailson, que se juntou ao grupo para uma resenha, a
apresentação dos nomes e os objetivos dentro do Vale Pati foram os princiapais
assuntos, além de uma breve historicidade das trilhas e comportamento dos
visitantes que estão no Vale. As 15:20 o grupo se juntou e decidiram seguir em
direção a casa de apoio de Dona Raquel.
# - Casa de apoio de Seu Agnaldo.
A trilha seguiu por trás da prefeitura,
pois Green convidou Fael e Graziela para acampar em Dona Raquel, com o objetivo
em formar o grupo e todos ficarem juntos no mesmo lugar. Inicialmente Fael e
Graziela concordaram, mas deixaram claro que se o local estivesse com muitas
pessoas hospedadas e acampadas iriam para a casa de Apoio de Seu Agnaldo, local
em que está no planejamento dos dois.
Por conta de dores no Joelho de Emili,
Green diminuiu o ritmo para acompanhar-la; Fael, Graziela, Afonso e Luan
adiantaram os passos para chegar em Dona Raquel e garantir espaço para o
grupo. A trilha continua batida e fácil
acesso, com algumas subidas íngremes.
As 16:40 Fael, Graziela, Afonso e Luan
chegaram em Dona Raquel e encontraram a casa de apoio cheia, com muitos
hospedes. No local, Fael e Graziela descobriram que Green, Emili, Afonso e Luan
tinham reservado em Dona Raquel e como o lugar estava cheio os dois não
gostaram. Sem perca de tempo, Fael e Graziela despediram de Afonso e Luan e
mandaram avisar a Green que iriam acampar em seu Agnaldo, que qualquer coisa
estaria por lá.
A trilha seguiu até a bifurcação, pela
direita, passando por umas cercas e casas de apoio. As 17: 25, Fael e Graziela
chegaram na casa de Seu Agnaldo, que está localizada na margem direita do Rio
Pati, defronte a trilha do Morro da Lapinha (castelo).
Lá os dois foram recebidos por seu
Agnaldo[1] e
Seu Miguel, conversaram um pouco e acertaram os valores (R$ 15,00 por pessoa).
A casa de apoio possui uma área ampla para acampamento, que está na margem do
Rio Pati. O barulho das águas correndo no seu leito se torna uma boa terapia. No
camping possui um fogão a lenha, que está disponível para os hospedes. Como
Fael e Graziela possuem os equipamentos de cozinha, não foi necessário utilizar
o fogão.
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Imagem 22 - Casa de
apoio de Seu Agnaldo. Vale do Pati, Andaraí, Bahia, 2016.
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Imagem 23 - Equipamentos
de cozinha. Vale do Pati, Andaraí, Bahia, 2016.
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A noite ocorreu um forró
na casa de Dona Raquel, onde a maioria dos hospedes que estavam hospedados em
Seu Agnaldo foram para curtir a festa. Fael e Graziela preferiram não curtir a
noite, descansando para no dia seguinte seguir até o morro da Lapinha (castelo).
O local (seu Agnaldo) foi
escolhido foi pelo fato de ser mais próxima a trilha do morro da lapinha
(castelo), além do preço da diária que é a mais barata dentro do Vale do Pati.
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Peço esse favor pelo fato da pagina não está me notificando quando um leitor escreve no comentário dos relatos.
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Gratidão.